Capítulo 8 - As duas Rosas Brancas

499 66 17
                                    

Capítulo 8

As duas Rosas Brancas

Terminado os dias em que Lan Zhan e Wei Ying ficaram juntos, com o especial compromisso de refazerem as pazes, depois do desentendimento que tiveram por causa da nova discípula, o Lan voltou a encontrar com Assch.

Os dois seguiram sempre por vilas afastadas, onde ouviam a população e se inteiravam de eventos que causavam medo. A maioria das reclamações não tinha nenhuma relação com espíritos, mesmo assim os dois tentavam resolver os problemas ou, ao menos, os ouviam com atenção. Também faziam uma espécie de prevenção, distribuindo talismãs e entalhando, em pontos estratégicos, signos de proteção comunitária.

Desde que o cultivador Lan havia iniciado a sua expedição solitária, ele já havia ganhado a admiração de muitas pessoas. Quando passou a caminhar seguido de Assch, despertou ainda mais atenção.

Isso se devia ao fato de que as duas figuras juntas eram um espetáculo de beleza e paz. Lan Zhan havia se tornado muito mais empático nos últimos anos e a moça era atenciosa e observadora. Assim, eles elogiavam a comida nas pousadas, faziam observações positivas sobre as vilas e davam atenção a toda gente. Essa superioridade de espírito, encantava as pessoas que os conheciam.

A notícia de que dois cultivadores vagavam ajudando as vilas começou a se espalhar, assim como a bela descrição dos dois nobres e de seus temperamentos, sempre calmos.

Terminada aquela fase de estudo, Assch embarcou no Porto da Morte indo de volta para a sua terra, os conhecimentos que deveria adquirir estavam somente começando. No tempo em que mestre e discípula ficariam separados ela estudaria a parte teórica e, por mensagens, trocariam informações.

Lan Zhan voltou para casa, para ficar longa temporada descansando. Nesses dias suaves, Wei Ying ensinou alguns passos de dança, que o Lan repetiu de forma desajeitada, e foram a uma apresentação de música popular que ele considerou a execução ruim, mas o conjunto da programação, com jovens alegres e uma agitação meio insana, interessante.

Lan Zhan estava sentado à mesa e tomava o desjejum, seus olhos volta e meia olhava para Wei que ainda dormia.

— Eu tenho um desejo, é possível? — perguntou o Lan, assim que seu amor abriu os olhos, naquela manhã especialmente fria.

— Todos seus desejos são possíveis, hoje — respondeu Wei, ainda sonolento e com voz manhosa — Hoje o dia é auspicioso — falou com maldade.

— Quero te contar um sonho.

— Conta.

— Não aqui e não agora.

— Lan Zhan! Que tipo de sonho você está tendo? — Ying fechou os olhos para não ver o desejo nos olhos do amado. — Você me enlouquece sabia?

Lan Zhan sorriu calmo.

Desde o dia em que a família do Lan havia tomado ciência de seu relacionamento com o patriarca e visto muito perigo nessa relação, Wei havia se dedicado a criar mais camadas de proteção para impedir que o temor da família do amado se concretizasse, entendia perfeitamente a posição de Zewun Jun.

Já estava levantando a última barreira quando olhou para o interior da gruta e viu Lan Zhan selando o seu poder. Com movimentos fortes da mão ele traçou, no abdômen e tórax, as linhas mágicas que o reduziam a um ser quase comum. Esse ritual sempre o incomodava, acima de tudo porque se uma fatalidade acontecesse Zhan não teria como se defender. Também, porque isso o limitava, oferecendo a ele uma experiência quase comum do encontro entre dois os corpos.

Tentou não pensar nesses assuntos incômodos. Os dias auspiciosos eram sempre datas especiais e ele não queria que nada atrapalhasse. Não depois de ter dado uma crise de ciúmes porque Lan Zhan havia aceitado uma discípula.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora