Prólogo

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Durante muito tempo de minha vida, as pessoas nunca quiseram estar perto de mim, bom, foi o que pensei. Olhando para o agora, eu notei que na verdade, foi eu quem me mantive afastada, sempre tentei me manter longe de tudo e de todos. E isso é frustrante.

    Sabe quando, do nada, você sente que deve mudar? Que as coisas não parecem mais suportáveis? Que falta algo? Eu percebei isso apenas agora. Nos meus quase dezoito anos.

   Depois dos meus treze anos, minha vida no colégio sempre foi resumida em: eu sozinha. Na época nunca me incomodei, até achava bom, mas isso não quer dizer que sempre fui uma pessoa solitária, de vez enquanto eu até que mantinha algum convívio com alguém, mesmo que por meros três dias. E minha vida fora do colégio meio que não mudava em nada.  Acho que ainda não encontrei algo com qual me identificar, mas de uma coisa eu sei, Nova Orleans não é o lugar para eu procurar.

    No colégio, mesmo querendo me tornar invisível, era impossível quando se é considerada a esquisitona. Isso é  hilário, porque todos a minha volta são esquisitos para mim. E, para falar a verdade, eu também sou uma pessoa julgadora, então meio que não posso muito querer defender meus conceitos com tanta convicção.

    Eu conheço a maioria dos alunos do meu colégio, principalmente o estúpido do Eric Bennett, ele é o único que ainda troca palavras comigo, mesmo que seja para me irritar, para piorar, nós meio que crescemos juntos, mas nunca fomos amigos.

    Eu só gostaria de uma oportunidade para poder fazer tudo do jeito certo, essa minha vida pacata já está acabando com os meus nervos, toda essa minha insatisfação me faz sentir raiva de mim mesma. Será que ainda é possível poder fazer tudo diferente? Será que ainda dá tempo para recomeçar?

    Eu descobri a resposta numa manhã de domingo.

Uma confusa ironia do destinoWhere stories live. Discover now