Prólogo

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[ Olá amigos leitores, venho trabalhando e escrevendo essa história tem alguns dias e queria agradecer a quem está aqui começando a ler. Quem puder ajudar, votando e dando engajamento, eu vou agradecer muito! Trabalhei bastante na história e espero, de coração, que todos vocês gostem.]

Aguardo a sincera opinião de todos vocês para eu poder adaptar e melhorar, é isto, boa leitura.

Eu seguia para o rumo norte da floresta branca de pinheiros. O inverno tinha atingido seu ápice e o frio veio com força total como um vento de uma tempestade, congelando minhas mãos dormentes cobertas por luvas de couro já gastas, que logo já não teriam mais utilidade. Eu precisaria me apressar, já que a opção de congelar até a morte não me parecia uma boa ideia.

         Estava cada vez mais difícil encontrar um abrigo entre as rochas para fazer uma fogueira na qual eu passaria mais uma noite. Tudo que se via ao meu redor não eram mais rochas ou cavernas, como as que estavam no caminho de volta à aldeia que eu havia deixado, mas sim, apenas pinheiros e diversas espécies de árvores já cobertas pela neve que caia há mais de uma semana sem parar.

        Apesar de eu ter um bom condicionamento físico, por causa dos treinos com arcos e flechas, espadas e uma variedade de adagas todas as manhãs no meu antigo lar, meus pulmões arfavam com cada vez mais dificuldade de manter uma respiração regular e constante devido ao ar rarefeito.

Eu havia desertado a aldeia de Urilc há cinco dias, apenas com o objetivo de viajar rumo ao norte, para além da muralha mágica que separavam os dois povos e até então já tinha percorrido tantas milhas que eu não fazia mais ideia de quanto tempo faltava para que os mantimentos que eu estava racionalizando nos últimos dias, acabassem de vez.

      Me peguei pensando sobre como tudo mudou do dia pra noite. Tão rápido. Ainda me lembrava do olhar de raiva e medo de Selena pra mim e de Silas erguendo sua espada como se eu fosse uma aberração, todas as revelações daquela noite ainda me assombravam profundamente. Tudo no qual eu acreditava era uma farsa, eu era uma farsa.

    Não sabia se deveria voltar. Apenas sabia que  as palavras que saíram da boca de minha irmã ainda doíam tão profundamente, que comparando, parecia apaziguar um pouco a sensação da dor física de estar congelando viva, que eu sentia agora.

Apesar do dia ensolarado e o sol logo acima daquele labirinto de troncos e folhas, o frio invadia meu corpo, fazendo com que um calafrio me percorresse, se tornando quase impossível não tremer diante das várias brisas que vinham na minha direção. Eu vinha arrastando meus pés sob a neve fofa, e com todas as peles que me cobriam ficava ainda mais difícil de suportar o peso de meu corpo sob meus pés. E talvez fosse para preencher minha cabeça com uma distração, então tudo o que eu conseguia fazer era repetir a mim mesma durante todo o trajeto:

Apenas mais algumas horas. Eu preciso sobreviver apenas por mais algumas horas — minha voz não passou de um sussurro que se condensava assim como o ar que saia de minha boca.

           Continuei repetindo aquilo na esperança de que o tempo passasse mais rápido. O peso sob meus ombros, faziam com que eles se curvassem de cansaço e exaustão. Estava tão concentrada e perdida naquele pensamento repleto de esperança e desespero que então foi que vi... a muralha.

         A muralha mágica que separava as terras humanas das terras feéricas. Eu conseguia ver o limite.

          Eu conseguia ver onde terminava as árvores cobertas de neve e começava a floresta verde, rodeada por flores brancas, rosas e vermelhas da corte primaveril que tanto escutei as histórias ao redor da fogueira na aldeia de Urilc.

          Ali eu encontraria tudo de que precisava saber, bem ali. A apenas poucos metros de distância e então nada mais importaria.

           Eu caminhei até o limite, achei uma brecha batendo minhas mãos pela muralha e atravessei sem hesitar.

Corte de sombras e sonhos Where stories live. Discover now