A verdade que dói

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Olá abelhinhas, faz alguns dias desde que nos encontramos. Sentiram a minha falta? Espero que sim, por que hoje vim contar o que aconteceu depois daquele fatídico momento em que Penelope Featherington reencontrou Colin Bridgerton...

Eu poderia dizer que as pernas de Pen tremeram, que seu coração disparou e ela se viu completamente alheia a tudo o que se passava ao seu redor, assim como poderia lhes contar que Colin parou de respirar por alguns segundos ao pousar seus olhos sobre ela, e que o magnetismo daquela mulher o fazia ter vontade de correr por entre as pessoas e atirar-se a seus pés, implorando por seu perdão e para que ela fosse sua, não apenas naquela noite, mas para o resto da vida.

Todavia, o que realmente aconteceu é que Cristine convidou a Pen ocupar a cadeira vazia ao seu lado e deu início a entrevista antes de Featherinton falar sobre a importância daquele artigo. A mediadora perguntou sobre a carreira da jornalista e quis saber de sua vida no Brasil.

- Então você é uma apreciadora da música brasileira? – Indagou a mulher sorridente, Penelope sorriu grande ao lembrar-se dos jantares e passeios com os amigos.

- Definitivamente, sim. – Concordou a loira. – Costumo sair com amigos para jantar ou para um happy hour e sempre acabamos em algum lugar com música ao vivo.

- Por falar em amigos, Clarice me contou por telefone que você adora forró, isso é verdade? – O rosto de Penelope se tingiu de vermelho, ela ia matar a amiga na primeira oportunidade que tivesse. Constrangida, a moça riu.

- Quem não gosta de Wesley Safadão, não é mesmo? – Brincou, arrancando risadas dos presentes.

Enquanto a conversa se desenrolava e tomava rumos mais sérios, a garota Featherington podia sentir a pressão de ser observada, não apenas pelas pessoas que estavam ali para assistir e comentar sobre os temas da palestra; havia algo mais. Uma espécie de conexão que se estendia por todo ambiente, sufocando-a e impedindo que ela se esquecesse de quem acabara de ver nos fundos da sala. À bem da verdade Penelope achou que estava enlouquecendo, afinal, o que ele faria em um evento como aquele. E foi com esse pensamento que se impediu de olhar para um ponto específico da plateia e limitou sua atenção apenas a Cristine as pessoas da primeira fileira.

- Você comentou em sua passagem por Bruxelas que costumava se identificar como uma DUFF antes de conhecer sua melhor amiga. Conte-nos um pouco sobre isso e como a influenciou a escrever o texto, que pelo que soubemos lhe rendeu alguns prêmios. – A tranquilidade da apresentadora não alcançou Penelope, ela sabia que seria abordada sobre o assunto, só não imaginou que fosse na frente de...

Não, isso é coisa da sua cabeça, você não viu Eloise em lugar algum, então não haveria razões de qualquer outro Bridgerton estar ali. Com certeza é sua mente lhe pregando peças. Obrigou-se a pensar, notou quando alguém se aproximou pela lateral do palco com uma bandeja em mãos, a pessoa trocou o copo quase vazio por um cheio e Pen suspirou, ao menos poderia ganhar alguns segundos bebendo água enquanto processava a resposta que daria. Virou-se para agradecer a gentileza e sentiu o coração parar, seus olhos arregalaram-se em surpresa ao se deparar com Anthony Bridgerton trajando camisa social branca, calça preta e um avental da mesma cor preso ao redor dos quadris, ele sustentava um meio sorriso típico de quem sabia demais.

- Está tudo bem, Penelope? – Cristine perguntou trazendo a moça de volta a realidade, a loira assentiu sorvendo o liquido transparente com rapidez. Ela estava alucinando, desde quando Anthony largara a carreira de analista financeiro para se tornar garçom? Só faltava encontrar Daphne servindo canapés ou Francesca fotografando o evento, era loucura, com certeza.

- Desculpe, está um pouco quente aqui. – Disfarçou tornando a falar com a mulher, que parecia preocupada. – Nós falávamos sobre a época de DUFF, certo? – Recuperando-se do choque, decidiu seguir com a narrativa. – Eu costumava ser muito reservada, nunca fui do tipo popular ou que faz amigos com facilidade, e sendo assim minhas irmãs eram sempre convidadas paras festas e eu ficava em casa com meus livros e filmes. – A loira deu de ombros, percebendo que a sala ficou em silêncio enquanto ela falava. – Foi no oitavo ano que isso mudou, uma garota nova havia chegado na classe e ela era muito expressiva, totalmente diferente de mim. A professora de história fez de nós uma dupla, e foi imediata a mudança, depois daquele dia ela sempre ia a eventos, festas e participava de esportes, por consequência eu a acompanhava. Nos tornamos melhores amigas, desde então. – O sorriso que preencheu os lábios de Penelope foi tão genuíno que se tornou impossível não corresponder.

5 motivos para não se apaixonar por mimWhere stories live. Discover now