Capítulo: 28

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Olinda Narrando

Estava na mansão fazendo o meu servicinho pela manhã, segui para a cozinha logo após terminar, Val estava fazendo o almoço. Coloquei o balde e o rodo em um canto e me aproximei dela

- bom dia Val, como você está hoje ?- perguntei passando a mão em seu ombro

- estou bem Olinda- falou ela se concentrando no que estava fazendo

- o que você vai fazer para o almoço hoje ?- perguntei sorrindo para ela

- Oli, eu estou com uma pergunta entalada na minha garganta- falou ela largando a faca e se virando para mim

- pode falar Val - falei sorrindo para ela

- Você acha que o Biel, vai conseguir fazer o Sam e o menu se mudarem para o apartamento ?- perguntou ela franzindo o cenho

- eu acho que ele consegue, o menino Samuel, já está em um ponto de fazer tudo pelo meu filho- falei encarando ela

- e o que você acha que seu ex-marido vai pensar dessa situação toda ?- perguntou ela indo em direção a pia

- ele aceita a sexualidade do filho- falei vendo a dona Magda entrar na cozinha

- o que vocês duas estão fazendo ai, vamos, vamos ao trabalho vocês não são pagas para ficar de conversinhas- falou ela batendo palmas

- já estou indo senhora - falei seguindo em direção ao balde e o rodo

- Val, onde que esta a chave do sótão ?. Eu disse para nunca trancar - perguntou ela olhando para Val

- não sei minha senhora, primeiramente eu nem sei quem trancou aquele porão, pergunte para o mordomo talvez ele saiba - falou Val sorrindo disfarçadamente

Peguei meus utensílios e segui para outro cômodo da casa, no meio do caminho sou interrompida pelo José

- oh faixineirazinha meia boca. Eu sei o que você está tentando fazer, mas desista o Samuel e meu, e somente eu posso ficar com ele - falou ele segurando em meu braço

- o seu tapado, você sabe que são irmãos, então não tem a probabilidade disso acontecer- falei retirando a mão dele do meu braço

- não se preocupe queridinha, somos irmãos sim, mas adotivos. E eu vou tirar o Sam do gabriel nem que eu tenha que morrer para isso - falou ele me encarando

- se depender de mim você não vai conseguir, eu sou capaz de usar todos os santos contra você - falei em tom de ameaça

- fique à vontade querida, mas não se esquece que é seu emprego que vai estar em jogo - falou ele saindo gargalhando

Comecei a limpar o cômodo em que estava, quando terminei peguei o balde e comecei a andar pela casa, quando estava passando em frente à biblioteca escuto uma conversa da senhora Magda com o José

- José, você tem que ficar com o Samuel, ele não merece ficar com aquele pobretão- falou ele encarando o garoto

- mas mãe, eu estou tentando. O Samuel só tem olhos para aquela peste - falou ele fingindo estar chorando

- não se preocupe meu filho, você vai ser feliz com quem você ama - falou ela sorrindo e abraçando o garoto

Segui para a cozinha novamente, e Val estava chorando

- Val, aconteceu alguma coisa ?- perguntei olhando para ela de costas

- não, e por que eu estou cortando cebola. E a dona Magda pediu para você ir organizar o porão - falou ela sorrindo levemente para mim

Desde que o senhor Pedro comprou a mansão ele nunca sequer desceu no porão, exceto algumas vezes. Sem questionar peguei meu balde e o rodo, segui em direção a porta do porão e abri a mesma, desci as escadas que a cada passo meu fazia um barulho estranho de dar medo, com muita calma cheguei naquele lugar escuro, acendi uma luz que tinha ali, o que conseguiu clarear metade do porão escuro, comecei a varrer o chão, logo escuto um barulho atrás de mim

- quem está aí ?- perguntei me virando

Não obtive respostas, sai andando pelo porão. Parecia que eu estava em um filme de terror, meu corpo estava arrepiado e estava me subindo um frio na espinha. Prossegui em frente, quando afastei uma cortina que tinha em uma parede, notei que atrás dela tinha um quarto em belo estado, com um pequeno banheiro, adentrei aquele cômodo nunca visitado por ninguém, e na cama havia um garoto que estava coberto provavelmente com medo

- ei garoto, como você conseguiu entrar aqui ?- perguntei cutucando ele

- e..eu mo.moro aqui - falou ele colocando somente os olhinhos para fora do cobertor

- desde quando ?- perguntei me sentando na cama

- já tem uns dois meses - falou ele se escondendo embaixo da coberta novamente

- como você se chama ?, Quantos anos tem ?- perguntei tudo de uma vez

- você promete que não vai me machucar ?- perguntei ele ainda escondido dentro da coberta

- eu prometo - falei sorrindo

- eu me chamo Max, tenho 12 anos, a alguns meses a Márcia adotou duas crianças, o José e eu, passando uns dias, a cobra da magda apareceu na casa dos meus pais adotivos, ela disse que eu não merecia ter aquilo tudo, então um dia ela acabou me seqüestrando, ela me trouxe para esse porão, e disse que eu teria que deixar o José agir. Não sabia do que ela estava falando, mas resolvi não intervir, as vezes ela me traz comida e as vezes ela me deixa passar fome, ela fez meus pais me darem como desaparecido, e até hoje eu vivo aqui - falou ele se escondendo embaixo da coberta novamente

- essa mulher é pior do que eu imaginava- falei para mim mesma.

O filho da nossa empregadaWhere stories live. Discover now