🍷Prólogo🍷

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"Você consegue muito mais com uma palavra amável e um revolver, do que somente com uma palavra amável sozinha."

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  ㅡ Socorro!

O grito agudo de Jungkook ecoou além do banheiro. Seu protetor mascarado não demorou para invadir o cômodo e revirar os olhos de imediato. Não era a primeira vez que o menino Jeon fingiu perigo só para testar seu guarda costas. Tornou-se um feitiche obsceno e irritante. E poucas vezes, atraente.

  ㅡ Sangue falso de novo, senhor Jeon?

  ㅡ Suco de morango. Quer passar a língua?
 
Uma bolha de tensão crescia e os puxava para dentro, mas Jimin a esfaqueou, evitando-a como sempre.

  ㅡ Quase morreu pelas mãos dos irmãos e está flertando comigo, pra variar ㅡ O guarda-costas estalou a língua, olhando para o chefe de baixo a cima. ㅡ Não demore, seus pais odeiam esperar.

Jungkook quase gemeu. A voz abafada pela máscara irritante de Park o deixa facilmente animado. Se masturbou durante o banho gemendo o nome de Jimin alto o suficiente para alertá-lo do acontecimento, e ele ouviu bem.

Jungkook nunca contemplou a beleza alheia, por tanto, sempre busca formas de mudar isso. Não entendia bem sua atração por Park. Ele era só um cara loiro, corpo musculoso, voz atraente e olhos terrivelmente lindos. Era uma catástrofe de tesão. O estrago de gostosura é doentia ao ponto de Jungkook querer ser asfixiado pelas coxas tonificadas de Jimin.

  ㅡ Você está um absurdo de lindo, senhor Parquinho.

  ㅡ Não é novidade.

Apesar da resposta curta e grossa, Jimin sorriu. Era um apelido infantil e tosco com o seu sobrenome, mas era paciente demais, incluindo com seu chefe traquina. E enquanto dirigia até o restaurante, se viu obrigado a ouvir o quanto estava perfeito diretamente da boca de seu pedacinho de estresse. Demorou para se acostumar com tanto devoção, mas os flertes alheios o deixam menos estressado, pois se apegou ao rapaz.

Em vinte minutos estavam saindo do carro, entre flertes e cortes, até avistarem a mesa ocupada pela chefe da máfia italiana e seu marido incompetente.

  ㅡ Obrigada por obrigar o meu filho a comer bem, Park. Ele parece saudável.

A mulher fez reverência ao coreano a sua frente e abraçou calorosamente seu filho caçula.

Fizeram lavagem cerebral nela, por acaso? Pensou Jungkook. Afinal, havia  alguns anos em que ela mal o olhava na cara. Desde que o filho confiou nela e assumiu sua sexualidade, ela nunca mais foi amorosa. Era no mínimo suspeito.

ㅡ Jante conosco ㅡ O pai sorriu agradável, a mãe assentiu. ㅡ Vai ser bom saber o que aconteceu no último ano.

Jungkook julgou que iria ver o rosto de Jimin completamente.

  ㅡ Desculpe recusar, mas espero que entenda. Minha família está com problemas. Gostaria de ligar e saber como estão as coisas.

Mas Jimin tinha outros planos.

  ㅡ Oh, certo. Não perca tempo, ligue. A família é a coisa mais importante.

Jimin fez reverência e saiu em passos elegantes, indo em direção de onde entrou. Suas costas queimavam. Eram as chamas dos olhos de Jungkook causando um incêndio. O mistério, a genialidade e a postura de Park deixava Jungkook de barraca armada.

  ㅡ Está durando com ele. O que aconteceu?

  ㅡ Ele me protege. É definitivamente alguém que quero manter por perto.

  ㅡ A ficha dele é impecável. Se houvesse algum problema, certamente seria sua culpa ㅡ A mãe da máfia bebericou do vinho mais caro e encarou o filho, este que desviou o olhar. ㅡ Aprenda com ele. Seja útil para o nosso negócio.

Jungkook não tinha objetivos. Queria ficar trancado no quarto e ler, esquecer de que havia pessoas no mundo, fugir da realidade, mas de uma coisa era certa; participar do esquema da família era a última coisa que queria.

Não. Ele se quer pensava nessa probabilidade, pois lhe dava borboletas no estômago e ele gostava delas mortas.

O jantar era mórbido e silencioso, porém, se estendeu até às nove da noite. A despedida não foi tão difícil para o menino Jeon, não desta vez. Quanto mais sua mãe o machucava, menos ele chorava. Foi assim que aprendeu a se acostumar. O pai era inútil até para ser pai, então apenas acenou de longe admirando a capacidade de atuação da mãe da máfia.

  ㅡ Dê o seu melhor e saia da zona de conforto, huh?

  ㅡ Sei que rosas são as suas preferidas ㅡ Jeon ignorou, pegando o buquê comprado por Jimin e entregando a mulher. ㅡ Espero que possa me entender, um dia.

  ㅡ Confie no Jimin. Ele sabe o que faz e não te deixará sozinho. Eu te amo.

Jeon assentiu e lacrimejou. Era uma mentira, mas uma das mais bonitas para ele. Não entrou no carro quando Park abriu a porta, preferiu assistir sua mãe caminhar em passos firmes até seu carro e segurava as rosas como um recém nascido. O carro da mãe da máfia começou a se locomover e numa distância sustentável, explodiu como uma bomba nuclear.

Park afastou Jeon do carro deles temendo uma bomba alí também, mas a bomba era o próprio Jungkook. Sua garganta explodiu resultando num grito cortante e melancólico. Era um choro real, infeliz e agoniante.

Jungkook se soltou de Jimin e deu alguns passos para frente, caindo de joelhos rapidamente.

  ㅡ Mãe... Pai...

O guarda costas não disse nada, apenas abraçou forte o rapaz escandaloso em choro e que hoje morreu um pouco por dentro.

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Eu amo esse estilo de fic e estou ansiosa para saber a opinião de vocês 😍

Deixando claro que os defeitos dos personagens serão tão explorados quanto as qualidades e quero dizer que amo cada um deles, especialmente a Yosun que vai aparecer em breve.

Leram as apresentações? Já escolheram seu personagem favorito?

Beijos na bunda 😙😙😙😙

EDEN | jjk + pjmWhere stories live. Discover now