Capítulo 16.2

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Finn

Assim que Millie chegou no carro novamente e se sentou do meu lado bebeu mais da sua taça de vinho e olhou para mim com uma grande expectativa.

- Pode continuar de onde parou – Ela disse e eu tentei puxar na minha memória onde eu estava antes de ser respondido, o que me levou uns 30 segundos.

- Certo – Respondi colocando mais vinho dentro da minha taça cristalina – Quando cheguei lá, eles estavam literalmente se comendo na frente de todo mundo, e naquela época eu fiquei chateado porque ela era minha irmã, e hoje fico puto porque ela tinha apenas 13 anos, Mills. Ela era uma criança e com certeza não deveria estar daquele jeito com ela, ele não devia tocá-la daquele jeito.

- É normal dar uns beijinhos quando se tem essa idade, mas o que eles estavam fazendo era muito errado, Jacob era mais velho que ela 1 ano?

- Não, era mais velho que ela 3 anos, ele tinha 16 e ela 13.

- Ele era um adolescente, e ela ainda estava deixando as fraudas.

- Exato, meninos podem demorar muito amadurecer, mas sabem manipular uma menina nova – Falei com muita certeza, e nojo – E tudo mudou quando notei que ela tinha um baseado na mão e então fumou, a agarrei pelos braços naquele momento e a tirei de cima dele, a levei para o canto e disse que a levaria para casa, ela riu de mim, parecia tão... leve. Uma mentira, era isso que as drogas faziam com ela, mentiam para ela e ela amava até destrui-la completamente.

"Foi difícil para caralho ver minha irmã daquele jeito, se entorpecendo de coisas, bebendo e passando a noite inteira beijando um garoto que a tocava e a seduzia para mais mentiras, e então tudo ficou muito claro para mim, ele era o motivo pelo qual Hannah tinha começado aquilo, porque ele fugia da realidade e dava para ela experimentar também, e ela amava, mas era horrível, a consequência veio depois e depois, Hannah está pagando por isso até hoje, 11 anos depois."

- Que merda – Mills disse e eu assenti.

- Queria poder ajudar, queria fazer algo, mas ela me afastou, brigamos feio. Ela disse que eu não deixava que ela fosse feliz, que eu deveria simplesmente parar de forçar ela a ser algo que ela não queria ser, e que se eu tentasse falar qualquer coisa para meu pai, ela iria embora e nunca mais me veria, então eu fiquei quieto.

- Você não contou?

- Claro que não, ela estava me ameaçando, dizendo que iria embora e Hannah não blefa.

- Ela não faz mesmo – Mills disse tomando mais da sua bebida.

- Então nos distanciamos, não ia vê-la mais, quando ia, ela não fazia questão de me ver ou de estar comigo, ficava sempre fora de casa com Jacob, não me lembro de Hannah dormir tanto fora na minha vida como naquele tempo, faltou diversas aulas e quase reprovou de ano. Sadie se afastou também e não podíamos fazer nada, ela tinha achado uma nova vida com Jacob e cada vez mais, era mais errado aquilo. Com 13 anos Hannah devia estar se estressando com a escola, indo passear em shoppings com os amigos, criando hobbies, vendo filmes idiotas e não se drogando, as pessoas não devem se drogar nunca, imagine com 13 anos. Foi horrível! É horrível pensar que a qualquer minuto ela pode voltar a isso e se drogas de novo, é simplesmente apavorante.

"E foi assim por muito tempo, apavorante a cada dia que se passava, ignorava as minhas próprias necessidades querendo saber da minha irmã que eu não sabia onde estava, foi a primeira vez na minha vida que não passei o aniversário dela com ela, ou o meu. Então um dia, Hannah foi atrás de Jacob por alguma razão, ele estava traindo-a, ela viu, se afundou nisso e foi se drogar no banheiro da escola, Sadie viu e conversou com ela, logo depois meu tio Edward entrou no banheiro procurando pelas duas e Hannah estava se drogando e Sadie tentando entender."

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