Capítulo 23 - Reencontros.

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~Annabeth.

Caminhamos até a entrada do castelo com dificuldade, pelo jeito o noivo da princesa perdida era bem amado por ali e sua volta repentina gerava surpresa entre o povo, principalmente seus companheiros soldados. Surgia varias duvidas sobre Bob e minha pessoa, na qual eles não conseguiam ver o rosto pelo capuz e nem eu o deles, sendo guiada praticamente a cegas por Mayen.

Assim que despistamos a grande maioria e nos encontramos frente a frente à porta de entrada do castelo, Mayen vai em direção ao soldado que a guardava e o cumprimenta.

- O rei... Ele está aqui? Está bem? - Ele pergunta e eu vejo a ansiedade em sua voz.

- Está sim e espero que bem. Irei avisa-lo que você está aqui, é bom te ter de volta - Ele da uma pausa e se vira pra mim que o observava escondida atrás de Mayen, abaixo a cabeça o mais rápido que consigo, desviando de sua direção - E quem é esse? E essa coisa ao seu lado.

- Assim que eu leva-los ao rei vocês saberão - O guarda assente com a cabeça e estava prestes a se retirar quando Mayen o segura pelo braço - Mais uma coisa, por favor, quero que informe e peça o rei que me receba sozinho. Isso é muito importante - Ele o solta e o guarda entra.

- Está chegando a hora então - Digo com minha pulsação acelerada. Ele se vira pra mim e eu fico de frente com seu peitoral. Eu podia ser alta, mas ele era um gigante perto de mim.

- Está nervosa? É o seu pai - Não, não era. Meu pai se chamava Albert Villin e minha mãe Annalice Villin e eles morreram há seis anos, eles me amavam e eu os amava. Isso sim era real, e não o que está prestes a acontecer. Não respondo apenas abaixo a cabeça. Ele parecia prestes a me abraçar quando a porta se abre e o guarda aparece de volta.

- Ele irá receber você. Entrem - Ele agradece e seguimos para dentro.

Vejo que o castelo está praticamente vazio por dentro e aproveito para olhar em volta sem o capuz. Era ainda mais maravilhoso e magico do que por fora, de um jeito simples e rustico. Tudo era em tons de vermelho e amarelo ouro. Vasos, pinturas e esculturas de barros eram espalhadas pelo grande salão. No meio havia três tronos entre dois grandes pilares, dois maiores um do lado do outro e bem no centro, e o terceiro um pouco mais simples e mais afastado, possivelmente aquele pertencia à princesa.

Mayen coloca a mão na minha frente pedindo para que eu parasse, e logo em seguida vejo a sombra de três "homens" vindo em nossa direção, cubro a cabeça. Ouço passos indo em direção ao local dos tronos e os outros pareciam se posicionar ao seu lado. Meu coração batia a mil por hora, minhas pernas queriam sair correndo dali.

- Mayen meu filho, como fico feliz em te ver de volta e vivo - A voz era forte, mostrava autoridade e liderança, mesmo no fundo parecendo cansada.

- É bom estar em sua presença, meu rei - Vejo-o se ajoelhando do meu lado e sem saber como agir, faço uma reverência exagerada.

- Alguma noticia de minha filha? E quem é o seu amigo encapuzado ou essa coisa de metal que leva contigo?

- Sobre isso, seria muito lhe pedir para que fiquemos completamente sozinhos? Tem muita coisa que preciso conversar com o senhor - Depois da pergunta feita, um silencio pairou no ar.

- Parece serio. Vamos para minha sala particular. Guardas dispensados - Mayen suspira aliviado e eu escuto passos apressados se retirando. Depois ele pega a minha mão e me guia em direção a essa tal sala. Consigo ver a silhueta do rei de perto agora. Ele também era alto, não tão quanto Mayen, mas alto e em ótima forma para um alien de... Idade avançada?

Assim que entramos na sala e a porta se fecha atrás de nós percebo que sua postura rígida vai se esvaindo, dando lugar a uma pessoa cansada e preocupada. Ele se senta atrás de uma grande mesa e oferece as cadeiras do outro lado. Não nos sentamos.

- Bem, espero que seja boas notícias, estou precisando de alguma.

- Pode tirar o capuz... Princesa - Respiro fundo, reunindo toda a coragem que consigo e levo meus dedos ao capuz, o retirando e deixando meu rosto a mostra. O rei solta um arquejo surpreso. O encaro nos olhos e por um momento eu mesma me assusto quando noto que são idênticos aos meus. Eu não conseguia ler sua expressão, não sabia se era horror, felicidade, tristeza, amor... Ou todos juntos.

- É... É você mesmo minha pequena Dea? - Ele se levanta e vem devagar em minha direção, com as mãos tremendo e com os olhos em lagrimas. Ele toca meu rosto com as mãos. Vejo sua barba e cabelos brancos de perto, suas presas nos dentes caninos pouco a mostra e suas orelhas compridas - Você está tão diferente, sua pele, suas orelhas... Por onde esteve? Eu te procurei por todos esses meses, sua mãe...

- O que aconteceu com a rainha, meu rei? - Pergunta Mayen. O rei continua me olhando, como se procurasse por sua filha ou... Por sua mulher. Eu não tenho reação a não ser ficar ali parada olhando para ele, enquanto tentava controlar meus sentimentos.

- Ela veio a adoecer. Não resistiu - Com isso ele me segura pelos braços com delicadeza e logo depois me envolve em um abraço fraternal e o ouço sussurrando mais pra si mesmo do que para mim: "não, não é ela...". Ele sai do abraço e volta para sua cadeira enxugando as lagrimas em seu pano de bolso. Meu coração estava pesado e minha mente girando. Será que ele estava se referindo a mim? Será que ele também acha que eu não sou a princesa?

- Tem mais uma coisa na qual precisa saber - Mayen me olha nervoso e depois para o rei que encarava nós dois com um olhar curioso e triste.

- Pois fale Mayen.

- Tem um traidor em nosso meio - O rei ergue uma sobrancelha, surpreso com a acusação, mas não fala nada esperando que Mayen continue - Sei que o que eu vou dizer em seguida pode parecer um absurdo, mas você tem que acreditar em mim e na Princesa, que foi quem me contou quando nos encontramos.

- Eu confio em suas palavras.

Bob puxa minha roupa e depois se esconde atrás de mim, parecendo assustado.

- O traidor é o...

- Meu rei, desculpa atrapalhar, não fui informado que estava com visi... - Um alien entra na sala e perde a fala quando se depara conosco, tinha expressão de completo horror em seu rosto. Perco o ar quando o reconheço e Mayen me puxa para atrás de si.

- Elion meu amigo, não atrapalha. Como pode ver, estamos comemorando a volta do meu querido genro Mayen e de minha... Filha.

Meu Futuro está em MarteWhere stories live. Discover now