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As lições de um Mestre da morte
Ainda era possível sentir a sensação formigante de ter usado força bruta nos punhos do pequeno Tiberius. Apesar de ter 14 anos agora, sua altura parecia estar um pouco atrasada em comparação a seus colegas de escola, se é que podemos chamar de colegas as pessoas que caçoam de você. A reação de Tiberius foi imediata e muito inesperada, ele ouviu diversos comentários ruins sobre sua aparência e logo desferiu um soco tão forte em um dos valentões que o fez cair. A cena em si foi horrível, não foi apenas um soco que Tiberius deu, mas sim vários quando ficou por cima de quem chamou de desgraçado.
Agora o menino albino que ainda estava vermelho de raiva e que limpava suas lágrimas de forma constante estava na sala do diretor esperando pelo seu responsável.
A porta se abriu e um rapaz albino com traços semelhantes à de Tiberius entrou com um olhar preocupado. Ele também era albino, mas diferente do pequeno agressor que tinha cabelos curtos e enrolados, o rapaz Soren tinha cabelos longos abaixo dos ombros, além disso era liso, porém com muito volume.
— Boa tarde Diretor. — Disse Soren fechando a porta atrás de si e puxando a cadeira que estava ao lado de Tiberius.
— Boa tarde Senhor Felix, obrigado por vir.
— Felix é o meu pai, meu nome é Soren, sou o irmão mais velho do Tiberius.
— Oh...Esse tipo de situação eu deveria falar com o pai ou a mãe, não acha? — O Diretor jogou a pergunta no ar como quem não quer nada.
— Concordo, eu tenho vinte e cinco anos e agora eu sou o responsável pelo Tiberius. — Soren abriu o casaco e pegou do bolso um papel que estava dobrado. Assim que foi aberto, foi colocado sob a mesa. — Nosso pai, Felix Thanatou faleceu faz três semanas.
— Duas semanas. — Corrigiu Tiberius de forma arrogante.
— Eu sinto muito, eu não sabia disso, me desculpe. — Disse o Diretor analisando o documento. — E a mãe?
— Não falamos com ela faz muito tempo, e ela mora em outra cidade. O que aconteceu? — Perguntou Soren olhando para o irmão mais novo.
— Tiberius se envolveu em uma briga, um garoto falou coisas desagradáveis para ele e bem...Tiberius reagiu. Tivemos que mandar o garoto que ele bateu para o hospital.
— Que droga... — Soren respirou fundo. — Eu posso arcar com os gastos do hospital, apesar que...Acho que a mãe do menino deve ter pirado um pouco.
— Ah sim, com certeza. — O Diretor concordou com a cabeça. — Mas sabendo da situação do Senhor Felix, acho que as emoções estão a flor da pele. Tiberius é um bom menino, não tenho reclamações dele dos professores e as notas dele são ótimas. Nos surpreendeu essa atitude violenta.
— Não se preocupe diretor, apesar da perda muito recente, meu pai não criou nenhum brutamontes e Tiberius sabe disso. Não podemos nos esconder atrás dessa perda pra sempre, então vou falar com ele.
— Certo, Tiberius está liberando hoje e amanhã. Talvez uma pequena pausa faça bem.
— Eu também acho. — Soren se levantou e pegou o documento que havia deixado na mesa. — Obrigado Diretor, vamos Tiberius. — Soren tocou no ombro de seu irmão.
Os irmãos Thanathou deixaram a sala do Diretor e foram direto para o estacionamento da escola. Ambos entraram no carro, Soren no lugar no motorista e Tiberius atrás no banco detrás.
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