Ar.

E a sua falta.



Falta de ar
Que se alastra
Pelos meus pulmões
Fazendo-me perguntar se ainda há opções.

Para viver.
Morrer.
Entristecer.
Florescer.

Falta de ar
Que atraí a sua obsessão
Mente sagaz
Que não se deixa vencer até então.

... Mente esperta
Que burla as leis.

... Falta de ar
Que trás-me ao céu.
Olhos felinos
Que me trazem a esses reinos.

Olhos espertos
Que fitam sem querer
Aquele que gostaria
De sofrer!

A eternidade passar
Sendo aquilo que adora.
Num simples piscar
Poder brincar lá fora.

Seu corpo enfermo,
Doente, está coberto
Por aqueles panos
Os quais os sons se assemelham a pianos.

Frutos solenes
Feitos de madeira e leite
A uma quentura sem fim
Feitos para o seu deleite.

Papéis dourados
Que se passam por coitados,
Pois enganam a todos
Trazendo-os a maior ganância.

Pedidos não atendidos
A descrença em seu olhar
Era tanta, mas tanta
Que o fez desacreditar.

Aquelas novas imagens
Para si, eram bobagens
Seus pedidos nunca atendidos
E ainda lhe chamavam de covarde.

Consequências nunca são amenas
Nada é fácil, afinal.
E tudo, inesperadamente, tem um final.

A falta de ar se misturava
A dor de seu coração
Rápida como um vulcão
Era a sua punição.

Justa.
Era tudo o que não era
Se perguntava o que fez
“ — Era tudo bobagem”, desfez.

Suas imagens
Pobres bobagens
Que o fizeram sofrer
E hoje, finalmente, morrer.

A falta de ar
Ataca seu coração
A falta de ar
Fazia parar o seu coração.

Respiradas ofegantes
De um final próximo
Risadas no salão
Por que ainda estava dando seu máximo?

Era seu destino
Tudo era destinado
Aquela punição?
Sempre teve que parar seu coração.

𝐍.¹⁵/⁰⁶           ☾︎__𝒜𝓈𝓈. 𝓓𝓮𝓾𝓼𝓪__☽︎

Meus adorados poemas.Onde histórias criam vida. Descubra agora