18. "The Beatles, really?"

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- décimo oitavo capítulo, 1994 -

"The Beatles, sério?"

DE REPENTE, O INVERNO ACABOU, E COM ELE VEIO A PRIMAVERA — os dias de Março e Abril passando ainda mais rápido que os de Fevereiro que já lá iam, chegando depressa o início de Maio, e o segundo mês do ano tendo sido marcado pela entrada bem sucedida da dupla na Torre da Grifinória. As flores começaram a desabrochar e os pássaros voltaram a chilrear pelos terrenos de Hogwarts, os alunos e professores envoltos numa áurea de paz depois de meses desde a última invasão dos fugitivos em Hogwarts.

O tempo passava para todos de igual forma, até para aqueles que seriam os mais temidos criminosos do Mundo Bruxo.

— Você roubou! — Yasmin acusou o maroto.

— Eu não roubei nada, sua mentirosa. — o Black se defendeu, levantando o queixo para sorrir sem que ela o visse.

— Como ousa me chamar de mentirosa, Black? — o olho esverdeado dela tremeu, rodeada pela fúria que sentia nesse momento. — Eu vou te esganar, seu cachorro.

— Nem há regras nesse jogo! Como que eu posso ter roubado se não há regras contra isso?

Durante muitas de suas tardes perdidas na escuridão que recaía na casa abandonada, Sirius e Yasmin deram por eles a planejar como seria o seu futuro quando tudo isso estivesse terminado: quando Peter fosse levado a julgamento e Sirius fosse livre, quando eles arranjassem maneira de provar a inocência não só de Sirius, como de Yasmin.

Seria complicado, não havia nenhum relato de Will Parkeys desde há doze anos atrás. Nenhum jornal falava dele, e, das poucas memórias que Yasmin tinha com ele que não eram relacionadas à traição, Yasmin apenas se lembrava que Will falava sempre em querer trabalhar no Ministério da Magia, apesar de não haver informações sobre isso.

— Talvez ele esteja no MACUSA. — sugeriu Sirius, uma vez.

— Quem? — ela levantou o olhar do desenho que fazia no chão de madeira da Casa dos Gritos. Era uma representação em menor escala da cela da dupla em Azkaban, podia ver-se, com dificuldade, as iniciais de Sirius e Yasmin escritas numa das paredes do desenho. Na verdade, todas as paredes da Casa dos Gritos tinham sido adornadas de desenhos feitos por Yasmin e, por vezes, por Sirius, que acompanhavam as marcas de garras de, quem agora Yasmin sabia, Remus Lupin enquanto lobisomem na sua adolescência.

— Will. — lembrou Sirius. — Talvez Will esteja no MACUSA, nos Estados Unidos. Você sempre disse que ele gostava de ir para o Ministério, e, se ainda não sabemos nada sobre ele estar no Reino Unido, talvez ele tenha ido para a América.

A Castle meditou sobre o assunto por uns segundos. — Seria certamente o tipo de Will, honestamente. Não conseguiu continuar a vida no Mundo Bruxo aqui depois de Você-Sabe-Quem ter sido derrotado, e fugiu com o rabo entre as pernas. — ela rosnou em seguida. — Madito cobarde.

Agora, incomodados pela solidão que os abatia, Castle e Black fizeram com que Bichento lhes trouxesse um baralho de cartas para que se entretivessem até que chegasse, finalmente, o dia de capturar Pettigrew. Não tinham definido regras para o jogo, mas a personalidade da antiga corvina fazia com que ela se incomodasse por estar perdendo para o homem a seu lado, ainda para mais através de batota, o acusando de roubar.

— Você está muito stressada, gatinha. — ele deu um sorriso charmoso. Os anos de prisão, apesar de cruéis, não tinham feito muito pela imagem de Sirius. O que antes era um belo rapaz nos seus 21 anos, agora era um homem que preferia não contar os seus aniversários pela solidão que estes lhe levavam. A sua barba estava grande e embaraçada, os seus olhos com bolsas negras por baixo, as suas feições pálidas pela falta de sol e magras.

𝐒𝐓𝐔𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, sirius blackOnde as histórias ganham vida. Descobre agora