Capítulo Doze

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Os dois saíram da taberna, um homem e uma mulher que bebiam tranquilamente em uma mesa acabaram reconhecendo Anastasia.

Eles se entre olharam e se levantaram para seguir os dois.

Enquanto isso, Anastasia novamente abraçava a cintura de Dante, o cavalo galopava enquanto o garoto procurava alguma hospedaria que não estivesse cheia.

- Estou com fome, espero que tenha algo para comer.

- Primeiro temos que achar um lugar para ficarmos, estamos muito longe do Porto. E as hospedarias ou estão fechadas ou cheias.

Os dois ficaram em silêncio, o peito da garota quase batia nas costas do capitão, ela sentia o cheiro dele. Não era de rum ou pólvora, era um leve menta.

A garota levantou o olhar para o cabelo vermelho dele, bem pintados e cortados.

Porém Anastasia saiu dos seus pensamentos com um pássaro atacando Dante, não um pássaro, uma águia.

O pirata gritou caindo do cavalo e indo para o chão. O cavalo se levantou e Annya escorregou dele antes de conseguir pegar nas rédeas. A garota sentiu uma dor intensa nas costas e bunda mas seu olhar foi para Dante.

A águia tinha machucado o garoto com suas unhas, Dante tirou uma pequena pistola que guardava na bota, ele apontou para a águia mas seu braço foi puxado para trás com uma corda e o tiro foi para cima.

Uma corda feita de água.

Um homem controlava a água que vinha de um barril.

Bruxos. Annya pensou, a garota se levantou devagar.

O homem fez outra corda e ela se enrolou envolta do pescoço do pirata, Dante abriu a boca procurando ar e colocou as mãos na corda para tentar se soltar.

- Chega.- Anastasia disse baixo, uma mão nas costas, sua respiração começava a falhar, a rua se tornou mais escura.- Chega!- a garota gritou.

Um onda escura passou pelo homem empurrando ele para uma parede próxima, a corda se desfez e Dante respirava rápido recuperando o ar.

A águia se transformou em uma mulher ao lado do homem, o ajudando a levantar.

- Quem são vocês?- Annya disse quase não reconhecendo sua própria voz, estava quase cega de raiva, tinha até esquecido da dor.- Não vou perguntar novamente.

- Viemos te salvar.- a mulher disse.- A senhora da escuridão mandou um comunicado em todo mundo bruxo, todos estão te procurando.

- Esse pirata te sequestrou.- o homem disse.

- Eu estou bem e não preciso ser salva, vou mandar uma carta para meus pais e vocês dois avisem a todos os bruxos para ninguém vir atrás de mim. Entenderam?- ficaram em silêncio, a rua ficou mais escura, os dois olharam para trás de Annya assustados.- Entenderam?

- Sim. Sim.- disseram rápido, a mulher ajudou o homem e os dois saíram correndo.

- Dante.- a garota se aproximou do pirata, ela o ajudou a levantar, ele resmungando de dor. Seus ferimentos estavam com sangue, arranhões.- Precisamos cuidar desses ferimentos.

- Primeiro olhe ao seu redor, bruxinha.- a garota olhou e arregalou os olhos. Toda a rua foi tomada por trevas, elas se arrastavam pelas paredes das casas e até o chão de pedra.

- Eu...- ela estava com medo dela mesma, não sabia que poderia fazer isso. As sombras se desfizeram até voltarem ao normal, a rua iluminada novamente.- Você consegue calvagar?

- Talvez. Você não está com dor?

- Ela sumiu.- era verdade. Annya recuperou o cavalo, dessa vez ela foi na frente e Dante atrás. Um braço firme envolta na cintura dela e o outro no ferimento na barriga.

A garota o olhou por cima do ombro e depois bateu as rédeas do cavalo.

O cavalo não andou rápido por causa de Dante, Annya fez que ele fosse o mas devagar possível mas ainda escutava o garoto resmungar de dor.

Ele pararam na última hospedaria que acharam com a luz ainda acessa. O cavalo foi para o estábulo.

- Eu vou entrar e perguntar.

- Sozinha?

- Você está machucado, quer assustar alguém?- o garoto revirou os olhos, um deles estava coberto de sangue por causa de um aranhão na sobrancelha.

- Só entrar na cena.- Annya encarou confusa o garoto e os dois entraram na hospedaria, o pirata começou a mancar quando o olhar da dona da recepção caiu neles.

- Ajude por favor...- Annya segurou a vontade de rir mas entrou no plano do garoto.

- Nos ajude por favor, ele está machucado. Precisamos de dois quartos para passar a noite, apenas uma noite, para cuidar dos ferimentos desse pobre coitado.- Dante estava curvado, a testa quase no balcão da recepção, Annya abraçou seus ombros de forma leve. O garoto mordia o lábio para não rir porque doía sua barriga.

- Me... aí meu Deus....estamos lotados, temos apenas um quarto sobrando.- Annya ficou nervosa.

- É o suficiente...- ele colocou a mão na bolsa e colocou um saco com moedas.- Quinze moedas de ouro, pela noite. - a senhora arregalou o preço com o valor.

- Será que tem como levar um kit médico e dois pratos do jantar?- Annya pediu.

- Claro...o dinheiro paga tudo.- a senhora tentou sorrir, ela entregou a chave. Os dois subiram as escadas da hospedaria devagar.

- Não sabia que você era um ator?

- Poderia até ser um figurante em uma peça.- a garota riu.

A Estrela Amaldiçoada Where stories live. Discover now