Resiliência (Supercorp)

Parte 17

Olivia andava perdidamente pelas ruas fazia algumas horas. Já tinha silenciado o celular depois de negar todas as ligações que havia recebido de Kara, Lena, Lilian e até mesmo Eliza. Tudo o que ela menos desejava naquele momento era falar com qualquer uma delas, não depois de tudo.

Ela não sabia mais o que estava sentindo, era raiva, talvez até ódio, mas também tinha um pouco de tristeza e uma constante sensação de traição que ela nunca tinha sentido antes. Olivia estava acostumada com a irritação que ela sentia, seja porque Lilian foi embora ou porque Lena havia se afastado dela, mas aquilo era pior, muito pior.

— Droga! — a garota resmunga ao tropeçar na calçada, mas não para de andar. 

Ela passa as duas mãos no rosto novamente, tentando limpar as lágrimas que embaçava a sua visão e como ela odiava estar daquele jeito. Olivia era do tipo que não chorava fácil, ou gostava de pensar sobre sentimentos, mas agora se via fazendo as duas coisas. Ela vira em mais uma esquina, olhando rapidamente para trás como se quisesse se certificar de que Lena ou Lilian não estava atrás dela, ou talvez Jack.

Jack... Pensar que ela tinha o sangue dele correndo em suas veias a deixava nauseada, doente. O cara era um assassino, ele tinha matado o melhor amigo de Lena e tinha machucado Lena e agora, saber que ela e ele tinham uma conexão era sufocante. Olivia não conseguia parar de pensar se ela era capaz de fazer atrocidades como aquelas.

— Eu não sou igual a ele. — murmura, sacolejando a cabeça em negação, como se tentasse limpar os pensamentos.

Ela queria ir para casa da Becca, mas sabia que Kara com certeza iria até lá, Kara sempre ia atrás dela e geralmente, por mais que ela não quisesse ajuda, sempre cedia a loira, mas não daquela vez. Ela não sabia se acreditava ou não que jornalista não sabia sobre o segredo, mas também não conseguia se forçar a pensar nisso.

— Ei Luthor! — ela ouve o grito, mas ao invés de parar, continua andando — RIQUINHA LUTHOR! 

Ela então reconhece a voz, parando no meio da calçada e virando para trás. Will vinha até ela, correndo apressado e quando o rapaz enfim chega até ela, para bem a sua frente, se curvando sobre os joelhos, tentando recuperar o fôlego e quando conseguiu, se endireita, olhando para a mais nova.

— Novamente, o que você está fazendo fora do seu castelo? — ele provoca, com um sorriso irônico nos lábios.

— Tudo o que eu menos quero e preciso é estar no meu castelo. — responde debochada, passando as mãos no rosto outra vez.

— O que houve? — Will questiona, ficando subitamente sério ao ver os olhos avermelhados dela.

— Eu não quero falar sobre isso, eu preciso ir. — ela diz, tentando voltar a andar, mas ele a segura pelo pulso.

— O apartamento da Becca não é por aí. — o rapaz avisa.

— Eu sei. — Olivia puxa o pulso, se afastando novamente.

— Ótimo, para onde estamos indo agora? — Will pergunta andando ao lado dela.

— Você, eu não sei, mas eu vou encontrar algum lugar pra ficar bem longe daqui, de preferência de National City. — a mais nova fala irritada.

— Você quer sair da cidade? — o maior questiona confuso.

— Você pode me ajudar? — ela pergunta, olhando para ele, ansiosa.

— Por que você quer ir embora? — ele indaga, pensando em uma forma de ligar ou mandar mensagem para Rebecca sem que Olivia notasse.

Ele sabia que quando qualquer coisa acontecia, Olivia corria para ela, mas o fato dela não ter feito isso dessa vez, era estranho e até mesmo preocupante.