Pra Sempre Em Teus Braços

Capítulo 14

Camila via os dias se arrastarem. Quinze dias estava parecendo um ano. Tinha vontade de conversar com Henrique, de vê-lo, de tocá-lo. Às vezes, achava que ia enlouquecer de tanto pensar nele, em fantasiar situações em que se encontravam e se amavam, mas não ia dar o braço a torcer, não ia ligar, não lhe daria esse gostinho de vê-la rebaixar-se. Tinha orgulho também.

Quanto a irmã, conseguira levá-la para fazer os exames e a ultrassom apontava que ela estava de quase três meses. Mariana não queria admitir, mas se emocionara ao ver a imagem do bebê se formando em seu ventre. Colheram o sangue do cordão umbilical para fazer os exames de DNA e com a amostra do tal professor, deu negativo. Ficara aliviada com isso, pois não conhecia pessoa mais arrogante que aquele homem. Ele lhe telefonara no dia seguinte ao teste e lhe ameaçara, dizendo que iria processa-la. Dissera para ele fazer o que bem quisesse, mas que se lembrasse que ela poderia acabar com a escola dele. O tal Diego lhe xingara de tudo quanto é nome, e não sendo obrigada a ouvi-lo, desligou o telefone na cara dele. Ele era totalmente sem noção!

Agora faltava falar com Eduardo, e era o que ela iria fazer nesse momento. Entrou no laboratório e encontrou o rapaz ali.
- Bom dia, Eduardo!- falou ela, sentando-se a seu lado.
- Bom dia, Camila. Henrique lhe disse que a inseminação em Pérola deu certo?- indagou o moço.
- Não.- respondeu ela.- Temos que cuidar muito bem dela, para que não aconteça o mesmo que aconteceu com Princesa.
- Com certeza.
- Eduardo, tenho um assunto delicado pra falar com você.- começou ela, fitando-o.
- Pode dizer, Camila. Por acaso, meu serviço não está agradando?
- O assunto é pessoal, Eduardo.
O rapaz se remexeu na cadeira. Já podia imaginar o que era.
- Você e Mariana andaram saindo, não?
- Camila, olha...
- Eduardo, não estou recriminando, mas ela é de menor, você sabe disso.
- Eu sei, mas é que gosto dela.
- Que bom saber disso.- disse ela, sorrindo.- E vocês nunca se protegeram nas transas?
- Não em todas só as vezes. Mas por que essas perguntas?
- Eduardo, Mariana está grávida.
O moço empalideceu.
- Sério?- indagou num som quase inaudível.
- Sério, mas não foi só com você que ela saiu.
- Nós não temos nenhum compromisso.
- Vamos fazer um teste de DNA...
- Eu assumo a criança.- cortou ele.
Camila o olhou surpresa.

Eduardo tinha os pensamentos a mil. Sim, assumiria a criança e a mãe, e com o tempo, assumiria os negócios do sogro, afinal, seria o primeiro genro do velho e conquistaria sua confiança.
- Eduardo, não estou dizendo isso.
- Mas eu assumo. Eu gosto da Mari.
- Nós vamos fazer o DNA.- falou Camila, firmemente.
- Eu assumo sem o teste.
Camila ficou sem saber o que dizer. Isso seria uma boa para Mariana, mas estranhava a atitude do rapaz, que sempre lhe pareceu soberbo demais.
- Vou conversar com Mari primeiro.
- Tudo bem.- concordou ele.
Camila lhe sorriu e saiu. Sentiu o celular vibrar no bolso da calça e atendeu.
- Alô?
- Camila?
- Oi.- disse não reconhecendo a voz.
- Oi, sou eu Alessandro. Tudo bem com você?
- Sim, e você como vai?
- Bem. Liguei pra te convidar a ir em uma festa comigo.
Camila ficou sem saber o que responder. Não queria que ele confundisse as coisas. Entre eles não haveria volta.
- Camila?
- Oi.- respondeu ela.- Eu não sei.
- Por favor, vamos.- pediu ele.
- Tudo bem, eu aceito.
- Pego você às 21:00hs.- disse ele todo animado.
- Okay.
- Tchau, beijo.
- Outro.- disse ela, desligando o celular. Por que não? Precisava se divertir, distrair a cabeça, conhecer outras pessoas, tirar Henrique de seus pensamentos.

Henrique andava entre as pessoas no leilão. Sentia uma certa saudade de uma patricinha que vivia em seus pensamentos vinte quatro horas. Se maldizia por ter se apaixonado por ela. Camila estava a uma certa distância dele. Por mais que dissesse que quem tomava conta de sua vida e suas escolhas era ela mesma, sabia que Roberto se oporia, se os dois viesse a ter um relacionamento.
Parou numa roda de homens, onde Roberto estava, e engatou uma conversa com um dos homens.