Facas e Navios Voadores

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Shivani lançou um olhar frio.

- Eu disse que ia te matar. - Asmus se aproximou ficando a centimetros do rosto dela. - Não deveria ter me deixado entrar.

- Não deixei.

- Hum, faz sentido. - Ele apertou a espada mais fundo a ponto de cortar. - Mas não importa agora certo? Estou aqui dentro e posso farejar magia. Você tem magia. Não minta pra mim.

A pirata não queria saber como ele descobriu. Mas as coisas piorariam se ele descobrisse qual magia ela possuía.

- E se eu tiver? - Ela desafiou. - Pode ser magia industrial. Quem sabe um navio voador enorme que eu posso enfiar no seu...

- Pelos monstros marinhos, como você é boca suja. - Asmus a cortou. - Se eu disser ao Capitão que você esconde magia, o que acontece com você?

Shivani sorriu sabendo que estava nadando em águas de tubarões.

- Não acontece nada. Ele confia em mim. Ele prefere magia à máquinas. - Ela se aproximou ainda mais. A mão de Shivani deslizou pela mesa enquanto Asmus a pressionava contra a parede.

- Ah é mesmo? Mas ele sabe que você planeja matá-lo com isso?

Shivani fraquejou mas não deixou transparecer. Ele descobrira rápido, mais rápido que qualquer um o faria.

- Não sei do que você está falando.

- Não se faça de tola, eu não sou cego. - Ele colocou a mão do lado da cabeça dela a encurralando. - Você está sempre desconfiada e irritada, suas mãos estão sempre perto do colo do peito, escondendo. Agora magia...

- Estava olhando para os meus peitos?

- Você está escondendo alguma coisa. - Ele ignorou a pergunta. - Você olha para o Capitão com desejo, mas não do tipo bom. Já vi muita intenção assassina na vida, sei como se parece.

- Talvez conheça a intenção que vem do espelho? - Ela riu. - Não está aqui há nem um dia. Você não sabe de nada. - Sibila ela. - Meu Capitão é como um pai para mim.

- Você tem magia. Quando eu entrei, seu dedo estava sangrando mas você não tinha nada afiado à vista. E se estivesse com alguma arma normal, não teria escondido ao invés de apontar para mim. - Ele sorriu ao concluir. - Diga-me seu nome antes que eu a mate, amor.

- Por que eu diria meu nome a um cão de briga? - A pirata se aproximou colicando uma das mãos na lâmina. Ele a havia pego. Ele sabia que ela mataria o Capitão logo e sabia de sua magia. Realmente não era um idiota.

- Para que ele possa latir quando morder. - Asmus cortou seus dedos em aviso. Ela pôde sentir o sangue escorrer, mas sua outra mão na mesa já estava segurando uma vela. Ela a jogou contra o rosto dele, espalhando a cera no ar. Asmus se afastou rapidamente, deixando a espada cair, quase acertado, tinha fogo brilhando em seus olhos.

- Meu nome é Shivani, Sereia do Navio Arcanjo. - Ela se apresentou pegando a espada do chão. - Sou sua responsável e seu pesadelo. E eu não me importo que você saiba o que eu posso fazer e vou fazer.

De repente as paredes da cabine estremeceram e as coisas das prateleiras caíram.

- Essa magia é bem forte, Lindo Pesadelo. - Concluiu Asmus lhe dando um apelido.

- Isso não foi magia, seu idiota. - Shivani segurou a espada com força no segundo tremor. - Estamos sendo atacados!

Quando eles saíram para o convés, viram uma frota aérea, três navios voadores no ar com seus motores e manivelas soltando uma fumaça escura e fedida. O brilho do casco dos navios os cegava. Um tiro de canhão atingiu os na lateral, o som alto de algo explodindo fez a pirata amaldiçar os criadores dessas máquinas infernais.

Preto Cinza e Tempestade - FortunataTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang