Capítulo 5 - A segunda fase da guerra

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Capítulo 5

Segunda fase da guerra

O exército do extremo leste marchou pela borda da cordilheira escarpada contornando-a ao sul para poder enfrentar os soldados do Oeste longe da região das vilas. Assim os confrontos ocorreram na parte litorânea da península que era banhada pelo Mar da Luz.

Quando os navios da armada do Oeste retornaram para a Baía da Luz, Wei e Lan entenderam que eles iriam se juntar às suas outras tropas que lutavam contra os soldados do extremo leste. Não tendo mais navios para vigiar, os dois voltaram para o Porto da Morte, onde os estrategistas usavam o galpão das assembleias como base militar.

— Então, os navios voltaram para a Baía da Luz?

— Sim — confirmou Lan Zhan —, acreditamos que eles vão atacar sem piedade a tropa terrestre que se encontra lá.

— A nossa sugestão — adiantou Wei. — é pedir aos soldados para se infiltrar na cordilheira e evitar o confronto, só realizar algum movimento se tiverem certeza de que será seguro.

— Isso significa que perdemos a guerra? — perguntou um dos participantes.

— O nosso grande trunfo era a flauta e não deu certo. Eles vão se manter longe da água, agora que sabem que não temos como fazer ataques nem fora da água e nem na Baía da Luz.

— Qual será o próximo movimento deles? — perguntou um dos presentes.

— Os portos — respondeu o General Morto.

— O que faremos? — insistiu o mesmo cultivador.

— Sobreviver — sugeriu Lan Zan. —, esvaziar os portos e deixar que eles encontrem tudo vazio.

— E como isso termina? — perguntou outro estrategista.

— Sem ter com quem lutar a guerra para. Eles provavelmente vão dominar os portos e assumir a administração, serão grandes as perdas materiais, mas os soldados vão sobreviver.

— E depois? — insistiu.

— Depois se entra com pedido de clemência para que os soldados possam voltar às suas casas.

Todos ficaram em silêncio, seria um final desonroso e humilhante.

Todas as medidas foram tomadas: os soldados receberam ordem para se esconderem e os portos para serem esvaziados. Notícias do front informaram que, sem ter com quem lutar, os soldados do Oeste tinham formado um único bloco e marchavam para o extremo leste. Todos esperavam o desfecho trágico.

O primeiro Porto, na rota do exército, era o Porto do Desespero, os batedores avisavam da aproximação da tropa, para que os moradores que se escondessem na floresta. Para espanto de todos, as tropas passaram longe do porto e seguiram para o Norte.

Quando, no Porto da Morte, essa notícia chegou, os estrategistas não souberam o que pensar. Wei caminhou de um lado para o outro tentando pensar da mesma maneira que seu irmão de criação e entender o que ele pretendia. Exclamou pasmo:

— Eles acham que eu posso defender os portos, que correm perigo se ficarem perto do mar, que serão atacados pelos demônios. Que eu, com minha flauta, tenho o poder de trazê-los para o continente.

— Isso não é de se estranhar, dizem que você vencia milhares de pessoas somente com sua música — comentou o General Morto.

— Mas isso era quando eu tinha o amuleto, não tenho mais.

— Se eles não vão atacar os portos, eles vão atacar as vilas — deduziu um dos estrategistas.

Todos concordaram.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora