O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.
John Dryden
ANY GABRIELLY POV'S
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Esquecê-lo. Eu preciso. Mas falhei miseravelmente em todas as vezes que sequer, tentei. Eu já não comia direito, eu já não dormia direito. Eu apenas... Apenas pensava nele.
Flashbacks da última vez que o vi rondava minha memória, eu ainda sentia seu olhar decepcionado cravado em minha pele. Eu quis assim. Eu o afastei de mim. Porque ficar perto dele me traz uma diversidade de sentimentos estranhos. Porque quando fico perto dele eu me transformo em outra pessoa. Eu já sabia o que estava acontecendo, e eu me nego a aceitar isso. Se apaixonar é como dar um tiro no escuro. Você não tem certeza de nada. Portanto, as chances de ter seu coração quebrado é alta. E eu não queria ter o meu quebrado, pois sei que não teria forças para colá- lo novamente. De fato, dizem que o amor vence tudo, mas o tempo, vence o amor. Tenho certeza disso.
Naquela noite, eu me encontrava na sacada do meu quarto, observando o único satélite natural da terra, tem algo que sobre a lua que nunca saberemos, segundo uma citação, a lua é o lar das pessoas sozinhas. Bom, ali estava eu.
No outro dia de manhã eu já me encontrava pronta 'pro trabalho. Agradeço aos céus por eu ter acordado com um ânimo melhor, pois eu juro que estava entrando em piloto automático.
Na quarta eu pensei nele.
Na quinta eu me odiei por pensar nele.
Na sexta eu simplesmente adimiti : eu sentia saudades dele. Mas ainda assim, não poderia tê-lo.
Dois meses depois, eu tentava me manter lúcida. Foram os dois piores meses da minha vida. Menti para todos e principalmente 'pra mim que eu estava bem. Mas por dentro, eu queria morrer. Eu não me lembro o dia nem a hora que eu permiti que Josh Beauchamp cavasse um buraco tão fundo em meu coração no qual ele se alojou lá. Tudo, absolutamente TUDO me lembrava ele. Sua presença fantasmagórica me atormentava todos os dias, mas a gota d'água foi quando eu o vi na cafeteria. Ele parecia bem, mas não parecia feliz. E eu sabia que uma parcela disso era culpa minha.
- FLASHBACK ON -
Os primeiros raios da manhã bateram em meu rosto e eu me odiei por não ter fechado a persiana na noite passada. Me agasalhei mais entre os cobertores em uma tentativa de voltar a dormir por mais alguns minutinhos, mas o som do despertador ecoou pelo quarto, me fazendo lembrar do inevitável: eu precisava ir trabalhar.
Levantei ainda meio grogue e fui fazer minhas higienes. De frente a pia, eu conhecia a mulher no reflexo do espelho. Olheiras faziam um contraste com a minha pele escura. O brilho que eu costumava ter em meus olhos, não consigo mais ver. Ali naquele espelho eu via uma mulher medrosa, segundo ele, uma mulher covarde. Eu nunca acreditei que podia amar alguém, sempre acreditei que eu me bastava. Mas a verdade é que eu me basto, mamãe sempre me ensinou a importância do amor próprio, e quando ela se separou do meu pai, eu tive a plena certeza que o amor só servia 'pra machucar. Então jurei pra mim mesma que nunca me apaixonaria. Mas aí ele chega e eu sei lá.
