Verdades à mesa

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Khalil se mostrou impaciente ao ter que esperar Marinette sair do quarto, mas abriu um sorriso assim que ouviu a porta, revelando a azulada vestida com um moletom e um casaco fino.

— Marin, por que demorou tanto, o chocolate quente vai esfriar. — O mais novo foi até ela.

— Estava no banho, tenho certeza de que ainda está quente. — Marinette segurou em uma das mãos do pequeno. — Bom dia — disse para os que estavam na mesa, recebendo um olhar sorridente de Emillie.

— Acordou tarde hoje, o que aconteceu? — a loira perguntou.

— Esse pivete me deixou louca a noite toda, não parava de se mexer na cama, mal consegui pegar no sono — explicou.

— Mentira, eu fiquei quietinho — Khalil falou.

— E ainda mente. — Marinette colocou as mãos na cintura e o olhou incrédula.

— Tudo muito lindo e maravilhoso, mas ainda precisamos comprar o bolo de frutas para hoje a noite — Gabriel falou enquanto procurava as chaves do carro.

Marinette concordou com a cabeça e desviou os olhos para Emillie, que a encarava com um sorriso irônico e parecia querer dizer algo sobre a noite no carro. Como aquela bêbada, que mal se aguentava em pé, conseguia lembrar? A visão de seu filho fodendo uma pessoa no banco de trás do carro foi demais para que ela simplesmente esquecesse? Por fim, a azulada sentou-se à mesa e reparou no lugar vazio ao lado da mãe; Adrien tinha saído muito cedo e provavelmente voltaria com alguma bomba da empresa.

— Cadê... o Adrien? — Marinette perguntou receosa.

— Ele disse que iria mais cedo pra convenção, por quê? — Sua mãe achou estranha a pergunta.

— Nada, só achei estranho ainda não ter ouvido uma piada passar pela sala.

— Vocês parecem estar se dando um pouco melhor — Sabine comentou.

— Talvez, ele até me pediu desculpas pelas criancices — a azulada explicou.

— Que bom, quem sabe assim vocês não voltam a ser amigos.

— Claro, mãe, amigos — retrucou risonha, os dois não eram exatamente amigos.

Com os olhos ainda em Sabine, Marinette se ajeitou na mesa ao lado do primo e pegou um prato limpo, para assim ouvir a voz de Adrien passar pela entrada e seguir até a cozinha. Ele parecia irritado e cansado, devia ter feito uma pequena corrida.

— Adrien, chegou na hora certa, vamos almoçar — Sabine disse meiga.

— Obrigado, mas passo! Preciso resolver a droga de um problema de gestão, parece que o contador fez alguma coisa errada com o imposto. — Tirou o cachecol e suspirou. — E provavelmente terei que voltar para Milão antes do combinado, surgiu uma comitiva — suspirou e subiu pelas escadas até o segundo andar.

— Nossa... — Marinette piscou algumas vezes ao se lembrar do contador.

— Vai lá falar com ele, Mari — a mãe pediu.

— Por que eu faria isso? — Arqueou a sobrancelha.

— Ele é seu chefe, não era pra ajudar?

— Eu 'tô de férias — respondeu chorosa. — Por que ninguém me deixa aproveitar?

— Mais do que já está? Você fica o dia todo à toa com o Khalil, é só alguns minutos, e vê se trás ele pra comer, aproveita que vocês estão se dando bem — Sabine concluiu rigorosa.

— Ah, 'tá bom. — Marinette deixou os talheres e arrastou a cadeira. — Que saco — bufou enquanto saia da cozinha rumo ao quarto. Chegou até a porta e bateu com força. — Adrien, posso entrar?

Férias (in)desejadasWhere stories live. Discover now