Parte 21

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• Olivia Luthor •

A porta abre devagar e eu me preparo para pular para o terraço vizinho quando Barry entra no quarto, eu sorrio, sentindo o alívio tomar conta do meu peito. Mas então mais alguém entra atrás, com uma faca pressionada no pescoço dele.

— Winn?! — falo incrédula ao ver que era o nosso vizinho.
— Sugiro que você desça daí se não quiser que eu abra a garganta do seu amigo. — ele fala sério, empurrando a faca contra o pescoço do segurança.
— Não, vá em frente, dê o fora daqui! — Barry manda e eu nego.

Winn pressiona a faca com mais força e eu posso ver uma fileta de sangue descendo pelo pescoço de Allen, eu ergo as minhas mãos, voltando para o chão, caminhando em direção a porta da sacada.

— Eu vou se você soltar ele. — digo, colocando as minhas mãos na maçaneta — É isso, solte ele e eu vou contigo.
— Ok, venha. — ele gesticula com a cabeça, apontando para dentro do quarto.
— Olivia, não faça isso! Ele vai te levar para Jack, para Deus sabe onde! — Winn o cala, empurrando mais a faca e eu apresso o passo, entrando no quarto.
— Vamos! — Winn chama impaciente, dando espaço para que eu passe por eles e saia do quarto.

Assim eu faço, mas ele mantém Barry conosco até que saímos do apartamento, que foi quando eu vi, deitado no chão do corredor, Oliver todo ensanguentado.

— OLIVER! — Barry grita, tentando se mover até o amigo, mas não consegue, não com Winn o segurando daquela forma.
— O que você fez com ele? — grito indo até o outro segurança, agachando ao lado dele, colocando as minhas mãos no machucado — Precisamos chamar a emergência, ele precisa de um médico!
— Vamos, não temos tempo para isso! — Winn diz e eu olho incrédula para ele, não acreditando no que ele estava falando.
— Não podemos deixar ele assim! — falo furiosa, olhando para Oliver que mal dava para notar se ele estava respirando.
— Você quer ser responsável por uma morte ou duas? Hein? — ele pergunta e eu olho para Barry, vendo a mancha de sangue da camisa dele aumentar — E então? Qual a sua escolha?
— Me deixe ligar para a emergência... por favor, ele não pode ficar assim, por favor não deixe ele assim! — imploro e ele nega — ELE NÃO PODE FICAR ASSIM!

Eu sinto as lágrimas escorrendo pelo o meu rosto, o desespero me dominando por completo quando eu lembro de algo, um presente que Kate e Sara me deram no meu aniversário de dezessete anos e que elas disseram que eu sempre deveria levar comigo para onde fosse ou quando trocasse de roupa. Eu levo a minha mão ao bolso esquerdo traseiro da minha calça, encontrando o que eu procurava, o puxando para fora e o abrindo, o trazendo até o meu braço esquerdo.

— Me deixe ligar para a emergência ou tudo o que você irá levar para o seu chefe é um corpo. — ameaço.

Barry manda que eu largue o canivete, mas eu não o faria tão cedo, não enquanto não conseguisse o que eu queria e Winn parece ter notado a minha persistência.

— Rápido! — ele por enfim decide e eu não perco tempo.

Ligo para a emergência, explicando o que tinha acontecido e dando o endereço, quando finalizo, Winn me faz largar o celular e o canivete e nos leva para o térreo, mas ao invés de sair pela frente ou pelo estacionamento, ele nos guiou para os fundos, onde um carro nos esperava, ele me manda entrar no porta malas, a mão firme segurando a faca contra Barry me fez obedecer, depois que eu entro e que ele fecha a porta, tudo o que eu escuto são pancadas e depois a porta batendo e o carro em movimento. Eu forço a porta para cima, tentando abri-la em vão, eu começo a passar as mãos pelos espaços vazios perto de mim, encontrando algo, era pesado e gelado.

Eu o seguro, trazendo contra o meu peito, tateando a ferramenta, tentendo entender o que ela era.

— Chave de roda. — rio incrédula, sentindo a lágrima escorrer pelo canto do meu olho.

Resiliência (Supercorp)Where stories live. Discover now