Capítulo 15

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"
-a recepcionista... Ela se atirou do topo das escadas de emergência "

S/N sentiu o coração acelerar e os olhos se arregalarem.

Ela viu acontecer, estava lá, viu o desespero da mulher que a pouco tempo tentava lhe alertar sobre demônios brincando com as horas.

Ela viu a mulher se matar e agora ja não tinha certeza que era um sonho ou não.

Deixou Taehyung e o diretor conversando e andou meio cambaleante até os elevadores.

Chamou o elevador e apertou para ir até seu andar, a ala D.

Assim que as portas se fecharam ela encarou o próprio reflexo vendo os olhos um tanto vermelhos.

Passou as mãos nos cabelos os ajeitando.

Não podia fingir que nada estava acontecendo, não estava louca.

Sonhou com a mulher se matando, sonhou com Yoongi a forçando a pular.

Iria direto para o quarto 6124 cortar os remédios que o sedavam, e então esperaria.

Foi o que ela fez.

Entrou no quarto e parou ao pela primeira vez encontrar Min Yoongi sem sua camisa de força.

Estava algemado a cama e tinha uma agulha em seu braço enviando sedativos diretamente para seu sangue.

Meio incerta, ela caminha até o paciente e com cuidado puxa a agulha( nada pequena) para fora do corpo dele.

Ele não se mexe, então s/n pega a cadeira e senta a uma distância considerável do paciente.

Fica la por mais ou menos uma hora e meia até que ele comece a se remexer na cama.

Ficou remoendo e lembrando de cada detalhe do sonho que teve, na relutância da mulher, nos machucados nos braços, nas palavras do paciente.

"Seu deus não pode te ajudar"

Franziu o cenho... O que Yoongi era a final?

-bom dia doutora- ouviu a voz rouca e arrastada do Min.

Ela não responde.

-está mau humorada?- els podia ver que ele não estava desperto 100% mas fazia um esforço para conversar.

-uma pessoa acabou de morrer, como quer que eu esteja?

-ah sim, você estava la não é doutora?- ele ri grogue.

-não! Aquilo foi um sonho- tenta até mesmo se convencer.

-você sabe que não.

-por que está fazendo isso comigo.

-porque eu gosto, me diverte, e também porque você é minha.

Ela suspira.

-eu estou cansada disso tudo.

-então faça como eles.

-como quem?

-como a mulher e como o irmão de Taehyung.

Ela sente o coração acelerar.

-você quer que eu me mate, Min?

Ele ri novamente, dessa vez parecendo mais centrado.

-Não meu bem, quero que abra seus olhos e perceba o que está debaixo do seu nariz.

6124 a encara profundamente e ela sente como se ele fosse capaz de ler até mesmo sua alma.

-então me diz.

-você ja sabe, só precisa aceitar.

-nao, ja chega.

-eu digo quando chega ou não doutora- disse serio, seu tom de voz era amedrontador.

Ela abaixa a cabeça em silêncio.

-você os conhece não é?

-quem?- pergunta em um fio de voz.

-meus amigos.

Ela estremece. Não falaria sobre Hoseok nem Taehyung.

-você não tem amigos.

-tem razão, mas eu tive. Eu conheço eles doutora, conheço as fraquezas e pontos fortes de cada um deles assim como eu conheço as suas.

-o que quer dizer com isso?

Min ri mais uma vez e então se senta na cama de frente para a doutora sentindo o pulso repuxar para trás.

-quer dizer que não importa onde eles estejam, com quem estejam ou quanto tempo faz... Eu sempre vou poder brincar com eles como eu bem entender... Eu devia brincar com Hoseok? Ele parece importante para você.

-NAO!

Ela fica de pé o encarando.

-é... Ele é importante pra você, mas cadê ele? Eu sinto o seu desespero, eu sinto seu medo e eu sinto esse vazio... Ele te deixou não é? Deixou sozinha passando por tudo isso... -estala a lingua no céu da boca.

-mentira!

-é? Então onde ele está? No apartamento que vocês dividem? Ele esta esperando você chegar para jantar em e depois foderem? Não está não é?!

Ela fica sem reação por alguns segundos.

Como ele sabia sobre o apartamento com Hoseok?

-eu ja te disse, se você se render vai ser mais fácil.

-me render a você? Você está tornando minha vida um inferno!

-estou?

As folhas na mesa no quarto foram ao chão com brutalidade se espalhando.

S/N observou a cena sentindo o coração acelerar.

O suporte para soro que estava ao lado da cama de Min também caiu sem nem mesmo ter sido tocado.

-você não sabe nada sobre o inferno doutora.

Ela engole em seco e olha para a camisa de força que estava nos pés da cama.

Ato que não passa despercebido por 6124.

-você quer me prender novamente? A vontade, nada vai fazer parar até que você se renda.

-se você acha que eu vou me matar você está enganado.

-se matar? Eu ja poderia ter feito isso varias vezes por você, nao se preocupe...

-eu cansei por hoje- virou-se e deu seus primeiros passos até a porta mas parou ao ouvir um barulho de correntes se partindo.

Seu corpo gelou e o coração acelerou.

Sabia que ele havia se soltado.

Não ousou mover nem um músculo.

Ouviu os passos e não demorou a sentir a respiração contra seu pescoço.

-você não faz ideia do futuro que nos espera doutora.

-sai, por favor- ela pede ja entrando em desespero e ele ri.

-Não vai demorar muito mais.

-O que não vai demorar?

"1,2,3,4,5,6.1,2,3,4,5,6.1,2,3,4,5,6..."

Ele começou a sussurrar e voltou a se sentar na cama.

Ela aproveita o momento para air até a porta.

-doutora?

-quando quiser saber como é o verdadeiro inferno fale diretamente comigo. -ele ri debochado- eu venho de la e é pra lá que vou levar você.

Quarto 6124Where stories live. Discover now