Capítulo 135

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Estar longe do namorado a entristecia muito, mas ter passado o dia com o pai a completava de uma maneira especial.

María= Não vai sair com os seus amigos? – sentou-se ao lado da neta, que continuava no sofá.

Dulce= Minha melhor amiga está em São Paulo e só deve voltar amanhã. – deu de ombros.

María= Então saia para fazer novos amigos. – sorriu. – Eu me ofereceria para ir com você, mas não posso deixar seu pai sozinho.

Dulce= Acho que não quero sair, Vó. – encostou a cabeça na dela.

María= Pensar nele não consertará as coisas, seja lá como elas tenham acabado. – abraçou-a.

Dulce= Por que é assim, né? Por que não dá pra ser só felicidade sempre? – suspirou. – A gente gosta tanto, e de repente acaba, e então ficamos remoendo toda aquela felicidade de antes.

María= Sabe quando está tão bom, que você não quer nem que fique melhor? – ela assentiu. – É aí que as brigas e diferenças aparecem. E é bom que apareçam, porque se chegou a um ponto em que você não pensa em deixar melhor, é porque tem algo errado.

Dulce= Era bom demais com ele. Era tudo bom, sempre bom, sempre mágico. – olhou para o celular, que ainda tinha uma foto de Christopher como plano de fundo. – Eu não mudaria nada, eu gostava do jeito que ele era... E aí ele ficou tão diferente. E eu não acompanhei a mudança, não soube entendê-lo. Saímos de sintonia.

María= O que não significa que vocês não possam voltar, e ainda melhor, quem sabe? – deu um beijo no rosto dela. – Não devemos nos desistir daquilo que nos faz feliz.

Dulce= Mas e se aquilo que nos faz feliz desistir da gente? E se não formos a pessoa certa para aquilo? – a avó sorriu.

María= Seu coração saberá te dizer quando lutar. – a diretora suspirou. – Pode usar, se quiser. – entregou a chave do carro pra ela. – Faz bem respirar novos ares.

Dulce= Obrigada, Vovó. – sorriu de lado, e a senhora piscou, enquanto ia para o quarto.

Olhou para a chave no carro em suas mãos, viu a foto de Christopher no celular; não tinha nada mais a perder. Pegou a bolsa e saiu de casa, não sabia muito bem aonde iria, mas com certeza acabaria em algum lugar, então não se preocupou.

Depois de quase vinte minutos no carro, ela parou em um barzinho, e riu sozinha ao ver que era o mesmo que costumava ir quando morava ali; era incrível notar como a alma sempre sabia para onde caminhar.

Desceu e foi até o balcão, pensando no que escolheria. Pegou o cardápio, olhando as opções de bebida. Queria encher a cara, beber o máximo que podia, mas sabia que precisava voltar dirigindo para a casa do pai.

Olhou os cigarros que ficavam disponíveis no balcão, nunca havia gostado de tal coisa, mas por um momento aquilo lhe pareceu bastante atrativo. Poderia fumar o quanto quisesse, descarregar toda a angustia, e não teria problemas para voltar dirigindo.

Pegou um, olhando para aquela coisinha de poucos centímetros, e pensando no dano horrível que lhe causaria. Olhou ao redor, vendo as pessoas que fumavam sem parecer se importar com nenhum dos danos em que ela pensava.

Puxou o isqueiro, colocou o cigarro na boca e então o acendeu. No primeiro trago, tossiu. Aquela coisa era horrível!

Arriscou mais uma tragada, desta vez não foi tão horrível, mas ela ainda desacreditava que pudesse ser aquela a sensação que viciava a todos os fumantes de plantão.

Vinícius= Não é você! – arregalou os olhos ao vê-la.

Dulce= Vinícius! – exclamou surpresa.

Vinícius= Está mesmo aqui? – sem acreditar. – Desde quando?

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora