Capítulo Vinte e Quatro

607 102 14
                                    

Três dias haviam se passado e os navios da marinha inglesa chegaram, eram cinco no total, maiores para terem espaço suficiente para colocar as invenções.

Todos os aviões foram colocados nos navios, Arian passou um dia inteiro explicando como eles funcionavam, deu anotações e mostrou em um avião mesmo.

O comandante Tennar garantiu que todos os soldados aprenderiam, até os que estavam nas embarcações pareciam curiosos e animados com a ideia de pilotar.

Annya ficava observando Dante conversando com o comandante, ele era tratado realmente como um corsário, as vezes a garota não acreditava que eles não sabiam que na verdade ele era o príncipe Daniel.

Durante esses três dias, os piratas exploraram Athennias agora livre das sombras, claro que saquearam os bancos, principalmente joias. Dante falou que perguntaria ao rei sobre possibilidade de colonização de Athennia novamente ou até imigrar povos para o reino.

O comandante trouxe a notícia que a França mandou seu primeiro ataque contra a Inglaterra na cidade de Killiand no leste do país.

Um frio tomava conta da barriga de Anastasia só de pensar que ela viveria uma época de guerra.

Agora o navio estava em alto mar, longe de Athennias seguindo a rota para uma cidadezinha para reabastecer e depois para o local que Annya indicou.

- Como você consegue ficar acordado tantas horas?- Annya perguntou colocando as mãos na cintura, Luca olhou a garota e mostrou a língua que estava azul.- Que isso?

- Erva azul, deixa acordado por um tempo, mas claro que o cansaço bate em algum momento. Ei! Já disse para você não tocar na bússola!- gritou com um pirata, Annya se afastou rindo.

A garota se aproximou de Arian que estava sentado no chão do convés principal, construindo algo.

- Arian, o que faz aqui essa hora?

- Achei essa coisa que não tinha terminado dentro da minha antiga casa e resolvi terminar já que estou sem sono. Fico sem sono quando estou trabalhando.- ajeitou os óculos.- Morgana brigava comigo por causa disso.

- Bem a cara dela. Mas o que é isso?

- Uma caixinha de música.- mostrou a caixinha redonda de ouro com bronze.- Falta ajeitar algumas peças, apertar alguns engrenagens e estará pronta, eu acho.

- Que legal. Depois eu quero escuta-la.- o homem assentiu.

Annya se espreguiçou e olhou para o céu cheio de estrelas brilhantes, a garota sorriu e uma delas brilhou mais em resposta.

Anastasia entrou na cabine do seu capitão e fechou a porta devagar, a luz das velas estava alta mas o garoto dormia com a cabeça apoiada no seu braço na mesa.

Ele não havia dormido direito nas últimas noites resolvendo assuntos com o comandante, os cabelos vermelho completamente bagunçados, os olhos fechados e a boca um pouco aberta mas não roncava.

Annya segurou o riso e se segurou para não tirar uma foto, eles trouxeram a máquina para o navio mas havia poucos "filtros" como Arian tinha dito, quando tudo voltasse ao normal o inventor faria mais.

Havia papéis na mesa, documentos e alguns mapas. Anastasia foi para perto da cadeira do mesmo e o chamou devagar.

- Danny, acorda. Você tem uma cama esqueceu?- o garoto acordou aos pouco ainda sonolento.

Ele se levantou cambaleando, esbarrou em alguns móveis e depois caiu na cama.

- Você vem também.- disse com a voz sonolenta, a garota apagou algumas velas e diminuiu a luz de outras.

Ela tirou suas botas e o sobretudo que usava por cima do vestido simples, Annya deitou na cama e não demorou muito para Dante puxa-la pela cintura para mais perto. A garota se ajeitou e fechou os olhos, caindo no sono logo em seguida.

{...}

Annya estava na sua cabine, olhava para o canto perto da porta.

As sombras a obedeciam agora, mas parecia que eles tinham medo da garota. Mesmo esticando a mão, elas se aproximavam devagar e inseguras.

- Será que eu piorei as coisas?- disse a si mesma, a mão com os dedos manchados apontados para a direção das sombras que se mexiam.

A garota achava melhor não usar seus poderes durante esses dias, ela não sabia como estavam, se ela consegue controla-lo, se houve algum alteração

Então tudo tremeu junto com um som alto, o som de ganhões, Annya conhecia bem esse som.

O navio estava sendo atacado, era comum, piratas não saqueavam apenas terra firme mas também outros piratas. Anastasia já havia presenciado ataques no navio de seu pai, combatidos pela tripulação e os poderes de sua mãe.

A garota tirou suas pistolas do cinto e saiu do quarto, pessoas da tripulação já cuidavam dos canhões e atiravam para o navio ao lado.

Annya subiu os degraus indo para o convés principal, piratas do navio ao lado já invadiram e lutavam com a tripulação da Maldição.

Anastasia destravou suas pistolas e começou a atirar em braços, peito, cabeça, apenas para se livrar deles. Perto das escadas para o convés superior onde ficava o timão, Dante lutava, uma espada em mãos e pistola na outra.

O capitão com um golpe com a espada, arrancou a cabeça de um pirata. Respingos de sangue caindo em seu rosto, ele subiu as escadas e foi para o timão que girava.

Ele fez força para o timão voltar ao normal e segurava o mesmo.

- Luca!- gritou, o garoto se levantava devagar, havia levado um tiro na coxa.

- Estou bem, eu cuido daqui capitão.- segurou novamente o timão, o peso do corpo apoiado na perna boa. Daniel continuou ao lado do garoto para lhe da cobertura.

Annya olhou o timão vendo os dois garotos no mesmo, um pirata do navio inimigo pendurado em uma corda se aproximava. Anastasia apontou sua pistola e puxou o gatilho acertando uma bala na testa do pirata.

O corpo caiu no chão perto dos pés de Dante, o garoto olhou a garota de longe mas ela já havia voltado sua atenção para outros piratas.

As balas de Anastasia acabaram das duas pistolas, então a garota acabou levando uma pancada na cabeça caindo no chão desnorteada. Anastasia virou seu corpo e olhou o pirata que a atacou, sem opções ela levantou a mão e o pirata parou, garras escuras entrando na mente dele.

Sangue escorreu no nariz dele e depois revirou os olhos caindo no chão. Annya se levantou, sua mão apontou na direção de alguns piratas do navio rival e seus cérebros foram destruídos.

Com medo e apavorados, os que sobraram correram de volta para seu navio mas não adiantou muito porque o mesmo começou a afundar.

A Maldição dos Santos já estava longe da embarcação que afundava sem parar, tinha corpos e sangue no convés mas aparentemente nenhuma morte vinda do Maldição, apenas feridos.

Daniel caminhou dando ordens para cuidar dos feridos e ver se tinha algum dano grave no navio, o sangue no rosto e roupas já estava seco, ele se aproximou de Annya que tossia.

A garota parou de tossir e abaixou a mão, uma gosma preta parecendo sangue tinha sido de sua boca. Daniel olhou preocupado para a garota.

- Aquelas sombras do paredão fizeram algo com você.- a garota assentiu com a expressão de medo, o pirata segurou a cabeça da menina e beijou a mesma.

A Estrela Amaldiçoada Donde viven las historias. Descúbrelo ahora