Capítulo Oito

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- Deusa.- a bruxa tirou sua atenção do livro e observou as sombras ao seu lado.- Anastasia não está com Isabel e William.

- Como assim?- Morgana fechou o livro.

- Sua afilhada está no navio do Capitão Dante.

- Dante.- como um flash, a bruxa já sabia quem era e riu fraco.- O corsário Dante? Sabem por que?

- Escutamos que ele precisa de Anastasia para tirar a barreira de Athennias.

Athennias, a séculos que a bruxa não escutava esse nome, era um dos reinos mais antigos desse mundo, antes de existir os que temos agora. Foi o reino que a deusa resolveu morar por algum tempo.

Seus governantes eram justos e leais, pessoas eram felizes nas ruas, as invenções pareciam um sonho, navios que voavam, uma caixinha que você colocava um papel específico e de lá saia uma imagem, Liand lembrava que aquilo era chamado de foto.

Além de bombas e armas que resistiam mais do que as que temos hoje, a bruxa não ligava para isso, ela vivia em paz naquela ilha.

Até conhecer o amor de sua vida, Arian, um inventor de muitas invenções usadas no reino. Os dois se conheceram em um festival em uma das praças do reino, Morgana se lembrava do sorriso lindo do homem.

Eles se casaram e tiveram os melhores anos de suas vidas, Liand não sabia que poderia amar até conhecer o homem.

Mas um dos problemas do reino era que eles não conheciam a magia, não acreditavam nela ou a viam como uma forma de blasfêmia, os Deuses deles eram as máquinas.

Um dia, alguns moradores relataram ter visto Morgana usando sua magia, então guardas vieram na sua casa e prenderam ela e seu marido.

No julgamento, em uma praça, os dois usavam uma corda no pescoço perto de ser enforcados. Eles obrigaram a mulher a confessar, Morgana dizia que iria confessar apenas se soltassem seu marido.

Mas aqueles homens estupidos não escutaram.

A bruxa se lembrava do olhar do marido sobre ela.

Eu te amarei para sempre, Morgana. Até o infinito e além dele.

Então Arian foi enforcado ao seu lado, ele se debateu mas não adiantou. Morgana soltou um grito de dor tão alto que o céu ficou coberto por nuvens carregadas em instantes.

A bruxa sentia dor, raiva, tristeza, e então resolveu amaldiçoar o reino. Liand estava completamente fora de si quando o reino todo foi tomado por trevas, as pessoas se transformaram em sombras e escuridão.

Homens, mulheres, crianças.

Morgana não era uma pessoa sanguinária ou com desejo de morte, foi um acidente mas a bruxa não se arrependia por completo.

Ela se soltou das cordas e abraçou o corpo morto do marido enquanto chorava.

Por favor, volte para mim. Por favor, eu imploro.

Mas o que aconteceu foi que o corpo de Arian sumiu de seu aperto, até hoje a bruxa não entendeu o que aconteceu. Então depois ela saiu do reino e nunca mais voltou.

- Deusa?- a bruxa voltou ao presente e limpou uma lágrima do rosto.

- Bom, eles devem ir atrás das invenções para a possível guerra. O rei deve ter ouvido falar sobre as histórias.

- Avisamos a Isabel?

- Por agora não, não sei o que ela faria. Está no destino de minha afilhada, ela tem que quebrar minha maldição. Eu direi quando avisar os pais dela.

- Sim, deusa.- as sombras sumiram.

Morgana sabia do futuro da sua afilhada des da primeira vez que viu a bebê no colo de Isabel quando eles vieram visitar a bruxa na cabana.

Essa, é a filha de vocês? Anastasia?

Sim.- William colocou a mão no ombro de Isabel que carregava a bebê.

Pelos deuses, ela tem seus olhos capitão. Espero que puxe a personalidade da mãe.

Ah sim.- Isabel riu.

Morgana segurou a bebê com cuidado e já viu o seu futuro. Ela teria uma aventura e tanto, talvez a aventura que tanto queria.

Pequena Annya, a madrinha já te ama. - a bruxa disse e sorriu fraco vendo a bebezinha bocejar.

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E aí? Gostaram de ver um pouco do passado da nossa querida deusa?

Beijos.

A Estrela Amaldiçoada Where stories live. Discover now