Capítulo 17 - Cultivação demoníaca

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Capitulo 17

Cultivação demoníaca

Quando Lan Zhan chegou ao pé da pequena colina onde se situava a casa de Wei, em seu braço, o talismã oculto brilhou em luz vermelha. Essa engenhosidade havia sido feita pelo patriarca para que a majestade tivesse acesso ao seu mundo protegido.

O deque à frente da casa estava iluminado por luzes mágicas e pela porta aberta via-se velas que brilhavam em seu interior, mas Wei não estava ali. Lan Zhan entrou, olhou para os candelabros de madeira e viu signos de pacificação, soube que o amigo andava muito aflito. Buscou pelo entorno e não o encontrou, tentou imaginar que lugar ele iria em meio à noite.

Relembrando as conversas que tiveram na hospedagem do lago, lembrou-se que o patriarca havia mencionado uma caverna com lago termal, que queria muito que o Lan conhecesse e essa ficava relativamente próxima a casa. Lan Zhan se ergueu no ar em busca de luminosidade que denunciasse a fonte. Não se enganou, não muito longe dali havia um sinal fraco de luz. No caminho, percebeu o trabalho que Wei havia feito, melhorando o acesso a sua nova descoberta.

A chegada era de difícil acesso e necessitava de uma escada, o Lan a venceu em silêncio e entrou. A parte mais externa da caverna era um corredor de paredes rugosas, depois de uma curva suave se abria em átrio de forma circular onde no centro estava a lagoa, rodeada de luzes.

Em silêncio, ficou observando a figura cabisbaixa, que no centro do lago, embaçada pelo vapor, movimentava a água com as mãos, pensamentos perdidos. Lan Zhan esperou que Wei Yin percebesse a sua presença.

O moço do lago, olhos vermelhos e face desfigurada pelo que certamente havia sido choro, assustou-se com a presença. Fez um movimento de quem iria atacar, mas reconheceu o amigo e se aquietou. Mergulhou mais ainda na água, como se não quisesse deixar que o Lan visse sequer uma pequena parte de seu corpo.

— Wei Ying! O que aconteceu? Você está ferido? — O movimento rápido não foi capaz de impedir o Lan de perceber algo avermelhado no ombro do moço.

— Estou bem, não foi nada, Lan Zhan — disse e se afastou um pouco mais para longe, como se o Lan significasse perigo.

— O que aconteceu exatamente? — insistiu a majestade, não deixando de perceber o movimento de Wei.

— Nada de mais, a canoa virou eu estava distraído e me machuquei um pouco, mas já estou bem.

— Deixe-me ver — disse o Lan ainda se mantendo afastado.

— Não precisa — disse se afastando ainda mais.

— Se não vier aqui eu entro na água — afirmou com convicção.

— Já disse que não precisa. Estou bem — o patriarca tentava manter a calma.

Em silêncio, Lan Zhan deixou a espada em uma pedra e retirou o manto que vestia sobre a roupa.

— Não! Não! Fique aí — agitou-se o patriarca, sinalizando para que o amigo não entrasse na água.

— O que está acontecendo? Por que você anda tão estranho comigo?

— Lan Zhan, fique longe de mim — disse pausadamente e de maneira agressiva.

— E se eu não quiser ficar — insistiu calmamente o Lan.

— Você sabe que não pode querer o que você quer — falou, olhos injetados de dor.

— Ainda assim eu quero — declarou a majestade com ares de quem não desistiria fácil de seu desejo.

— Você está estragando tudo — lamentou-se, lágrimas escorrendo pela face.

— Por quê? — perguntou o Lan em agonia.

O Grande Mestre do Cultivo DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora