• Ressurreição •

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Valquíria Castro tinha o cabelo naturalmente loiro, como sua mãe, avó e todas as mulheres de sua família que vieram antes dela. Não era loiro o suficiente para ela, que ocasionalmente descoloriu os fios longos e se tornou a jovem rebelde de Belalís, com o cabelo claro demais e as roupas curtas e justas, muito diferente do resto de sua família.

O clã Castro era conhecido pelas mulheres empreendedoras, sempre vestidas com roupas sociais caras e bem alinhadas. Tudo isso para esconder dos moradores comuns o que os antigos clãs já sabiam: Castro era sinônimo de magia perigosa, do tipo que nenhuma outra bruxa teria motivo para usar.

— Sem chance! — Ariana estava em pé de frente para Valquíria. — Nós não vamos mexer com isso!

— É uma péssima ideia — Isa repetiu pela terceira vez. — Nós não podemos simplesmente ressuscitar alguém.

— Meio que a gente pode... — Mona se manifestou e recebeu olhares de reprovação.

Valquíria estava de braços cruzados. Claro que podiam ressuscitar alguém, elas eram bruxas! E isso era o que bruxas faziam se não fossem tão medrosas.

— É só um feitiço! — Ela disse. — Minha avó tem uma sessão inteira na biblioteca dela sobre necromancia.

— Eu posso não entender muito disso, mas eu tenho certeza que não é só um feitiço — Ariana estava certa sobre não entender muito do mundo mágico que não fazia questão nenhuma em participar, porém não precisava entender muito sobre esse assunto para saber que trazer alguém dos mortos não era magia simples.

— Nós precisamos tirar o King daqui antes que mais alguém veja a gente — Isa disse apontando para o corpo no carro.

Ela já tinha deixado bem claro que era uma péssima ideia: Enganar a morte nunca era um bom jeito de resolver qualquer que fosse a coisa e King não era indispensável a ponto de provavelmente provocar um colapso mágico em Belalís.

— Eu não vou encostar no corpo — Ariana se afastou. — Não vou deixar evidências de que estive envolvida nisso.

— Ah, claro! Até porque o cara morto no seu carro não é incriminador o suficiente  — Valquíria foi irônica.

Ariana a encarou por um momento e respirou fundo quando precisou concordar com Valquíria. Resmungou palavras incompreensíveis e colocou as mãos na cintura.

— E levar pra onde? — Ela se dirigiu a Isa em resposta ao que ela tinha dito antes.

 Ao longo do caminho, ver King contorcido no assoalho do carro entre os bancos da frente e o de trás, fez com que algo em Mona finalmente a despertasse para a realidade da qual se escondeu por toda a sua vida: Ela era uma bruxa

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Ao longo do caminho, ver King contorcido no assoalho do carro entre os bancos da frente e o de trás, fez com que algo em Mona finalmente a despertasse para a realidade da qual se escondeu por toda a sua vida: Ela era uma bruxa. Não daquelas retratadas nos contos de fadas, ou que usavam varinhas com luzes pirotécnicas e frequentavam Hogwarts, muito menos assinavam seus nomes com sangue em um livro quando atingiam a adolescência. A realidade era muito mais chata, mas não menos mágica.

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