Capítulo 21 - Amor humano

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  Capítulo 21

Amor humano

O enlace aproximou os dois, quebrou as barreiras que a falta de definição da relação erguia. Os encontros se tornaram mais suaves, os olhares mais ternos.

Lan Zhan redobrava-se em atenção com o amado, mas mantinha distância segura e não mais voltou a falar sobre a incompletude da relação, nem tão pouco acusar Wei de sua falta de paixão.

Wei Wuxian, por sua vez, sentia-se cada vez mais incomodado com toda situação. Ver o Lan suprimir todos os impulsos que eram próprios do amor, se adequando àquela situação de uma amizade terna, o afligia.

Pensou em meios: encontrou poucos. Buscou literatura a respeito: não conseguiu nada parecido com o seu caso. Testou talismãs: nunca eram fortes o suficiente. Parecia que o caso não tinha solução. Por fim decidiu que para situação tão complicada somente uma solução complexa poderia resultar em êxito.

O patriarca manteve-se ocupado pelos meses que se seguiram, trabalhou em segredo sem que o Mestre Zhan soubesse. Muitas noites foram perdidas e muitos cálculos deram errado, levando a revisão e mais revisão do projeto. Quando estava confiante o suficiente, Wei Ying montou seu invento.

Convidou com antecedência o amado e exigiu dele a confirmação da presença com local e hora determinada. Nada podia dar errado.

— Lan Zhan, você chegou bem na hora. Sua pontualidade é o que eu mais gosto em você — disse sorrindo, cheio de expectativas.

— O que é tão preciso que exija tamanha pontualidade? — perguntou, intrigado com tanto segredo.

— É por causa do momento auspicioso, não podemos nos demorar.

— Momento auspicioso? Do que você está falando, Wei Ying?

— Vamos até a Gruta Termal e eu lhe mostro — disse, pegando a mão do amado e o instigando a caminhar.

— Wei Ying, o que você pretende fazer?

— Aha! Lan Zhan, vamos Logo — respondeu, impaciente.

Na porta da gruta, soltou a mão do Lan e deixou que ele observasse. Na entrada estava gravado na parede vários desenhos para repelir seres malignos e velas acesas, colocadas em cima de talismãs, ocupavam as saliências da pedra.

O Segundo Mestre Lan ficou parado, sem saber o que abstrair de arranjo tão reforçado.

— Lan Zhan, presta atenção, eu criei um espaço fortificado para nós. Eu preciso que você entre, fique no centro da lagoa e me espera lá. Vou fazer Feitiços Barreira, dez, assim ficaremos seguros.

O Segundo Mestre Lan virou-se calmamente e iniciou a descida da montanha.

— Lan Zhan, aonde você vai? É para entrar na caverna. Lan Zhan! Temos pouco tempo, o período auspicioso vai passar.

A figura de branco continuava a descer, impassível, pela escada talhada por eles, que havia melhorado a chegada a gruta.

Sem outra opção, Wei Ying o seguiu.

— Lan Zhan! Lan Zhan!

Sua Majestade parou e esperou que ele se aproximasse.

— E se alguma coisa der errado o que faremos?

— Nada vai dar errado, eu fiz os cálculos.

— Se algo der errado você vai me deixar ser possuído por seres malignos?

— Nunca, Lan Zhan! Claro que não.

— Vai fazer a mesma coisa que fez no navio. Atrair todos os espectros e aprisionar em seu corpo?

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora