Capítulo 5 - O encontro

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Capítulo 5

O encontro

Lan Zhan havia terminado de arrumar os cabelos de Wei e amarrava a fita vermelha. Esses momentos de cuidado um com outro eram sempre repletos de sensações de carinho e cumplicidade, mas naquele momento o reinava era a tensão. O Lan estava silencioso e introspectivo, enquanto o patriarca ansioso e preocupado.

— Está pronto — disse o Lan que começou a se afastar.

Wei pegou rapidamente a mão dele e a colocou na face.

— Não fique assim. Prometo que todo esse problema termina hoje.

— Tem coisas que não se consertam, Wei.

— Você está falando dos Encontros da Lua Cheia?

— Sim.

— Eu não estava mesmo certo se queria ser membro do grupo, não perdemos muito — mentiu, para consolar o amado.

— Até quando você vai fingir que nada importa para você? Eu sei que você estava feliz com a possibilidade de se integrar novamente a um grupo com o qual se identificasse.

— Eu me identifico com o povo do extremo leste — protestou.

— Uma coisa não exclui a outra, estamos falando de cultivadores com quem você pudesse discutir teoria mágica aprofundada, mostrar, pelo menos em parte, as suas criações. Depois dessa situação constrangedora em que Liang nos colocou, não vejo como te inserir no grupo sem criar problemas.

— Lan Zhan, você está complicando as coisas. Os encontros da Lua Cheia não são importantes para mim. Quando vocês voltarem a se encontrar, simplesmente ignore o lorde.

— É o que resta, não é? —Ele estava inconformado. — A noite eu vou para casa, quero saber com detalhes sobre o que conversaram.

— Tudo bem! — Deu um beijo na mão do Lan, que ainda mantinha cativa entre as suas, e com olhar carinhoso se despediu dele.

Wei havia pensado exaustivamente em um bom lugar para marcar o encontro com Liang, que fosse discreto suficiente para que a conversa fosse privada, mas fosse público o bastante para se sentir seguro, especialmente em relação a algum admirador das Duas Rosas: escolheu uma casa de bebidas no Porto do Desespero, local de menos trânsito de gente. Depois de se afastar de Lan Zhan, trocou a roupa marrom escura e preta por uma branca e bege e retirou o laço vermelho do cabelo. Eram roupas que remetiam ao Grande General, coisa que desejava evitar.

Quando caminhava em direção ao ponto de encontro, tinha em mente a difícil tarefa de romper um relacionamento que nunca havia começado. Entrou na casa de bebida e procurou o lorde, que havia escolhido uma mesa bem afastada do movimento, para se sentar.

Liang sorriu aliviado quando Wei entrou na caserna. Depois de se cumprimentarem ele falou:

— Temi que você não viesse —Tinha o olhar alegre e isso era inquietante, já que Wei estava ali para romper a amizade.

— Estou bebendo a cerveja da casa, ela é muito boa.

— Preciso de algo mais forte. Licor — pediu para o garçom, depois sorriu sem graça.

— Mestre Wuxian, queria dizer que lhe conhecer foi muito importante para mim, eu sei que isso parece meio sem sentido, mas é a verdade.

— Mestre Liang, você está me confundindo com as coisas que falam de mim. O que te interessa é o Grande Mestre do Cultivo Demoníaco, o que eu sou é uma pessoa normal, que a vida conduziu por caminhos estranhos.

— Engana-se mestre, a primeira vez que eu o vi foi na cordilheira, não nas imediações de sua caverna casa. Bem mais ao norte.

"Ele me encontrou na morada da pedra?!"

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoМесто, где живут истории. Откройте их для себя