Capítulo 28 - Dona morte.

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~Benjamin.

Já tinha amanhecido e não fazíamos ideia de quanto tempo estávamos andando por aquele planeta, sem água e sem comida, porque nem as que trouxemos conseguimos comer sem arriscar tirar o capacete e acabarmos mortos pela falta de oxigênio. Parecia que andávamos em círculos e a única coisa que víamos em todas as horas de caminhada era a grande extensão do solo vermelho e a imensidão do céu.

- Vai demorar muito para chegar? Eu não escovei os dentes, tá difícil respirar dentro desse capacete - Fala Christian se sentando em uma grande rocha.

- Não é hora para gracinhas - Jessy o fuzila com o olhar e depois volta a olhar em meu computador - Aqui está mostrando que estamos perto, mas onde? Não vejo nada além de um vasto deserto.

- Droga - Chuto uma pedra que estava no chão e ela acaba acertando David - Desculpa - Obvio que não poderia ser tão fácil assim achar um reino alienígena, deve haver algum truque ou algo do tipo - Só um minuto, já volto.

Afasto-me o mais longe que consigo para ficar em silêncio e evitar distrações, depois fecho os olhos, me concentrando em chamar pela voz que vinha falando em minha cabeça dês que cheguei aqui nesse planeta. Sim, talvez estivesse ficando louco e imaginando coisas, mas eu estava desesperado e precisava tentar algo, mesmo parecendo loucura.

"Se você pode me escutar, mostre-me o caminho" digo mentalmente. Nada, completo silêncio.

- O que ele tá fazendo? - Ouço a voz de Christian de longe e depois um barulho alto - Ai! Por que me bateu? Você tem que parar com essa mania viu? - Chacoalho a cabeça, tentando manter a concentração

"Por favor, me mostre como posso encontra-la" Silêncio mais uma vez. Começo a achar que tudo não passou de uma alucinação por causa das noites mal dormidas, e que na verdade essa voz nunca existiu, era apenas minha consciência pregando uma peça em mim. Quando eu estava prestes a desistir ouço algo:

"O apparent regno amisso et ambulabunt mecum in occursum adventus tui" . Os pelos dos meus braço e nuca se arrepiam.

- O apparent regno amisso et ambulabunt mecum in occursum adventus tui? - Repito em voz alta, tentando lembrar qual era aquele idioma - Mas... O que isso significa?

- BENJAMIN! CORRE AQUI! - Ouço David gritando de longe. Corro em sua direção imaginando o pior. Abro a mochila que estava em minhas costas e seguro uma das armas em mãos.

- O que foi? O que está acontecendo? - Paro sem folego na frente dos três que pareciam perfeitamente bem e a salvo. David estava em cima de uma grande rocha e olhava para o nada com a expressão de surpresa e admiração.

- Suba e olhe por você mesmo - Me viro para Christian e Jessy sem entender e eles apenas incentivam com a cabeça, ambos pareciam ansiosos e até assustados eu diria. Escalo a rocha com um pouco de esforço e quando finalmente alcanço o topo, fico sem palavras.

- Mas... Mas como? Isso é impossível, não tinha nada ali a minutos atrás - Estava vendo com meus próprios olhos uma civilização inteira. Era imensa e parecia ser construída em um grande tipo de buraco, que há deixava um pouco embaixo do solo. Construções estavam espalhadas por todo o espaço ocupado pelo reino, das mais complexas e grandes, as mais simples e pequenas e no meio tinha um enorme castelo vermelho, com varias torres pontiagudas, janelas e uma grande porta. No céu maquinas voavam seguindo certo fluxo, uma atrás do outra, como se estivessem seguindo um transito extraterrestre. A distância que estávamos era muita para que pudesse enxergar algo com mais detalhes, mas ainda sim, era coisa de outro mundo (literalmente).

Perco a noção de quanto tempo fiquei ali em cima observando tudo aquilo, apenas volto para a realidade quando David me chama. Desço a pedra e me junto com o resto da equipe.

Meu Futuro está em MarteWhere stories live. Discover now