Capítulo 19- Noivos.

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~Annabeth.

– Perdão? Acho que não entendi direito – Diz Benjamin dando uma risada fraca e forçada e depois olhando para o Alien que lhe dava um sorriso malicioso, mostrando suas presas nos dentes caninos – Certeza que não ele não quis dizer nova? Muito nova? – Encaro o chão. 

Não sei o que está acontecendo e nem o porquê você parece amiga intima desses humanos imundos, mas precisamos sair daqui, meu amor – O apelido ressoou em meu ouvido, me causando outro arrepio. Mayen era seu nome. Eu me lembrei, como se uma porta de memorias, trancada a sete chaves, fosse aberta em meu cérebro revelando tal lembrança  – O rei, seu pai, como o reino inteiro acredita que você está morta, se não retornar logo ele estará em perigo e será ameaçado por nossos inimigos, já que não tem mais sucessores para herdar o trono – Minha cabeça girava – Mate-os, agora!

– NÃO! – Coloco as mãos sobre minhas orelhas em uma tentativa imatura de cala-lo. Todos me olham preocupados e assustados – Chega, não aguento mais... Vamos sair daqui, por favor – Benjamin tenta se aproximar, mas eu me afasto. Mathias assente com a cabeça e começa a fechar a cortina. Mayen coloca sua mão grande e verde sobre o vidro e seu rosto, bonito de um jeito diferente e único, se vira pra mim e me olha com aqueles olhos tristes e decepcionados, antes das cortinas o tamparem por completo.

Você pode ter se esquecido de quem é minha princesa... Mas sei que se lembrará de nós e do nosso amor, e que no fim, fará a coisa certa... Só espero que não seja tarde demais – Ouvir aquelas palavras era o mesmo de ter uma mão segurando o meu coração e o apertando cada vez mais forte até me matar completamente por dentro.

***

Já era noite, pedi para ficar sozinha depois do que aconteceu no laboratório. Não queria ver ninguém, principalmente Benjamin porque imagino o quanto deve ser difícil para ele entender tudo isso, afinal, nem eu entendia. Me chamaram para jantar, mas eu também recusei. Fome era a menor das minhas preocupações. 

Estava deitada na cama esperando a hora perfeita para ter as respostas que precisava. Eu tinha uma cabine individual, mesmo Jessy pedindo para dividir o quarto comigo, insisti em dormir sozinha, não queria meter ela em encrencas. Esperei cerca de uma hora após o horário de dormir para sair em direção ao laboratório sem risco de interrupções, mas não estava esperando encontrar um segurança enorme guardando a porta de acesso.  

– Merda! E agora? – Xingo baixinho escondida atrás da parede e olho em volta em busca de arquitetar algum plano – Pensa Annabeth, pensa! – Vejo que o único jeito seria atrai-lo para outro lugar. Não encontro nada útil por perto, a não ser uma mesa com um computador a uns três metros dali. Corro nas pontas dos pés e clico no botão de ligar e como eu esperava ele faz um barulho, não muito alto, mas por tudo estar silencioso deu para chamar a atenção do segurança.  

– Quem está ai? Sabe que é proibido andar pela base depois do horário – Ele sai em direção ao barulho, me dando total liberdade à entrada. Me coloco para dentro da sala o mais rápido que consigo e fecho a porta atrás de mim, soltando um suspiro de alivio.

Eu sabia que viria, estrelinha – Mais um arrepio, minhas mãos não paravam de tremer. Respiro fundo e vou de encontro com a prisão de vidro e abro a cortina. Meu "noivo" estava sentado no canto, desenhando em folhas de papel que lhe foram oferecidas. Pego uma cadeira e me sento de frente ao vidro que nos separava e me dava um certo sentimento de segurança.

– Antes de tudo... Chega de apelidos – Respondo amarrando minhas tranças em um coque e começando a calcular cada passo daquela conversa. Eu tinha que saber o necessário, sem me deixar cair em nenhuma manipulação ou mentira – Há quanto tempo a princesa está desaparecida?

Meu Futuro está em MarteWhere stories live. Discover now