Companheiro- 27

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Marcella

Já faz uma semana que saí do hospital e Gael fugiu, sem falar mais nada com a gente. Achávamos que ele voltaria uma hora depois e bem, acabou virando uma semana como eu disse.

Preocupada? Nem um pouco, ele já fez isso e depois de um mês voltou. É só um surto.

Bom, atualizações. Debora obviamente ficou triste, mas agora está puta da vida com o meu irmão. Não só ela, todos o moleque do nada fala que vai embora e não volta. É muito sem nexo, já avisamos os policiais uns dias atrás e dizem que estão atrás. Eu e Breno estamos de boa, apenas melhores amigos e nem fomos para a cabana depois daquele dia viemos direto para o apartamento.

Avisei os meus pais, permitiram que eu continuasse em Araçatuba. E pagariam os remédios e as consultas com a psiquiatra, falando nisso.

Fui e foi até aliviante, me senti outra pessoa. Mentira, chorei horrores e não consegui dizer nenhuma palavra se quer. Só que não próxima consulta tentarei ser um pouco mais forte e ela não recomendou os remédios, porque preciso falar o que estou sentindo para então começar. E em questão disso, estou muito tensa, ansiosa, nervosa, tudo que termina com "osa" eu estou.

Maysa: Marcella!- volto para a realidade. Olhando para a mesma me chamando.- se acalma.- ela pega na minha mão sorrindo, paro de bater o pé e estalar os dedos.

Esqueci de dizer, estou na delegacia. Para dar o meu depoimento sobre o caso e ver sobre a minha irmã.

Policial: senhorita Rodrigues.- o olho.- me acompanhe.

O segui até uma sala, bem de filmes. Apenas uma mesa com duas cadeiras e um vidro escuro, que obviamente sabemos que dá para ver atrás.

Senhor Carvalho: bom dia senhorita Rodrigues.- apenas sorri.- bom, vou fazer algumas perguntas.

Marcella: respondo apenas com o meu advogado presente.

Senhor Carvalho: por que senhorita?

Marcella: porque sei muito bem, que qualquer coisa eu falar. Vocês não vão acreditar em mim e já que vocês escutem apenas os homens, quero o meu padrinho presente nesse caso.

Senhor Carvalho: claro que vamos acreditar em você.- sorri com a "ironia" dele, negando com a cabeça.- qual a graça.

Marcella: falar é fácil, quero ver na prática.- cruzo os braços.- não importa o que eu falar. Pois o que aquele idiota disser vão ficar no lado dele e me taxar de falsa, se eu chorar vão me chamar de chorona e de dramática e só estou aqui por conta do delegado Guilberth. Porque nem sentada eu estaria aqui.

Senhor Carvalho: está querendo dizer o que com isso?

Marcella: que só quero mulheres no meu caso. Até mesmo a delegada e a juíza. Elas sim vão me escutar e entender um pouco do meu lado, e até mesmo de longe. Elas conseguem enxergar um filha da puta, diferente de vocês que pega o caso e joga no lixo como se aquilo não se importasse.- seu rosto se fecha.- que foi? Conheço a mulher do delegado.- sorri de canto arqueando a sobrancelha.

Senhor Carvalho: isso é mentira.

Marcella: seríssimo. Pode perguntar aos seus colegas.- aponto para o vidro.- e olhar até mesmo nas câmeras de segurança. Me pergunto até hoje porque não jogaram o meu fora.

Te Quero {EM ANDAMENTO}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora