Capítulo 150

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Henrique= Dul? – chamou-a pela terceira vez. – Dulce!

Dulce= Mande? – olhou assustada pra ele.

Henrique= Tudo bem? Você está distraída. – sorriu pra ela.

Dulce= Não é nada, apenas estou lendo esse projeto. – passou as mãos pelos olhos. – E estou cansada.

Henrique= Deveria ir pra casa, já ficou mais do que deveria aqui hoje. – entregou o celular pra ela. – E Christopher acabou de mandar uma mensagem. Eu não li, apenas vi o nome no visor.

Dulce= Hmm, obrigada. – pegou o celular, vendo a mensagem rapidamente. – Falta muita coisa pra você terminar aí?

Henrique= Não, eu também já vou embora. – piscou. – Você chegou muito cedo, precisa descansar.

Dulce= É, eu... – respondeu rapidamente o namorado. – É, acho que vou embora.

Henrique= Sem peso na consciência. – ela riu. – Dormir é um direito de todos.

Dulce= Sem peso, prometo. – guardou as folhas. – Tenho uma reunião amanhã com o Dez pra falar sobre esse projeto. Eu espero que não, mas caso ele chegue antes de mim, diga pra já me esperar na sala de reunião. Eu vou direto pra lá.

Henrique= Sim, Senhora! – piscou.

Dulce=E qualquer problema, me ligue. – deu um beijo no rosto dele. – Os celulares estarão todos ligados.

Henrique= Não se preocupe. Boa noite, Dul. – ela se despediu e saiu da sala.

Estava muito cansada. Embora tivesse dormido horas suficientes na noite passada, sua cabeça estava cheia de preocupações, e o dia na emissora havia sido mais cansativo que o normal. Estava preocupada com a entrevista do namorado no dia seguinte, estava preocupada com os projetos que teria – ou não – que aprovar, e se não bastasse tal coisa, ainda tinha o desentendimento com o irmão mais velho, e os preparativos da festa da sogra.

Precisava de um break do trabalho, e então apenas descansaria. Saiu da emissora dirigindo com pressa pra casa, além de querer chegar logo, ela não gostava de dirigir de noite e no domingo, quando algumas ruas ficavam isoladas demais.

Assim que parou no semáforo, escutou o celular tocar. Pegou o aparelho e viu mais uma mensagem do namorado.

Está tocando Just the way you are na rádio.
Ven, tenemos una conversación pendiente... a besos.

A morena riu das gracinhas dele, guardou o celular na bolsa e pegou o rádio, colocando-o no carro e ligando-o na rádio preferida do namorado. Escutou, então, a música que ele dissera, o que rapidamente fez com que ela se lembrasse de quando ele lhe dedicara tal canção no karaokê.

Seus pensamentos foram interrompidos ao escutar duas batidas no vidro do carro.

Olhou para o lado, e viu um homem encarando-a, enquanto segurava uma arma encostada no vidro.

— Não acelera. – sério.

Só então a ficha do que estava realmente acontecendo caiu para a morena. Por impulso tirou os pés da embreagem e do freio, e então o carro deu um pequeno pulo pra frente. Ela olhou para a marcha, havia deixado-o em primeira.

— Disse pra não acelerar! – gritou mais alto, batendo a arma no vidro.

Ela sentiu o coração disparar dentro do peito; não sabia se gritar, se ligar o carro novamente ou se abrir completamente o vidro e entregar o que quer que fosse que o homem pedisse. Estava em choque.

A Sósia - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora