Capítulo 25

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Os acontecimentos de ontem, serviram para me tirar uma noite de sono, a lembrança do meu beijo com Eric não querendo sair de minha mente. Estou confusa. E tudo parece uma confusão dentro de mim, um batalha interna de sentimentos e questionamentos. Não compreendo o que se passa comigo. Tudo parece novo.

Ontem eu até pensei em mandar mensagem para Eric e enchê-lo de perguntas, mas me acovardei, e acho que eu estava tão perdida e em choque, para conseguir conversar com ele.

Já de manhã, antes mesmo de meu despertador tocar, me levanto, e ando de um lado para o outro no quarto, querendo respostas. Por que Eric está me fazendo sentir essas coisas? Quando ele me beijou algo pareceu finalmente se libertar dentro de mim, algo bom, que não consigo descrever perfeitamente.

Embaraço meus cabelos e corro para a minha mesa de escrivaninha, abrindo meu notebook. Me sinto uma pré-adolescente procurando na internet o motivo de estar sentindo tudo isso, leio cada palavra atentamente, entrando em quase todos os sites que apareceu, me negando a acreditar no que diz em cada um, me negando a aceitar o que acabei de ler.

— O quê? Eu não posso estar gostando dele. Isso é ridículo — digo, quase histérica.

Fecho meu notebook com força.

Por que isso agora?

Eric só me irrita, não tem como e nem por que eu criar sentimentos por ele, isso é um absurdo. Não é? Inspiro e expiro lentamente, e fecho os olhos, tentando me acalmar, e acalmar o meu coração. Mas eu sei que o que eu digo está indo contra aquilo que estou sentindo.

Me jogo novamente na cama, afundando meu rosto em uma almofada, me permitindo soltar um grito em frustração e desespero, o que parece ter ajudado, mesmo que parcialmente. O barulho esganiçado do despertador ecoa pelo quarto, levanto a cabeça o encarando emburrada, como se o objeto só piorasse tudo.

Isso significa colégio, e colégio significa encontrar com o Eric.

Bufo, e afundo novamente meu rosto na almofada, soltando um resmungo. Tentando com todas a forças, saio da cama e me dirijo para as escadas, ainda de pijama, meus pensamentos longe.

Chego na cozinha, com uma cara que entregava que não dormi bem, encontrando minha mãe preparando um chá, ela olha para mim, e franze o cenho.

— Por que ainda não está pronta?

— Eu posso faltar hoje? — peço, com uma expressão chorosa.

— As provas finais já estão chegando. Então não é bom você faltar.

Suspiro, derrotada.

— Por que não quer ir para a escola hoje? — ela pergunta, levando a caneca com chá até a boca, soprando um pouco a sua borda.

— Só estou cansada.

— Quer um pouco de chá? — oferece.

— Não — digo, fazendo uma careta. — Vou me arrumar.

Saio da cozinha arrastando os pés, vendo que não terei escapatória.

***

Fico olhando para o colégio, ainda dentro do carro, minhas pernas não querendo sair do lugar.

— Está tudo bem? — meu pai pergunta.

Sua voz me faz voltar a realidade.

— Sim, sim — respondo, um pouco nervosa.

— Já chegamos. — Ele aponta para o colégio.

Uma confusa ironia do destinoWhere stories live. Discover now