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Os dias se passaram enquanto o sol caía na terra granulada todas as noites e voltava sem falhar todas as manhãs.

Para todos, o tempo passou; suas vidas continuaram, assim como suas noites. Mas Jungkook parou repentinamente.

Os últimos meses foram como flores frescas, e agora haviam apenas folhas mortas no chão... e tudo o que ela podia fazer era chorar. Patético, ele pensou consigo mesmo. Foi patético.

Patético, correr atrás de um homem que nunca o amou. Patético correr atrás de um homem casado. Patético correr atrás de um homem cuja esposa estava grávida. Patético, pois ele também era um homem casado. Patético, era patético ser um homem como ele.

Jungkook olhou para o beco à sua frente. Parecia um abismo para lugar nenhum. Por que ele estava ali? Viu alguns homens passando por ele, defendendo uma imagem, um nível para a sociedade e deixando-o desmoronar enquanto desapareciam entre as rachaduras nas paredes e o concreto.

Jungkook os seguiu em busca de um pouco de felicidade. Era como se toda a sua vida tivesse estado vazia. Ele não se conhecia, estava sempre em constante estado de confusão. Nada parecia bom. Nada parecia totalmente satisfatório. Ele sentiu como se toda a vida que viveu fosse uma mentira, até... até que encontrou o fogo ardente.

O fogo abrasador que o envolvia de calor nos dias mais frios, mostrava-lhe a luz e o fazia reconhecer e aceitar a sua própria sombra, esse mesmo fogo que agora lhe queimava a pele e o deixava reduzido a cinzas. Mas, mesmo assim, Jungkook não conseguia parar de procurar por aquele calor, aquele fogo, aquela segurança, aquela felicidade. Ele caminhou para frente, pelo beco, e então parou bruscamente. Viu a pequena porta, sabendo que atrás dela estava um mundo desconhecido para a sociedade londrina. Ele deu um passo à frente. O homem que estava parado na frente da porta, protegendo-a, olhou para ele especulativamente.

– Por que está aqui? - perguntou.

– E-Eu... eu gostaria de entrar. Eu não achei que tinha que trazer algum tipo de identificação... - Jungkook disse suavemente. O homem olhou para ele por alguns segundos e então abriu a porta.

– Não cause problemas.

– Entendido, senhor. - Jungkook assentiu e então entrou no grande salão. Um corredor escuro e vazio. Ele acelerou os passos, até chegar à porta e abri-la, sentindo sua respiração deixar seus lábios.

Música animada encheu o lugar, risos e danças. A fumaça do charuto deixou pequenas nuvens empilhadas no teto, e Jungkook abriu caminho por entre elas, sentindo um pouco de felicidade em seu coração ao ver todos aqueles homens rindo entre si, alegres, sorrindo. Alguns se beijavam, alguns se abraçaram, alguns apenas curtiram a companhia um do outro.

Jungkook foi ao bar. O garçom olhou para ele e sorriu.
– Eu lembro de você. Você veio com aquele loiro lindo, certo?

– Sim, senhor... - Jungkook disse fracamente. O homem sorriu. – Você gostaria de algo para beber? - Jungkook acenou com a cabeça para a pergunta.

– Tudo o que servem aqui é bom. Não tenho certeza... - ele começou a dizer, mas o homem entregou-lhe um coquetel. Jungkook deu a ele um pequeno sorriso e se virou, vendo dois garotos sentados ao redor de uma pequena mesa, conversando entre si. Eles pareciam muito jovens, cerca de 16 anos.

– Ah, são crianças. - disse o garçom, encostado na mesa do bar. – Eu não poderia dizer não a eles. Acho que eles estão apaixonados, certo? - o garçom deu uma risadinha. Jungkook olhou para os meninos. Um era menor, de olhos arregalados, apreensivo por natureza, tímido. Seu cabelo castanho claro estava selvagem. O outro garoto era mais alto, com cabelo preto, ele sorria para ele e segurava sua mão. O de cabelos negros sussurrou coisas para o menor, baixinho, e o menino sorriu cautelosamente e corou.

somebody to love - taekookWhere stories live. Discover now