17- Um começo após o fim

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Após aquele dia magnífico, fomos para nossos quartos e eu confesso que mal consegui dormir pensando no que havia acontecido.

Eu estava noiva! Noiva do melhor homem do mundo!

No outro dia, logo pela manhã, Aslan chamou Susana, Pedro e eu para uma conversa. Já sabíamos do que aconteceria, mas mesmo assim foi de partir o coração.

Todo o povo de Nárnia e Telmar se reuniria em uma praça.

Ao encerrarmos nossa conversa, não trocamos palavras.

Encontramos Caspian enquanto andávamos, ele nos ignoraria se Aslan não o tivesse chamado.

— Majestade? — Ele disse.

— Está tudo pronto, estamos apenas vos aguardando. — Caspian respondeu e saiu dali.

Continuamos andando em silêncio até a praça. Eu sabia exatamente como Susana se sentia naquele momento.

Quando estávamos todos lá, Caspian iniciou o discurso como já havia sido combinado:

— Nárnia pertence aos narnianos assim como aos homens. Qualquer telmarino que queira ficar e viver em paz é bem vindo. Mas aos que desejarem, Aslan os enviará à terra de nossos antepassados.

Um dos telmarinos resolveu interromper dizendo:

— Já fazem gerações que deixamos Telmar.

— Não nos referimos a Telmar. — Aslan disse. — Seus antepassados eram piratas que encalharam em uma ilha. Nela eles encontraram uma gruta que os trouxe para cá, o mesmo mundo dos Reis e Rainhas. É para lá que posso enviá-los, um bom lugar para quem deseje começar uma vida nova.

As pessoas começaram a conversar entre si até que o general do exército, o mesmo que foi ferido por uma das árvores, disse que iria.

— Nós também iremos. — A antiga rainha disse, carregando seu bebê e seguida de seu servo, foram até a plataforma em que estávamos.

— Porque foram os falaram primeiro, o futuro de vocês nesse mundo será bom. — Aslan disse e assoprou suavemente, o que fez com que a árvore se abrisse em um portal mágico.

Os quatro atravessaram o portal e sumiram imediatamente. A multidão se agitou.

— Quem nos garante que não estão nos levando para a morte? — Um dos telmarinos perguntou.

— Senhor, se posso servir de exemplo, levarei comigo onze dos meus ratos e nós próprios atravessaremos. — Ripchip sugeriu e então Aslan olhou para nós.

— Nós vamos. — Pedro disse e uma parte do meu coração se foi com o eco de sua voz.

— Vamos? — Ed perguntou confuso.

— Vamos, o tempo acabou. — Pedro continuou e meus olhos se encheram de lágrimas. — Afinal de contas.. — Pedro disse e foi até Caspian. — Já não precisam mais de nós. — Disse e entregou sua espada a Caspian.

— Cuidarei de tudo até que retornem. — Ele disse e segurou a espada com firmeza.

— É essa a questão. — Susana disse. — Não vamos voltar. — A expressão de Caspian mudou completamente. Tentei me segurar, mas não evitei que um par de lágrimas caíssem.

— Não vamos? — Lu perguntou.

— Vocês vão. — Pedro disse e encarou os mais novos. — Ainda vão precisar de vocês dois.

— Por quê? — Lu perguntou à Aslan. — Eles fizeram algo de errado?

— Pelo contrário, querida. — Aslan respondeu. — Mas tudo tem o seu tempo. Seus irmãos mais velhos já aprenderam tudo o que podiam nesse mundo, agora é a hora de viver em seu mundo.

— Deixa pra lá, Lu. — Pedro disse. — Não era como eu esperava, mas tudo bem, um dia você irá entender. Venham. — Ele disse e olhou para mim para que pudéssemos nos despedir de todos.

Cumprimentamos todos e voltamos para o lugar onde estávamos inicialmente enquanto Susana dava adeus a Caspian.

— Não consigo pensar se isso tivesse acontecido com nós dois. — Sussurrei para Pedro e ele segurou a minha mão com força.

Superando todas as expectativas, Susana o beijou e o abraçou.

— Talvez eu entenda quando eu for mais velha. — Lu disse e ri com Pedro.

— Eu já sou mais velho e não sei se quero entender. — Ed falou.

Susana veio até nós e olhei para os amigos que estávamos deixando para trás. Olhei para o anel em meu dedo.

— Não se preocupe, esse é apenas o começo de mais uma grande aventura. — Pedro disse e beijou minha mão.

— É.

Olhei para trás pela última vez e passei pelo portal. Acho que "nunca mais" é muito tempo. Talvez um dia nós retornaríamos, mas tudo estaria diferente de novo.

De repente estávamos vestindo nossos uniformes e nossas maletas estavam junto a nós. Estávamos no exato lugar em que havíamos estado antes e as pessoas se comportavam normalmente.

Ficamos imóveis por um tempo até o nosso metrô chegar e o nerd afim da Susana chamar por "Phillis".

Pegamos nossas coisas e entramos no metrô.

— Acho que deixei minha lanterna nova em Nárnia. — Ed disse ao verificar suas coisas e por um segundo meu coração disparou quando pensei que meu anel de noivado peoderia ter ficado, mas ele ainda estava no meu dedo.

Nós rimos de leve e não pude deixar de pensar no que havíamos acabado de viver.

Esse era o fim de uma aventura mágica e o início de uma aventura real. Aí vamos nós.

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E finalmente encerra-se essa fic

Obrigada a todos que estiveram por aqui, o carinho de vocês foi e é muito importante para mim

Love ya'll

𝗙𝘂𝗴𝗶𝘁𝗶𝘃𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝗡𝗮𝗿𝗻𝗶𝗮 |2Où les histoires vivent. Découvrez maintenant