Parte 16

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• Lena Luthor •

Kara dá a partida no carro, pronta para começar a dirigir para longe da Luthor Corp, mas eu levo a minha mão até a chave, a virando e desligando o veículo.

— O que foi? — ela pergunta, olhando para mim claramente confusa.
— Eu preciso de um minuto antes de destruir qualquer resquício de recomeço que Olivia e eu estavamos tendo. — digo e ela se cala — Eu ainda não acredito que ele está vivo, foram dezessete anos com ele sumido, foram quase vinte anos de paz... Você tem noção? Nos primeiros anos, eu até evitei a sair de casa sozinha com a Ollie, mas foram passando os anos e ele ou o pai dele não apareciam... Eu achei, achei que fosse o fim.
— Eu sinto muito, Lena. — ela murmura, virando a atenção para frente — Mas você não está sozinha e... Aquela é a sua mãe?

Ela aponta para uma mulher do outro lado do estacionamento, indo em direção a entrada da empresa. Kara e eu abrimos as portas do carro e saímos, eu a chamo. Assim que ela ouve, caminha até nós, o olhar de surpresa em seu rosto era mais do que visível.

— Kara... Não achei que fosse te ver. — minha mãe diz indo até a minha esposa, a cumprimentando com um aperto de mão.

Lilian a adorava e Kara costumava sentir o mesmo, mas depois que a minha mãe se mudou para Metrópoles e Olivia ficou para conosco, elas não mantiveram contato por muito tempo, a não ser que fosse para falar sobre como Olivia estava, pelo menos foi que elas me disseram.

— Eu contei tudo para ela. — quebro o silêncio, apertando os dedos das minhas mãos, sentindo o nervosismo voltar.
— Lena... Nós tínhamos um trato... — Lilian repreende, mas então se cala.

Ela olha para Kara, a analisando detalhadamente, como se quisesse ler a alma dela. Kara, por outro lado, apenas desvia o olhar, sua atenção indo para qualquer outro lugar que não seja onde a minha mãe está.

— Como você está com isso? — Lilian pergunta, cruzando os braços.

Kara solta um suspiro e morde o lábio, levantando o olhar até o meu, me olhando por alguns segundos e só então mudando o foco para a minha mãe. A postura dela a todo momento era tensa, as duas mãos enfiadas nos bolsos da calça moletom e os ombros duros.

— Eu jamais poderia culpar ou julgar Lena por tudo o que ela fez. — é a única coisa que ela diz — Não vou abandonar Olivia ou ela... Mas eu também preciso de tempo.

Depois disso o silêncio se instala no estacionamento, sendo quebrado apenas pelo barulho dos carros passando pela rua em frente a empresa.

— Entendo... — minha mãe assente, olhando novamente para mim enquanto ajeita a bolsa em seu ombro esquerdo — Eu quero ver a minha neta.
— Não. — nego automaticamente.
— Por que não? — ela pergunta olhando para mim e então para Kara — Você é contra?
— Tudo o que eu quero é a segurança de Olivia e que ela tenha a verdade que merece. — responde firme, dando as costas para nós duas e entrando no carro — A decisão está nas mãos de vocês duas.

Minha mãe e eu nos olhamos por mais alguns segundos e então entramos no carro. Kara dirige para casa em silêncio, os olhos atentos a rua. Enquanto isso, minha mãe nos contava que o investigador que ela tinha contratado ainda não havia encontrado nada sobre Jack, foi quando então, Kara nos avisou que Alex, Kate e Sara foram para Gotham.

Eu não sei qual de nós duas ficou mais surpresa ao ouvir a fala de Kara, mas saber que tinha mais gente fuçando no nosso, no meu passado não era nada bom. Principalmente, quando, se eu me lembro bem, Jacob Kane havia sido o responsável por apagar os meus rastros na cidade e Kate Kane, é a filha dele, o que quer dizer que...

— Então elas já sabem. — digo, levando a minha mão direita até o meu pescoço, o massageando.

Kara não diz nada, mas eu posso vê-la a voltar a morder os lábios em um claro sinal de nervosismo, minha mãe, no entanto, continuava com o mesmo olhar duro, séria.

Resiliência (Supercorp)Where stories live. Discover now