Capítulo 22

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No dia seguinte, já em casa, fico na sala assistindo a um filme com Oliver e Tyler, enquanto o dia começa a dar lugar a noite. Tyler veio junto conosco depois do colégio, pelo que fiquei sabendo, o garotinho insistiu para que sua mãe o deixasse vir brincar com Oliver. Eu dei risada com a cara de confuso de Eric quando viu o irmão acenar para ele do carro de meu pai, quando ele foi me buscar.

Pego mais pipoca da pequena bacia em cima da mesinha de centro.

— Você está comendo toda a pipoca — diz Oliver, para mim.

— Não estou não — digo, levando um pouco de pipoca até a boca.

— Está sim — rebate Tyler.

— É só fazer mais depois — digo, de boca cheia.

Oliver levanta, pegando a bacia de pipoca, a colocando entre ele e Tyler.

Balanço a cabeça.

A campainha toca, e dessa vez minha mãe é quem atende.

— Eric! Como vai? — minha mãe diz, animada.

Arregalo os olhos ao ouvir o nome de Eric. Eu já suspeitava que ele viria buscar o irmão, mas ainda tinha um pingo de esperança de que não fosse ele, é estranho como eu tenho vontade de estar em sua companhia e ao mesmo tempo não.

— Boa noite, Sra. Morris — escuto Eric dizer.

— Entre, por favor. Tyler está na sala — ela diz, e segundos depois escuto a porta ser fechada.

Percebo Eric se aproximando, levanto o olhar para ele, e quando encontro seu olhar algo parece preencher meu coração, o que me deixou incomodada.

— Fique a vontade — minha mãe diz.

Eric sorri em resposta, e logo ela some para a cozinha.

— O que estão fazendo? — Eric pergunta, me encarando e sentando em um sofá ao lado.

— Assistindo — respondo, simples.

— E a Amelie está comendo toda a pipoca — Tyler diz, olhando para o seu irmão.

— Ela é esfomeada — Eric diz, e eu jogo uma pipoca em sua direção.

Eric sorri, balançando a cabeça.

— Nós já vamos ir embora? — Tyler pergunta para Eric, um pouco entristecido.

— Alex está nos esperando — ele responde.

Tyler levanta, cabisbaixo.

— Por que não ficam para o jantar? — meu pai pergunta, entrando na sala.

De novo não.

Por um instante desejei que ele ainda estivesse em seu escritório.

Olho para Eric com um olhar suplicando para que ele recusasse novamente. Eric desvia o olhar de meu pai, e o seu sorriso de canto de boca discreto, lançado para mim, me fez ter certeza que, dessa vez, ele não recusaria.

— O que você acha Tyler? — Eric pergunta, desviando o olhar de mim, para o seu irmão.

Diz não, garotinho.

Desejo internamente.

— Eu quero — Tyler diz, animado.

Deixo escapar um pequeno suspiro em frustração.

— Então ficaremos — Eric diz, olhando agora para o meu pai.

— Que bom — meu pai diz, sorrindo abertamente. — Querida! Vamos ter companhia no jantar — ele diz, agora indo para a cozinha.

Uma confusa ironia do destinoWhere stories live. Discover now