Entramos no carro com um clima de tensão, Marcella está cabisbaixa e parece estar bem pensativa. Isso me deixa um pouco nervoso, não vou dizer nada vou esperar ela me falar.
Giro a chave só para ligar o ar condicionado. Vai que ela solta alguma coisa.
Marcella: Breno.- sabia.- estou pensando em voltar para Ji-Paraná.- continuou cabisbaixa.
Breno: é o medo dele de te encontrar?- engoliu seco e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.
Marcella: talvez. Mas é também para eu ver a minha irmã e voltar a morar lá.- ela finalmente me olha.- só que não quero ir sozinha e nem morar com os meus pais.
Breno: você está me chamando para eu ir junto?- assentiu.- mas e as meninas?
Marcella: eu não sei se elas voltariam, elas estão tão bem e comigo longe. Vai ser mais seguro.- encosto no banco.
Breno: eu te disse e repito, o problema não é você e sim aquele psicopata. E é bom perguntar para elas se querem ir ou não.
Marcella: estou com tanto medo.- começou a chorar, eu a abraço.- não me deixa sozinha. Por favor, você é o único que eu consigo confiar.- essa frase me faz sentir um aperto no coração.
Eu disse isso uma vez para o meu tio quando ele ia me visitar enquanto morava com os meus pais. Ele foi e é o único que eu confio e entendo muito bem o que a Marcella quis dizer. É desesperador e assustador, você não sabe o dia de amanhã e se tiver alguém ali, do seu lado. Você sente mais seguro e com o meu tio era assim. Até hoje na verdade.
Breno: pensa direito se você quer ir embora mesmo.- faço olhar para mim.- como conheço um pouco dos seus pais, eles com certeza não vão querer que a gente more sozinhos, eles vão parar de pagar a sua psiquiatria porque vão ter que pagar o aluguel se deixarem. Não adianta aonde você for, ele vai atrás.- seco as suas lágrimas.- podemos ir ver a sua irmã, o que acha?
Marcella: vou pensar melhor.- se ajeitou no banco.- vamos trocar de assunto por favor.
Breno: não sei se é bom momento para falar mas...- fico tenso.- quer dizer, deixa quieto.
Marcella: começou, agora termina.- diz em tom sarcástico e sorri.
Breno: consegui denunciar os meus pais. De novo.- ela sorri ainda com o rosto inchado.
Marcella: que bom, eu acho. Não sei o que dizer.- sorri fraco.- isso não é bom. O que houve?
Breno: eles apenas vão ficar alguns meses e depois serão soltos. Porque não tenho provas e aquelas provas são muito antigas e não aceitam mais.
Marcella: isso é um sinal para você ver eles e conversar.- forço o maxilar.
Breno: eu...eu...não posso.- seguro o choro.
Marcella: por que não?
Breno: porque não me sinto pronto, mesmo que estejam sóbrios. Eu acho. Não consigo, tudo volta a tona e isso me machuca num tanto que fico semanas trancado no quarto não querendo falar com ninguém.
Marcella: vamos fazer assim.- pegou a minha mão.- primeiro vamos ver a minha irmã e depois voltamos e vemos eles.
Breno: essas palavras com plurais se refere a nós dois?- assenti.- eu não sei se é uma boa ideia Marcella.
Marcella: eles não estão na cadeia?- confirmei.- eu fico com os seus tios e você vai até eles.- bufo encostando no banco dando partida definitivamente.
Breno: quando voltarmos de Ji-Paraná penso melhor.- sigo em direção para casa.
Marcella
1 semana depois
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Te Quero {EM ANDAMENTO}
DragosteTe Quero, nos meus piores momentos Te Quero, nas minhas amizades Te Quero, nos meus melhores momentos Te Quero, nos meus sonhos Te Quero, para todo o sempre Sinopse está em "Personagens" Plágio é crime!