5- Aslan!

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S/n:

Andamos mais um pouco e acabamos chegando em um precipício.

— Viu só? Com o tempo a água erode o solo da terra escavando cada vez mais. — dizia Susana.

— Ah para de falar. — disse Pedro interrompendo ela.

— Tem como descer? — perguntou Ed.

— Tem, caindo. — respondeu Trumpkin.

— Não estávamos perdidos. — disse Pedro.

— Tem um vau perto de Beruna. O que acham de nadar? — perguntou Trumpkin.

— Eu prefiro nadar em vez de andar. — falei.

Já estávamos recuando até Lúcia falar:

— Aslan? É o Aslan! O Aslan está ali! — dizia ela eufórica. — Não estão vendo ele bem... ali.

— Está vendo algo agora? — perguntou Trumpkin.

— Eu não sou louca. Ele estava ali, queria que o seguíssemos. — disse Lúcia.

— Eu sei que existe vários leões nesse bosque, como aquele urso. — disse Pedro.

— Essa foi a coisa mais estúpida que você falou hoje. — sussurrei em seu ouvido.

— Eu reconheço Aslan quando vejo ele. — disse Lúcia.

— Olha, não estou afim de pular de um penhasco atrás de alguém que não existe. — disse Trumpkin.

— Na última vez que eu não acreditei na Lúcia, acabei fazendo muita burrice depois. — disse Ed.

— Sábias palavras Ed. — falei e nós dois sorrimos.

— Por que não viu Aslan? — perguntou Pedro.

— Talvez só estivesse olhando. — disse Lúcia.

— Desculpa Lu. — disse Pedro e recuou.

— Isso é sério? Cadê sua coragem Rei Pedro? — perguntei.

— Já deveria ter notado que não somos os únicos reis e rainhas daqui. — disse ele.

— Deveria retomar o seu trono como Caspian está tentando fazer. E olha que ele é um telmarino. — falei.

— Vai lá então e se joga do penhasco. — disse ele.

— Eu iria se você fosse comigo. — falei.

Paramos de falar e continuamos o caminho. Pedro não estava assim em Fintchley, ele pularia de um penhasco para chegar em Nárnia.

Passamos a noite na floresta e no dia seguinte chegamos em Beruna.

Lá tinham homens derrubando e cortando árvores.

Ficamos olhando aquilo escondidos até uma cavalaria chegar. Nos abaixamos e ficamos totalmente escondidos.

— Talvez não tenha sido o melhor caminho a seguir. — disse Susana.

— Vamos embora daqui. — disse Pedro.

Voltamos para o local onde Lúcia viu Aslan.

— Lu, onde achou ter visto Aslan? — perguntou Pedro.

— Eu queria que parassem de tentar parecer adultos. — disse ela já irritada. Lúcia não é de ficar assim mas Pedro já estava passando dos limites. — Não achei que vi Aslan, eu vi.

— Eu sou adulto. — disse Trumpkin.

— Estava bem... — dizia Lúcia até cair e dar um grito agudo.

— Lúcia! — disse Susana e corremos até ela.

— Aqui. — disse ela.

— É melhor sairmos daqui logo. — disse Pedro. — Deve haver algum caminho.

— E Aslan? — perguntei.

— Minha irmã quase morreu por causa disso. — disse Pedro.

— Você deveria lavar a sua boca pelo que está dizendo Pedro. Não estou te reconhecendo. — falei e saí dali.

Fui liderando todos porque eu sabia como sair dali.

Descemos todo o precipício e seguimos o pequeno rio até chegarmos em terra, já perto do anoitecer.

Fiquei me revirando na grama mas não consegui dormir, ao contrário dos meninos.

— Estão acordadas? — perguntou Susana.

— Uhum. — falei.

— Lúcia? — disse Susana.

— Estou. — disse ela.

— Por que será que não vimos Aslan? — perguntou Susana.

— Você acredita em mim? — perguntou Lúcia.

— É, atravessamos o desfiladeiro. — disse Susana.

— Eu não sei. — disse Lúcia. — Talvez você não quisesse ver.

— Eu queria ver e não vi. — falei.

— Vocês sempre souberam que voltaríamos não é? — perguntou Susana.

— Nós desejávamos isso. — falei.

— Eu tinha acabado de me acostumar com a ideia de estar na Inglaterra. — disse Susana.

— Mas está feliz de estar aqui não está? — perguntou Lúcia.

— Só enquanto durar. — disse Susana.

— Então faça esse tempo valer a pena. — falei.

Ficamos em silêncio até pegarmos no sono.

Estou sentindo que depois dessa vez eu não voltarei.

Eu tenho em mente que sou uma das mais velhas e fui eu quem mais viveu aqui. Talvez esse seja um adeus.

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Não tá escrito o quanto essa última cena me machuca.

𝗙𝘂𝗴𝗶𝘁𝗶𝘃𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗡𝗮𝗿𝗻𝗶𝗮 |2Where stories live. Discover now