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Meu corpo ainda estava repleto de adrenalina, mesmo que tivesse se passado três dias

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Meu corpo ainda estava repleto de adrenalina, mesmo que tivesse se passado três dias. Só em lembrar, me sinto elétrica.

Eu estava de boca aberta, sem acreditar que eu: Coralee Armstrong, venci o todo fodão Bennet Miller. Nem em mil anos pensei que isso seria possível, ou eu era realmente boa no volante ou ele quis perder. Porém duvido da segunda hipótese.

Bennet é um cara seguro de si, perder nunca é uma hipótese. Ou ele entra pra chegar em primeiro lugar ou para vencer, nada de derrotas. Mas eu cheguei e, em menos de uma hora, o venci. Nem planejei vencer. Mesmo perdendo eu ganharia uma boa grana.

Mas eu venci.

E eu realmente preciso da grana.

Minha mãe precisa.

Quando Kalíope veio com a ideia de competir para ganhar mais dinheiro porque o seguro que recebemos da morte do meu pai não era muito e o dinheiro que ganho no bar não rende muito, eu quase ri dele por pensar que eu poderia vencer Bennet Miller. O cara é praticamente uma lenda na Taurus e ninguém nunca o venceu, em três anos. Acontece cerca de dez a quinze corridas por mês e em três anos, ninguém nunca foi bom o bastante para vencê-lo.

Até ontem.

E por incrível que pareça, eu fui boa o bastante para vencê-lo.

E a grana que recebi foi de grande ajuda. Aquele dinheiro foi para a cirurgia da minha mãe.

Aos quarenta e dois anos de idade, minha mãe foi diagnosticada com câncer no útero. Foi uma grande surpresa para nós duas, que nunca desconfiamos de algo assim. O tratamento não é caro, o seguro que meu pai nos deixou cobre as despesas. Mas a cirurgia para remover o útero, custa muita grana. E desde que ela foi internada — há três meses — eu luto dia após dia, para conseguir o dinheiro. Alguns dias trabalhei treze horas para ganhar o triplo e render o dinheiro para a cirurgia.

O dinheiro da corrida de ontem, me ajudou bastante. E mesmo que não seja cem por cento limpo, ainda é dinheiro e me ajudará. Por causa desse dinheiro, em menos de um mês, mamãe poderá ir para a cirurgia e se recuperar no hospital, porque eu terei o dinheiro para pagar tudo.

Nem que para isso, eu tenha que vencer Bennet mais uma vez.

— Eu nunca vou me esquecer da cara dele — Kalíope indaga, pela milésima vez desde ontem. Estava na cara que os dois não se gostam, mas meu melhor amigo nunca disse o motivo. E também não me importo. — Uma mulher feriu o ego competitivo dele.

Rolei os olhos.

— Ele nem deve lembrar da minha existência, Kalíope.

— Oh querida, é claro que ele lembra de você — respondeu irônico. — Ele nunca vai esquecer da garota que ferrou o ego dele.

— De quem vocês estão falando?

Olhei para Kurts que estava com a sobrancelha erguida em confusão.

— Do Bennet — Kalíope respondeu, com um sorriso de lado.

— Não deveria ser novidade, você sempre arruma uma desculpa para falar mal dele — Kurts proferiu, apoiando os braços no balcão. — O que ele aprontou dessa vez?

— Nada, que eu saiba — Kalíope ergueu os braços, em seguida abriu um sorriso animado. — Mas a Cora, não posso dizer o mesmo.

Dessa vez, os olhos negros de Kurts vieram para mim.

— Você fodeu com o Bennet?

Franzi as sobrancelhas.

— Não! Quer dizer, sim...

— O que você fez?

Antes que eu pudesse abrir minha boca para respondê-lo, meu melhor amigo foi mais rápido:

— Você nunca vai adivinhar — fez mistério. — Ontem, a Cora foi até a Taurus com o possante do pai dela e entrou na corrida.

— Nem precisa terminar de contar — Kurts ergueu a mão para calar Kalíope. — Você perdeu e o Bennet veio acabar com o seu juízo igual ele faz com todos os competidores, você o socou e agora, ele está puto?

Kalíope sorriu.

— Por mais que eu adoraria ver a Cora socando ele, mas não, foi algo melhor!

— Eu venci a corrida — contei, meio hesitante. — Deixei ele comendo poeira.

Kurts não escondeu a surpresa. Seus olhos negros estava arregalados e sua boca levemente aberta.

Desde que mamãe foi para o hospital, me permitir viver mais no meio das pessoas. Antes eu queria apenas ficar em casa com ela e vivendo nossas vidas. Jamais na minha vida pensei que eu iria me meter em uma corrida ilegal e ainda por cima, vencer.

— Você — apontou para mim, ainda desacreditado. — Venceu Bennet Miller? Aquele Bennet Miller?

— Não sei o que isso quer dizer, mas sim, eu venci a corrida na Taurus.

Kurts abriu um sorriso.

— Nunca pensei que isso fosse acontecer. O cara é ótimo, mas pelo jeito você é melhor. Aquele puto me deve quinhentos dólares.

Arqueei a sobrancelha.

— Como assim?

— Nós apostamos que se algum dia ele perdesse, ele me daria quinhentos dólares. — ele parecia realmente feliz pela derrota do amigo. — Garota, ele deve estar puto com você.

— Acho que não — respondi prontamente. — Ele nem deve lembrar da minha existência.

Kalíope olhava para mim e Kurts tinha um sorriso divertido nos lábios.

— Eu acho que ele lembra muito bem de você — Kalíope comentou baixo. — Porque neste exato momento, ele está olhando para você.

Olhei para trás e vi seus olhos negros em mim.

Um arrepio passou pelo meu corpo.

Bennet parecia que enxergava o meu corpo nu. Ele me avaliou com a mandíbula travada, era como se eu fosse um caos que estragou a sua vida. E pensar nisso me deixou desconfortável. Porque era assim que Bennet agia: via o caos onde não existia.

 Porque era assim que Bennet agia: via o caos onde não existia

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até o próximo capítulo <3

CHAOS THEORY Where stories live. Discover now