Imundície.

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Da cabeça aos pés, provinha dolorosamente das cicatrizes de seu torso, floresciam virtuosas as trevas de seu sorriso. Seus espinhos perfuram-lhe e fazem brotar tristeza.

As orquídeas prateadas em suas mãos são límpidas, puras, contrárias a si. Seus sussurros nomeiam-as de dignas, inalcançáveis.

Suas lágrimas corrompidas pelo rubro, escorrem pelo seu rosto e pingam no chão.

Em reação ao seu toque, as orquídeas absorveram suas lágrimas impuras e tornaram-se semelhantes a sangue.

Sua pele, embebida e envolta da mais errônea interpretação, revela-se transparente. Sentia-se abraçada, como num ciclo tênue, pelo erro.

Seus cabelos, em fios sórdidos, desciam graciosamente por seu corpo, rodeados de um ar fúnebre. Espalha-se a imundície que se reflete em sua superficial forma, que não se perfura ou encosta o âmago.

Aos olhos nús, sem alguma permissão do ser espúrio, teciam-lhe palavras e determinaram-lhe como imoral. Perdeu-se na própria gaiola, feita por mentes impróprias, que se julgavam mais límpidas.

As íris de seus olhos sorriam-lhe, trazendo ao seu corpo uma nova forma de dor.

Em seu rosto, uma flor nascia onde seus lábios estavam entre-abertos, em formato de delicadeza.

Floresceu.

De suas pétalas, caíram pecados.

De suas raízes, escorreram imundícies em forma de lágrimas, que possuíam a escuridão.

De sua essência, surgiu o vazio, que brotou como uma delicada rosa.

De seu âmago, floresceu nada. ❜

                ☾︎__𝒜𝓈𝓈. 𝓓𝓮𝓾𝓼𝓪__☽︎

Meus adorados poemas.Where stories live. Discover now