Parte 46

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Depois de ter sido ameaçada de todas as formas possíveis... VOLTEI HEHEHEHE

• Lena Luthor •

Entro na casa apressada, andando o mais rápido que eu posso devido as atuais circunstâncias. Encontro Kara deitada no sofá, se mexendo tanto que parecia a ponto de cair, ela gritava "não" sem parar. Ando até ela, me sentando ao seu lado e a segurando, passando a minha mão direita em seu rosto e uso a outra para segurá-la. Meu coração se quebrando mais um pouco ao vê-la assim.

— Kara? Kara? — chamo baixo e ela abre os olhos, levantando de supetão, ofegando alto e com os olhos arregalados — Está tudo bem. — sussurro a abraçando — Estou aqui, amor... Eu estou aqui.

Kara me abraça apertado, com força. Ela respira fundo, enfiando o rosto no meu pescoço e sentindo o meu cheiro e então suspira alto, aliviada. Eu a seguro, sentindo o meu próprio coração se acalmar um pouco.

Quatro semanas atrás, eu entrei em trabalho de parto e durante ele, tive uma parada cardiorrespiratória e embora eu claramente tenha ficado bem, Kara ainda tem alguns pesadelos onde eu não volto a abrir os olhos e a respirar. Segundo ela, os sonhos variam de ruim para pior, em um eu estou sangrando sem parar e em outro ela perde todo mundo.

— Desculpa. — murmura e eu sorrio, a beijando, porém o nosso beijo é interrompido por um choro de bebê, o sorriso em meus lábios aumentam mais ainda e sinto o sorriso de Kara nascer.
— Eu vou buscar ela. — diz levantando do sofá e subindo as escadas em direção ao primeiro andar, voltando logo depois com um pequeno pacotinho nos braços.

Kara se aproxima de mim com cuidado, depositando o bebê em meus braços, eu me ajeito para amamentá-la. Aurora tem os olhos azuis cristalinos de Kara e os seus cabelos estavam caminhando para o preto, com um mês de vida, ela é um bebê tão adorável e tranquilo que nem parece carregar os genes Danvers porque Kara é um saco de energia.

— Ela é toda você. — Kara murmura ao meu lado, tendo o dedo preso pela pequena mão da nossa menininha — Uh... Vai ter um grande aperto de mão também, definitivamente uma Luthor de negócios, sem dúvidas. — eu sorrio, negando com a cabeça, ela rir baixo — O nariz dela é igual ao seu e de Olivia... — continua comentando, os olhos vidrados no bebê em pura adoração.
— Mas os olhos são os seus. — afirmo e ela sorrir.

A porta se abre e Olivia entra, ela sorrir ao nos ver no sofá e vem até a gente, agachando a minha frente para tocar no pequeno pé da irmã.

— Oi pequena peste. — cumprimenta e embora eu queira repreender ela, não consigo.

Quando Kara e eu contamos que o nome seria Aurora, Olivia nos deu um olhar animado e minutos depois colocou Malévola para assistir, no segundo em que vimos a cena da Malévola acordando a Aurora, eu sabia que tinha sentenciado a minha caçula a aturar as piadas da irmã mais velha. Kara riu alto, com certeza ela já estava mais do que acostumada a ser perturbada por Alex e me disse que era assim que irmãos criavam um laço. Eu, como filha única, apenas pude me abster de comentar.

— Ela dormiu, pode levá-la para o berço, Olivia? — peço e ela prontamente obedece, saindo com o bebê nos braços.

Eu me viro para Kara, ela suspira alto ao notar o que iria acontecer. Era basicamente a conversa que tínhamos tido desde que eu saí do hospital semanas atrás.

— O que você viu dessa vez? — pergunto e ela fecha os olhos, deitando a cabeça em meu colo, eu começo a passar as mãos em seus cabelos, os ajeitando.
— Na versão real, quando você tem a parada, Caitlin consegue te trazer de volta em pouquíssimo tempo, no meu sonho ela chega a até cobrir o seu corpo e olhar para mim chorando. — conta e dessa vez sou eu quem suspira.
— Eu quero mesmo que você vá a um psicólogo. — digo e ela abre a boca para contestar — Eu sei que você é forte e quer parecer assim mas precisar de ajudar pra lidar com um trauma não te faz fraca, Kara. O fato de que você viu a sua esposa morrer mesmo que por alguns segundos ou minutos desencadeou algumas coisas aí dentro... — toco a sua testa com a ponta do meu dedo — E você precisa cuidar disso, eu vou com você.
— Ok. — murmura sem me olhar e eu sorrio sentindo o alívio percorrer o meu corpo.

Resiliência (Supercorp)Where stories live. Discover now