Amizades

598 53 11
                                    


Mais um dia torturante tinha começado para a infelicidade de Adrien, que permanecia no andar de Marinette, usando a velha máquina de café. Todos ali esperavam que ele desse um esporro, pedisse algo, ou que apenas estivesse esperando a azulada chegar, já que adorava aporrinha-la.

Ouviu os scarpins tilintarem pelo chão, ela conseguia chamar a atenção de todos com o barulho do salto. Passou despercebida pela copa, pegando as chaves de sua sala e dizendo bom dia para uma das colegas.

— Marinette — Adrien chamou sério, tendo a atenção de todos.

— Sim? — Virou-se para ele e percebeu a feição levemente amargurada.

Adrien sabia que Marinette iria relutar contra um relacionamento por causa da tal amiga, que até então ele não fazia a mínima ideia de quem era, mas que conseguia deixá-lo longe de seus afagos. Então, resolveu chamar a atenção dela de outra forma, ou seja, iria pegar em seu pé como antes.

— Não acha que essa saia está curta demais para trabalhar? — Não estava, na verdade o deixava excitado no ponto certo.

— Não. — Marinette olhou para sua roupa. — Já vim com elas várias vezes, você nunca reclamou.

— Mas agora estou. — Ele levou o café até a boca, colocando a mão livre no bolso.

— Então mantenha seus olhos no alto, Adrien — respondeu com a testa franzida, não entendia o porquê dele ter voltado a pegar no seu pé, principalmente porque tinham combinado que tudo estava bem.

— Não vejo problema nenhum na roupa da senhorita Cheng. — Félix se intrometeu, vendo o primo olhar sério.

— Obrigada. — Marinette sorriu para os dois e deixou sua bolsa na sala. — Se me der licença, preciso recepcionar a volta da Kagami — comentou, passando pelos dois.

Adrien a seguiu com os olhos pelo andar, aquela saia conseguia realçar ainda mais o corpo que ansiava tanto. Sua bunda ficava perfeitamente redonda com aquela peça de roupa, e a mente de Adrien conseguia imaginar nitidamente como seria dar um tapa com gosto.

Fechou os olhos com um suspiro longo, seu corpo se animava fácil com a visão dela, principalmente depois das férias, onde seus sonhos tinham se tornado realidade.

— Ta escorrendo. — Félix deu um tapa no queixo de Adrien, fazendo sua boca fechar. — Você faz todo esse teatrinho, mas não cansa de babar por ela — falou chegando perto o suficiente para ver a raiva nos olhos do primo.

— Acha isso? — Adrien sorriu irônico e voltou para a copa, deixando a caneca em seu devido lugar.

— Não se faça de idiota, priminho. — Segui-o até a pia. — Se você fosse esperto, teria a Marinette muito antes de mim, mas você insiste em encher o saco dela todos os dias. — Falava com um sorriso no rosto. — Mas não sou fã de dividir o que é meu.

— Acha que ela é sua então? — Adrien não conteve uma risada. — Sexo nas escadas diz muito sobre você, mas me conta... — Colocou as duas mãos no bolso. — Você já chegou perto dela fora do trabalho? Já foi até a casa dela ou vice-versa? Acha mesmo que ela te considera um "namorado"?

— Você gostou de ouvi-la naquele dia, não gostou? Eu sabia que seria curioso o suficiente para saber o que íamos fazer — Félix retrucou convencido. — Ela sabe agradar um cara. — Meneou com a cabeça, vendo o rosto do primo ficar levemente enojado. — Ouviu ela me chamando, não ouviu? Com aquele olhar que só ela sabe fazer.

— É, agora eu tenho certeza, você acha que ela gosta de você. — Adrien abriu um sorriso.

— Talvez sim, talvez não — suspirou. — Mas me diga, Agreste. — Chegou mais perto, se inclinando para falar aos ouvidos dele. — Como foi se masturbar com os gemidos da garota que você gosta, sabendo que não eram pra você? — Distanciou-se com um sorriso, tinha ganho aquele diálogo. — Se me der licença, eu tenho que trabalhar. — Saiu com uma risada convencida.

Férias (in)desejadasWhere stories live. Discover now