Uma gata em meu quarto

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Já era tarde, quase hora do almoço quando Marinette acordou com Khalil ao lado, dizendo que tia Sabine estava arrumando a mesa para todo mundo comer.

Foi uma noite difícil para a azulada, tinha ido dormir tarde por causa do "acidente" no carro, e o primo lhe deu trabalho após a choradeira por não encontrá-la no quarto.

— Khalil, para de gritar, eu já vou. — Coçou os olhos. Estava se sentindo um caco, seu corpo doía e não tinha conseguido tomar banho durante a madrugada por causa de Khalil.

Levantou em direção ao banheiro ouvindo as risadas no andar de baixo, parecia que Gabriel tinha contado a piada mais engraçada do mundo para todos estarem daquela maneira, chegava a ser irritante, só queria a paz de seu colchão pós foda.

Assim que tirou a blusa pôde ouvir o primo resmungar alguma coisa ao lado de fora, mas ignorou, não aguentaria as birras deles se não tomasse um banho para se acalmar, e ele era só uma criança.

Ligou o chuveiro ouvindo o vibrar de um celular logo ao lado, não tinha reparado no aparelho sobre a peça de mármore, e não era o dela. Adrien provavelmente teria esquecido ali, mas não era problema seu, então fingiu não ouvir.

— Marinette! — Mais uma vez ouvir o menor gritar.

— Khalil, desce logo pra comer, eu vou depois! — respondeu irritada.

— Mas o Adrien 'tá mexendo nas suas coisas! — berrou.

Uma luz vermelha se acendeu em sua mente. Por que caralhos ele estava mexendo em suas coisas?

— Quê? — Ela agarrou a toalha e abriu a porta, deixando um rastro de água pelo piso. — Adrien! — gritou nervosa, vendo o susto dele por causa da voz alta. — O que você acha que está fazendo nas minhas coisas?

— Eu nem abri sua mala, só mexi na cama procurando meu celular. — Olhou a garota dos pés à cabeça, vendo como a toalha não era do tamanho certo, quase escapando o que havia acima das coxas.

Marinette revirou os olhos, não acreditava que Khalil tinha berrado por nada; não era seu dia. Voltou para dentro do cômodo e agarrou o aparelho em cima da pia, jogando para o Adrien logo em seguida.

— Era só perguntar — falou ainda irritada, fechando a porta e deixando os dois garotos parados ao lado da cama.

Adrien olhou de relance para Khalil, que o fuzilava, parecia desconfiar até de sua sombra. Riu sozinho por causa da cara dele e o viu sumir pela porta em direção ao térreo da casa.

— Tia Sabine! — Ouviu a voz dele. — O Adrien viu a Mari sem roupa! — ele murmurou nervoso. A risada de Emillie foi a primeira a surgir pela casa.

Adrien esfregou as mãos pelo rosto. Mataria aquela criança hoje, mas suspirou fundo, não tinha tempo para isso, precisava voltar para a maldita convenção; não aguentava mais usar o mesmo terno todos os dias.

— Isso é sério? — Desceu as escadas com pressa, vendo seus pais esperarem a sua versão. — Ela estava de toalha, eu não vi nada. — Ergueu as mãos, sentindo o olhar de sua mãe. — Acha que ela não teria dado um escândalo se eu tivesse visto?

— Você tava mexendo nas coisas dela! — Khalil falou.

— Eu estava pegando meu celular — respondeu nervoso.

— Khalil, chega — Sabine ria. — Vamos comer, vai lavar as mãos.

— Eu mereço — Adrien revirou os olhos.

— Te dei educação, não espie o banheiro. — Emillie brincou.

— Você também, mãe? — resmungou.

Férias (in)desejadasWhere stories live. Discover now