Capítulo 38

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[Olá amigos leitores, esses dias foram um pouquinho corridos mas esse capítulo finalmente saiu. Este capitulo possui uma trilha sonora em determinado momento. A música se chama: War of hearts - Ruelle.
Obs: cada vez que vocês virem a minutagem (00:00) por favor ativem a música na minutagem requerida. É isto, espero que gostem. Boa leitura]

Aislinn:

        Vivo.

Atticus estava vivo.

       Não só vivo, como também, tinha uma vida depois de tantos anos em que acreditamos que ele estava morto. Uma vida, na qual ele conquistou o grande título de general no exército de Arthurus, nosso inimigo.

         O pai das pessoas que me torturaram. O homem que me sequestrou, permitiu e assistiu às horas em que a dor me dominava e minhas costas se queimavam, cheirando a carne pútrida e torrada.

            Fiquei imóvel conforme observei o rosto do general, que apesar de parecido com Liam, já tinha rugas do envelhecimento mortal e algumas cicatrizes lhe cobriam seu rosto - na testa e na bochecha. Atticus sorriu para mim e o meu sangue gelou dentro de minha veias.

— Não. Não é possível. Você... você está morto. — sussurrei incrédula.

— Você não está totalmente errada. Meu filho me fez esse favor — ele falou olhando para Liam — e deixou com que todos acreditassem em minha morte quando na verdade eu apenas escolhi um jeito de recomeçar.

— Em Hybern? — tive a coragem de perguntar.

— Ah sim, Arthurus me ofereceu uma proposta bastante tentadora. Foi esse o preço por ter que observar o paradeiro da pedra por 16 anos.

         Entrei em choque, chegando a conclusão de que todo esse tempo nas terras humanas Arthurus tinha consciência de cada passo meu.

— Ah, vamos. Não fique tão surpresa — o general falou com uma risada sombria — Meu rei requer a sua presença, imediatamente.

— Não! — Adriel gritou atrás de mim e gemeu de dor com o movimento. Eu queria protegê-lo e cuidar de seu ferimento mas com soldados aqui... — Você não vai levá-la a lugar algum!

          Atticus emitiu uma gargalhada ruidosa que fez meus instintos entrarem em alerta com medo irradiando por todo o meu corpo me fazendo estremecer.

— Você não está em posição de exigir nada, Adriel. — ele falou simplesmente.

— Como sabe o nome dele? — disparei a pergunta de forma ríspida.

— Há tanta coisa que eu sei, Aislinn. Coisas que nem mesmo você tem conhecimento.

       Aquilo não era exatamente uma resposta. Então eu esperei, erguendo o queixo tentando me manter firme enquanto levantava a guarda da adaga e da espada em minhas mãos.

— Sei de muitas coisas, garota. — ele prosseguiu e eu continuei encarando — Você nunca se perguntou por quê veio parar nas terras humanas? Ou o por quê o seu treinamento sempre falhava quando homens atacavam você?

          Dei um passo para trás, atônita demais para pensar e Adriel esticou sua mão até a minha perna, como se soubesse que apenas aquele toque poderia me manter no controle.

— Vocês... vocês fizeram isso. — afirmei com a voz surpreendentemente firme mas ainda cheia de medo.

— Arthurus planejou cada passo da sua vida. Você não teve escolha sobre praticamente nada, menina. Ele precisava que você ficasse forte e aprendesse a controlar as suas habilidades até que pudesse controlar o poder pedra para nós.

Corte de sombras e sonhos Where stories live. Discover now