capítulo catorze: arrisque-se

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Fui embora da festa assim que saí daquele quarto

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Fui embora da festa assim que saí daquele quarto. Não estava conseguindo pensar com clareza, minha cabeça parecia abrigar soldadinhos de chumbo, meu coração não se mantinha no lugar e todas as luzes, músicas e garotas ao meu redor só conseguiam piorar e triplicar tudo o que eu estava sentindo.

Tudo obra do diabo do Alasca, claro.

A imagem do seu corpo e a sensação das suas mãos e dos seus lábios pareciam ter se impregnado em mim como uma maldita maldição. Nem mesmo se eu quisesse ou rezasse para todos os santos, conseguiria fazer com que seus efeitos simplesmente evaporassem das minhas células.

Por isso, sem pensar duas vezes, comuniquei aos meus amigos que estava dando o fora da fraternidade e pilotei na minha moto até chegar em casa, onde eu me enfiei em um banho gelado por horas, a fim de tentar tirar os resíduos da ruiva. Mas, para a minha infelicidade, nada adiantou. O contato gélido da água só conseguiu fazer com que eu lembrasse exatamente dos seus olhos sobre mim, quando me mandou embora do quarto. Eles estavam gélidos e, por incrível que pareça, mesmo que tivéssemos incendiado tudo naquela cama, eu senti frio naquele momento. Eu senti frio quando ela decidiu repousá-los sobre mim, pois, querendo ou não, estava jogando comigo e tentando me punir de alguma forma.

Seus olhos não pareciam nada amigáveis. E o seu troco foi tão certeiro que, assim como ela desejou — mesmo que ironicamente e implicitamente —, não consegui me divertir com o momento passando pela minha cabeça como em um looping infinito.

E eu sabia que não seria fácil participar do seu jogo, eu estava vendo em seu rosto o quanto estava disposta a me maltratar, mas, mesmo assim, sentindo o que estava sentindo e querendo-a mais do que tudo, não consegui recuar. Não consegui ir embora e fiquei. Fiquei para ver onde aquilo daria e não me arrependo. Não me arrependo de ter sentido seu toque, seus beijos e de ter contemplado cada parte bem feita do monumento que é seu corpo. Eu amei cada segundo daquela nossa pequena bolha de jogos, desafios e punições.

Mas, para falar a verdade, me arrependo de ter ficado com aquelas garotas. Fiquei com elas por conta da fala de Pasha na cozinha, por ter tido ela impregnada em meu cérebro e, com toda certeza, fiquei com as garotas para tentar abafar meus pensamentos que sempre eram levados para a ruiva. Estava tentado a mostrar a mim mesmo que, quando estivesse com outras, não conseguiria pensar nela. Eu precisava que isso fosse mesmo real e fiz o que fiz para que pudesse ter a certeza disso.

ENCONTRE-ME NA NEVE | #2 Da Série The Hurricane Freedom MC Where stories live. Discover now