Capítulo 18 - O que eu faço com você?

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Capítulo 18

O que eu faço com você?

Wei Ying se tornou quase um recluso. Buscava pouco pelos amigos, trabalhava muito e bebia mais do que o normal. Nas casas de bebida, entediava-se rapidamente com a conversa dos que conhecia entre uma garrafa e outra. Terminava a noite, quase sempre, num telhado ou em um canto isolado, onde pudesse lamentar seu amor perdido. Com o passar dos meses, a dor lancinante que sentia se aquietou um pouco. Entrou em uma rotina mais calma e infeliz.

Quando Wei chegou, nas proximidades de sua casa, percebeu que havia alguém mais naquele espaço. Aproximou-se em silêncio, percebeu as vibrações que o invasor emanava e soube que era Lan Zhan. De certa forma já esperava aquele encontro, o Lan também estava sofrendo, sabia disso, mais conversas seriam necessárias para resolver àquela situação. Respirou fundo, concentrou-se, acalmou a alma e seguiu para a casa.

No seu canto de dormir, a figura de branco estava sentada em posição de lótus, aparentemente repondo as energias.

— Lan Zhan, o que você tem? — aproximou-se preocupado.

Como a Jade se quer se movesse, tocou a face dele e sentiu pele que estava fria, verificou o pulso e esse batia fraco. Deitou o amigo, que não resistiu.

— Isso só pode significar perda de energia — falou, nervoso. — Lan Zhan, me explica o que aconteceu? — perguntou, sem resposta.

Acomodou a majestade de forma confortável e a cobriu, acendeu o fogo e aqueceu o ambiente. Buscou, no armário, pílulas energéticas produzidas na ilha das médicas. Apoiou o Lan com seu corpo, e o obrigou a tomá-las. Sentado no chão, encostado ao local em que o amigo dormia, esperou que ele acordasse. Foram muitas horas de sono antes que o Lan abrisse os olhos.

— Lan Zhan, o que aconteceu?

Os olhos do Lan brilharam ao ver a sua figura e seus lábios se moveram num sorriso. Esse momento de doçura fez transbordar o coração do patriarca tão cheio de ternura.

— Lan Zhan! Lan Zhan! O que eu faço com você?

Wei levou uma toalha aquecida à face do amigo, esse moveu a cabeça de forma que o rosto tocasse a mão de Wei.

— Sinto falta de sua pele — sussurrou o Lan.

— Nos mal nos tocamos esses anos todos — respondeu triste.

— Sinto mais falta ainda por isso — disse, de olhos fechados, uma lágrima escorrendo pelo canto do olho.

— Lan Zhan, como você perdeu tanta energia?

— Eu não sabia o percurso do último trecho do caminho, depois da Vila Madeireira, então eu energizei um talismã para concluir a viagem.

— Lan Zhan! Lan Zhan! Espero que isso lhe tenha servido de lição. Se fosse simples assim todos já teriam feito.

— Isso torna você ainda mais genial.

— Eu sou só um ser destituído de forças inventando engenhocas para superar as limitações.

— Wei, eu vou dormir de novo, estou muito cansado.

— Vou te dar mais energético — o patriarca buscou três comprimidos e o deu ao Lan, que mal os engoliu fechou os olhos novamente.

Hanguang Jun dormiu toda a tarde e noite somente na metade do dia seguinte despertou e deu sinais de alguma recuperação.

—Com você se sente? Está melhor? Eu fiz uma sopa nutritiva. Posso te ajudar a comer se você quiser?

O Lan se sentou, recostando-se em almofadas.

— Não precisa, sinto-me mais forte. Quanto tempo eu dormi? — perguntou, observando pela janela a paisagem iluminada.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora