Prólogo.

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Dois anos atrás.

Noah.

Maior medo? Ser pai aos dezoito anos.

Embora eu esteja cara a cara com minha namorada agora, esperando que ela me conte o porque se manteve tão distante na última semana. Ela não deixou eu beija-la, nem se quer respondeu minha estúpida mensagem fofa de bom dia, ela tem me ignorado.

Talvez ela seja uma cadela sem noção como Any disse.

Liana é uma pessoa difícil, mas faz um ano que estamos juntos. Ela é uma garota diferente, precisei de muito para conquistar seu coração, fiz coisas que jamais quero fazer para outra garota. Fui um tolo.

Meu corpo congela, todo o som que estou ouvindo pela janela do quarto se afasta aos poucos. Tudo o que eu vejo é olhos castanhos maldosos, seu rosto está sério como sempre e suas palavras seguintes são como um balde de água fria na minha cabeça.

A vida é uma merda.

— Estou grávida. Oito semanas.

Assim, simples como a luz do sol.

Não quero ser pai, nem agora e nem nunca. Eu não penso no meu futuro com dezoito anos, quero aproveitar antes de viver em um mundo de fraudas e choros de bebês. Eca! Dormir até tarde é tão bom!

Espera, ainda há estranheza no olhar dela.

— O que diabos? Como a gente vai resolver isso? — Me exalto.

Liana gargalha, como uma maldita vilã em filmes de romance. Não é uma gargalhada boa de se ouvir, é sombria e me faz querer correr aos braços do meu pai ou da minha segunda mãe.

— Não existe a gente, Urrea. Esse filho não é seu.

— Como?

Poderia mentir que não me afetou, que suas palavras foram tão frias quanto nossa relação no último mês. Mas doeu. Fodidamente. Como a porra de uma facada no meu peito, eu a amava. É assim que acaba uma paixão de adolescência? Ninguém me avisou antes.

Ela dispara, com todas as letras:

— Não é seu filho. Traí você com Gardyn durante os últimos sete meses. Ele é o papai do meu bebê.

Doeria menos se ela completasse com um "e nós vamos fugir juntos!". Quero correr para os braços dos meus pais e chorar feito um bebê, mas eu só paraliso como um covarde que sempre fui. Minha namorada está grávida de outro cara.

O quão estúpido eu sou?

— Como você teve coragem?

— Simples, olhe para você!.

O que tem de errado em mim?

— Gardyn é gostoso e maneiro, você pode até ser bonito e popular, mas enquanto você estava com esses papos ridículos de romance, Gardyn me fodia tão bem que eu nunca precisei dos seus beijos. Odeio ter aceitado namorar você, Noah Urrea!

Ela nem se quer consegue pronunciar meu sobrenome corretamente.

É assim que eu assisto Liana ir embora da minha vida, como um pecador foge da cruz.

Você acha que não pode piorar? Espere só para ver a próxima.

Quando Liana se foi, chorei. Any, minha cunhada, me apoiou e se manteve ao meu lado como a boa amiga que sempre foi para mim, só então eu fiz uma merda grande.

Me apaixonei por ela.

Não devia. Josh amava aquela garota mais do que ele mesmo, eu não podia estragar esse romance. Então, sempre me mantive calado nesses dois anos que sou hipnotizado pela garota do meu irmão.

Pensei que não poderia ser mais tolo, mas consegui me superar.

Nada me faz tirar Any Gabrielly da cabeça, apenas...

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