Capítulo 12

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Encaro o céu preenchido pelas nuvens, numa manhã de sábado, vendo aos poucos as nuvens caminharem e se modificarem, e o sol escondido por entre elas. Estou deitada na grama do quintal de trás da casa.

Tento repassar em minha mente tudo o que aconteceu desde que coloquei os pés nessa cidade, e chego a conclusão de que as coisas estão indo bem, do jeito normal, na medida do possível, sem imprevistos ou algo no qual me faça querer não ter vindo para cá. O que me faz pensar em Eric, mas o afasto dos pensamentos rapidamente. Inspiro, e solto o ar calmamente, fechando os olhos assim que sinto os poucos raios solares encostarem em minha pele, trazendo uma sensação aconchegante.

Meu celular, que está jogado um pouco afastado de meu corpo, vibra e escuto uma notificação. Estico meu braço, ainda deitada, e pego o celular, vendo uma mensagem de Miles. Desbloqueio o celular e entro no aplicativo de mensagem.

Miles: Está aí?

Eu: Estou.

Envio, e Miles responde logo em seguida.

Miles: Ah, bom dia.

Eu: Bom dia.

Miles: O que você está fazendo agora?

Eu dou um sorriso antes de responder.

Eu: Nada.

Miles responde com um emoji com carinha de entediado. Eu dou uma risada mínima.

Eu: Por quê?

Miles: Só gostaria de lhe comunicar para nos encontrarmos amanhã na estação de metrô, estou pensando em ir no shopping principal. Sabe onde é?

Eu: Não, mas eu me viro para achar.

Miles: Se quiser, eu passo aí para te buscar.

Afasto um pouco o celular para pensar numa resposta.

Eu: Está bem.

Miles: Certo, passo aí, depois do almoço.

Lembro de Judy.

Eu: Eu poderia levar alguém?

Miles: Pode, contanto que não seja nenhuma das pessoas as quais eu já deixei claro minha antipatia.

Solto um sorriso.

Eu: Não é ninguém da sua lista negra.

Miles: Então, o.k. Tenho que ajudar meu pai no mercado hoje. Até.

Eu: Até.

Saio do aplicativo e desligo o celular. Me levanto do chão, passando a mão pela minha roupa, para tirar os resquícios de grama que ficaram grudadas. Me espreguiço e vou para dentro de casa, sentindo minhas costas doerem um pouco, por ter ficado deitada por tanto tempo em uma posição só.

Assim que chego na cozinha, abro a geladeira e pego uma garrafa de suco de laranja e o sirvo em um copo. Sento no banco perto da bancada da cozinha, e tomo um gole do suco, fazendo uma careta assim que sinto o gosto aguado do suco de laranja. Meu celular toca.

Quando vejo que alguém está me ligando fico um pouco perdida, pois alguém me ligar é algo difícil de ocorrer, a não ser que sejam meus pais, ou a operadora telefônica. Meio relutante, atendo o celular.

Uma confusa ironia do destinoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora