Capítulo 11

161 10 0
                                    


Camila foi atender a porta. Sorriu ao ver pai e filha. Deu um beijo no rosto da garota e apertou a mão de Henrique, que a puxou e lhe deu um beijo na face, raspando a boca no canto da sua, e isso foi o suficiente para deixá-la de pernas bambas.
- Entrem.- disse dando passagem a eles.
- Vitória!- disse Márcia se aproximando, dando um beijo e um abraço na filha do empregado.- Oi Henrique. Que surpresa boa. Camila disse que teríamos convidados, mas não disse quem.
- Eu disse que era uma surpresa.- defendeu-se Camila.- Conheci Vitória ontem e já me apaixonei por ela.- completou sorrindo.
- Vitória é uma garota amável. Ela me lembra você quando era pequena.- disse a mãe, abraçada à menina.
- Não é porque sou o pai, mas é difícil não gostar dela.- disse Henrique todo orgulhoso.
- Bia noite, Henrique.- disse Roberto entrando na sala.- E aí, princesa, como você está? - se dirigiu a menina, dando um beijo no rosto angelical.
- Estou bem, seu Roberto. Vou passar uns dias aqui com o meu pai.
- Também tenho um convidado.- disse o homem ao ouvir a campainha.

Camila olhou para o pai, já sabendo de quem se tratava.
- Boa noite!- disse Alessandro entrando na sala e entregou um buquê de flores à dona da casa.
- Obrigada, Alessandro.- agradeceu a mulher.
- Oi, Camila.- disse ele aproximando-se de Camila e lhe deu um beijo na face.
- Oi, Alessandro.- disse ela.- Este é Henrique e sua filha Vitória.- os apresentou.
- Como vai?
- Prazer.- disse Henrique, apertando a mão do rapaz.
- Obrigado pelo convite, Roberto.- falou Alessandro se sentando.
- Filha, busque uma cerveja para nós.- pediu o pai.
Camila o atendeu.
Passaram umas duas horas ali conversando, tomando cerveja e beliscando os aperitivos que Camila tinha preparado. Vez ou outra, os olhos negros e os cor de mel se cruzavam e sorriam. Camila reconheceu que, embora conhecesse Henrique a uma semana, já estava apaixonada. Era diferente das paixões que já tinha sentido. Ficava trêmula com aproximação dele, um desejo louco de poder se atirar nos braços fortes, de poder ouvir a voz grave invadindo seus ouvintes, de se alegrar com as gargalhadas que ele dava quando eu dizia alguma bobagem, mas ele parecia não corresponder a isso. Sim, sabia que ele a desejava, os beijos e as carícias trocados mostravam, isso mas era só.
- Veio para ficar, Alessandro?- perguntou a dona da casa, já a mesa de jantar.
Alessandro olhou para Camila, que estava a sua frente e disse:
- Sim, meu pai está meio doente, vou assumir a administração da fazenda.
- Seu pai é muito teimoso, isso sim. Do tempo que venho sugerindo a ele para que procure um médico.- falou Roberto.
- Eu sei, Roberto. Mas agora ele terá que se tratar.- disse o moço.- E você, Camila está trabalhando?- continuou, olhando para aquela que sempre amara.
- Sim, estou trabalhando com o Henrique.- respondeu ela sorrindo a olhar para Henrique, que estava seu lado.
Os dois homens trocaram um olhar ferino. Henrique percebeu que o outro tinha interesse em Camila, só em vê-lo olhar para moça. Reconhecer isso, lhe causou um leve sentimento de ciúme. Camila e Alessandro juntos? Não, não queria imaginar sua patricinha nos braços daquele mauricinho metido. O que era isso? Sensurou-se pela intensidade do pensamento. Será que estava ficando louco? Não tinha nada com Camila e nem teria.
- Está namorando?- perguntou o outro.
- Não.- respondeu Camila.
- Acho que não vou chegar a ver meus netos.- queixou-se Roberto, sorrindo.

Camila olhou para Mariana, que se mantinha calada na outra extremidade da mesa.
- Papai?!- falou Camila.- O senhor tem mais duas filhas.- continuou ela, querendo ver a reação do pai.
- Mas elas são minhas meninas, ainda são crianças.- falou o pai.
- E eu não sou sua menina?- queixou-se Camila, fazendo-se de magoada.
- Vamos parar com essa conversa, por favor.- falou Márcia, rindo.- Nenhuma das minhas meninas estão grávidas e espero que demore muito para isso.
- Já está na hora de Camila se casar. teimou o pai.
- Ah não!- falou Camila.- Por favor, não vamos falar sobre isso. Como foi lá na Itália, Lê?- mudou ela, totalmente de assunto.

A conversa ficou em torno da vida do moço na Itália.
Henrique pouco participou da conversa, o que o moço contava, não lhe interessava nem um pouco. Camila fazia perguntas e mais perguntas, interessada na vida social dos italianos. Percebeu que, embora ela fosse humilde, nem um pouco soberba, a vida financeira estável dela, a deixava cheia de planos para o futuro. Roberto, por outro lado, não escondia o gosto que fazia, se a filha começasse um namoro com o mauricinho. Prensou os lábios mais uma vez ao imaginar Camila e Alessandro juntos. Eles não formavam um belo casal.
- Estou com sono, papai. - falou Vitória entrando na sala e indo se sentar no colo do pai, interrompendo os pensamentos deste.
- Nós já vamos.- disse ele dando um beijo na cabeça da filha e se levantou.- Roberto, obrigado pelo jantar, estava tudo maravilhoso, Márcia.- continuou, cumprimentando os patrões.- Tchau Alessandro, tchau meninas.
- Henrique, não se esqueça que amanhã saímos cedo.- lembrou-o, Roberto.- Vitória fica com as meninas.
- Pode deixar.
- Eu o acompanho até a porta.- disse Camila se pondo de pé.
- Estava tudo delicioso, Camila.- disse a menina já na varanda e lhe deu um beijo no rosto, para ligo em seguida sair correndo pelo jardim.
- Você e meu pai vão para onde?- perguntou Camila, erguendo as sobrancelhas.
- Mato Grosso.
- Não sabia. Quantos dias vão ficar?
- Uns quinze dias. Ficou apavorada, patricinha?- perguntou ele em seu ouvido.- Será que isso é por que vai ficar sem me ver?!
Camila sorriu diante da sensação gostosa de ter aquela voz e a respiração em sua orelha.
- Convencido.- disse ela.
Henrique riu.
- Obrigada por ter vindo.- disse ela, os olhos presos nos de cor de mel.
- De nada.- disse ele lhe dando um beijo de raspão nos lábios e a mão em sua cintura, que acariciou delicadamente.
Camila fechou os olhos e sorriu.
- Vou cuidar de Vitória, não se preocupe.
- Vou ligar para Patricia, quarta ou quinta feira ela deve vir buscá-la.
- Tudo bem.- disse Camila, a vontade de se atirar nos braços dele a consumindo.
- Tchau.- disse ele lhe dando uma piscada.
- Tchau!

Pra Sempre Em Teus BraçosOnde histórias criam vida. Descubra agora