Capítulo 52

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Camila entrou no elevador de mãos dadas com o marido, agradeceu em silêncio por mais um casal estar presente, pois o caminho do salão de festas até o hotel já tinha sido desgastante demais. Subiram até o quarto andar em  silêncio, mas quando entraram no quarto, começou o seu martírio.
- Eu tenho vontade de te matar, Camila.- gritou ele, indo pra cima dela, a pegando pelo pescoço.
- Me solta!- gritou Camila, se debatendo.
- Eu avisei pra tomar cuidado com o que falava, e você deixou aquele verme te beijar.- falou ele, ainda apertando seu pescoço.
- Está me machucando.- falou ela, com lágrimas nos olhos.
- Machucando?! Machucado estou eu com aquela cena na nossa festa.- gritou ele, a empurrando contra o encosto do sofá.
- Para!- berrou ela, enquanto as mãos dele subiam seu vestido e rasgava sua calcinha.
- Você agora é minha mulher, Camila, e é bom se acostumar, porque gosto de algo um pouco mais violento.- falou ele, se metendo dentro dela com força, enquanto puxava sua cabeça para trás, pelos cabelos.
- Para, Alessandro.- pediu ela chorando, e tentou se soltar quando sentiu ele passar a cabeça do pênis em seu ânus.- Não, não, não!- gritou.
- Eu adoro comer um cuzinho, Camila e um virgem como o seu só me deixa mais louco.
     Camila soltou um grito de dor quando ele introduziu o pênis em seu ânus, sem nenhuma delicadeza, machucando-a. Sentiu ele gozar dentro dela para depois a soltar, e deixou-se escorregar para o chão, chorando.
- Agora você vai tomar um banho, eu vou descer até o bar para beber alguma coisa e quando eu voltar vou te fuder de novo.- falou ele, a pegando pelo queixo.
- Nunca mais você vai por essas mãos em mim de novo, seu verme maldito.- falou ela, cuspindo as palavras.
- Tem certeza?- perguntou ele, com cinismo.- Acontece tanto acidente com crianças hoje em dia, não é não?!
     Camila se levantou e foi pra cima dele de soco.
- Eu te odeio, Alessandro!
Alessandro a segurou pelos punhos, apertando-os com força.
- Isso já não me importa mais, Camila. Você agora é minha e nunca mais outro homem vai chegar perto de você.
Camila puxou os braços e saiu correndo para o banheiro. Tomou um banho demorado, onde as lembranças de dias vividos ao lado de Henrique, tomaram conta de seus pensamentos. Sabia que agora seus dias seriam infernais e teve ódio de si mesma ao reconhecer que fora fraca e medrosa ao não aceitar o pedido daquele que amava mais do que a si própria. Saiu de banho e se trocou. Pegou sua bolsa e foi até a porta, mas desistiu de girar a maçaneta e fugir. E se aquele louco fizesse alguma coisa contra o sobrinho? Não podia arriscar a segurança do menino. Soltou um grito de dor e correu para a cama, onde se atirou e acabou adormecendo de tanto chorar.
Acordou quando sentiu suas pernas sendo acariciadas com beijos. Sentou-se depressa, se encolhendo contra a cabeceira da cama.
- Venha cá, Camila.- chamou Alessandro.
- Por favor, Alessandro. Você me machucou.- falou ela, com lágrimas nos olhos.
- Eu não vou te machucar, agora.- falou ele, se aproximando e a tomou num abraço carinhoso.- Me perdoa.- pediu ele, acariciando seus cabelos.- É que eu fico louco de ciúmes, e ver você aceitando o beijo daquele desgraçado, me fez perder totalmente a razão.
Camila não disse nada, não que não tivesse vontade de jogar na cara dele, todo o asco que tinha por ele, mas por medo dele lhe castigar sexualmente. Aceitou o beijo que ele lhe deu, que veio com carícias que só aumentavam o seu ódio por ele e por ela mesma. Enquanto ele gemia dentro dela, Camila se contorcia por dentro, de raiva, de nojo. Quando ele saiu de cima dela, saiu para o banheiro e chorou, sentando-se no chão.

Janaina ouviu uma batida na porta e foi abrir. Sorriu ao ver o namorado, que lhe sorriu de volta com ternura.
- Bom dia!- disse ele, lhe dando um beijo na boca.
- Bom dia!- disse ela, fechando a porta.
- O que há de tão importante que não podia esperar até a noite?- perguntou ele, se sentando na cama.- Nunca fizemos amor aqui.- falou ele, com malícia.
- E há a possibilidade de ainda fazermos?- perguntou ela, o semblante triste.
- Da minha parte sim.- respondeu ele, se levantando.
- O que você resolveu, Luiz?
- Não vou passar por cima da vontade de sua irmã.- respondeu ele.- Se ela acha que o melhor para o menino é crescer junto com o Eduardo, não vou me opor.
- Mas você disse que queria reconhecer a paternidade.- disse Janaina, aliviada.
- Disse sim, e se Mariana aceitasse, eu o faria de bom coração. Mas eu sei que deve ser difícil pra ela também, afinal, Eduardo reconheceu a criança mesmo sem ter certeza de que ele era o pai biológico, e uma coisa temos que aceitar, Eduardo é um bom pai.
- Bom, não vou negar que fiquei aliviada, mas...como vai ser daqui em diante?
- Vamos seguir com nossos planos.- respondeu ele, a abraçando. - Não vamos para os Estados Unidos ano que vem?!
- Eu te amo!- disse ela rindo e o beijando várias vezes.

Henrique entrou no aeroporto olhando para todos os lados. Precisava convencer Camila a ficar com ele. Estava louco com aquela situação. Não aceitava a recusa dela em não ir com ele. Ela não tinha que ter mais nenhum medo por ele. Se ela aceitasse, estava disposto a ir pra qualquer lugar com ela. Olhou pelo salão e a avistou andando ao lado do marido para a sala vip. Pegou o celular e mandou uma mensagem.

Camila sentiu o celular vibrar dentro de sua bolsa. O pegou e seu coração falhou algumas batidas.
" Venha até o banheiro do salão."
Engoliu em seco ante a mensagem. Alessandro também atendeu o próprio celular e lhe deu as costas.
- Vou ao banheiro.- ela comunicou ao marido e saiu antes dele esboçar uma reação. Caminhou as pressas. Sentia-se uma adolescente fazendo algo proibido, é que talvez pudesse ser surpreendida a qualquer momento, e se isso viesse a acontecer sabia qual seria sua punição. Assustou-se quando sentiu uma mão a puxar para um canto, antes de chegar ao banheiro. Apoiou as mãos no peito forte do homem, reconhecendo seu cheiro. Seus olhos se encheram de lágrimas e não conseguiu segurar o choro.
Henrique a abraçou forte, lhe beijando o alto da cabeça.
- Minha patricinha, vem comigo.- pediu ele, lhe segurando pelo rosto, os polegares lhe enxugando as lágrimas.
Camila negou com um gesto de cabeça.
- Não posso.- sussurrou.
- Por que não me contou, naquela noite em que estivemos juntos, que esse maldito a tinha ameaçado?
- Eu não iria correr o risco de sua cirurgia ser um fracasso.- respondeu ela, dando um passo para trás.
- A cirurgia em si já era um risco, Camila.
- Eu sei, mas ela tinha tudo pra dar certo. Eu conversei com seu cirurgião, e ele me garantiu que seus nervos, suas ligações dos tendões da coluna estavam em perfeitas condições para a cirurgia. Eu tinha certeza que daria certo, e deu.- terminou ela, com meio sorriso. - E olha só você, aqui na minha frente agora...- Camila se calou para segurar o choro.- Eu te amo, Henrique, mas não posso ficar com você. Não me procure mais, por favor.- pediu, entre lágrimas.
Henrique a enlaçou pela cintura e tomou- lhe a boca num beijo desesperado, onde ela correspondeu com urgência. As línguas naquela dança mágica, que tinha o poder de fazer todo seu corpo estremecer.
- Eu vou te dar um tempo, Camila. - falou ele, quando o beijo terminou, a segurando pelas mãos.- Mas isso vai ser só até eu descobrir por que esse seu medo, daquele merda.
- Não tem nada pra descobrir, Henrique.- mentiu ela, soltando as mãos.- Eu apenas quero que meu casamento dê certo.
- Vou fingir que acredito nisso, Camila, por enquanto. Agora vai, só que se você olhar pra trás, eu te carrego a força comigo.- ameaçou ele.
- Seja feliz, Henrique e me deixe tentar ser feliz. Você teve sua oportunidade lá trás e fez de tudo pra me afastar de você. Agora vamos seguir nossos caminhos. Adeus!- falou ela e saiu, sem olhar para trás.

- Demorou.- falou Alessandro, impaciente.
- Demorei.- respondeu ela, e saiu andando na sua frente, pois já anunciavam o seu vôo. Primeiro passariam uns dias em Fernando de Noronha, depois de lá seguiriam para a Espanha.

Pra Sempre Em Teus BraçosWhere stories live. Discover now